Essa mulheres são essenciais em nossas vidas. Estou diante da que me gerou e ouço o seu respirar intenso e sei do seu coração forte. Ela está ali, mas não como esteve antes. Beijo sua testa, seu rosto, mas a cada dia que passa, são mais imperceptíveis as respostas, mais diminutas ou inexistentes. Continue lendo “Minha mãe”
Diário de viagem
Estava eu descansando da tortuosa subida à Torre de Belém quando, ao olhar para o lado, vejo o nosso governador Antônio Anastasia. Ao me aproximar vi que não era ele, naquele momento certamente despachando em seu gabinete na Cidade Administrativa. Continue lendo “Diário de viagem”
O aluno e o professor
Na mesa, entre amigos, provocado por um comentário meu, ele conta suas peripécias em seu tempo de aluno. Narra com tanta clareza que parece que os acontecimentos são recentes. As traquinagens infantis e juvenis, fatos que se passaram nos tempos da calça curta e da inocência, saem de sua boca com um humor raro, o que nele é comum. Continue lendo “O aluno e o professor”
Não sou gado
Quanto mais informação, mais ou menos reflexão? Depende. O que assistimos no dia a dia é, confesso, desanimador. Alguém berra em algum lugar da internet, ou mesmo nos meios convencionais de comunicação, uma bobagem e todos assimilam e repetem como se verdade ou filosofia fosse. Continue lendo “Não sou gado”
Aprendendo com Clara
Clara, em seu universo de carinho, diz que o vovô é maior que o mundo. Poesia pura que me enche de orgulho. Não é mais o coração do Drummond que é maior que o mundo. E a declaração vem de uma pessoa insuspeita. Continue lendo “Aprendendo com Clara”
Atalhos e trilhas
Uma vez, em uma escola, uma garota – treze, quatorze anos –, saia curta, cabelos compridos, olhos atentos, jeito de quem sabia das coisas, quis saber se eu me considerava diferente dos outros mortais.
— Outros mortais? Continue lendo “Atalhos e trilhas”
Os cem anos de meu pai
Ele queria estar aqui hoje. Cercado pelos que amou. Chegou mesmo a nos pedir que o ajudássemos a chegar vivo ao dia 16 de maio de 2011. A única contribuição que poderíamos lhe dar era nossa demonstração constante de afeto e companheirismo. Era um desejo puro repleto de alegria de viver. Continue lendo “Os cem anos de meu pai”
Era uma vez
Quando eu era criança, ouvi muitas histórias.
Algumas tinham reis, rainhas, príncipes, princesas, fadas, madrastas, bruxas, castelos, carruagens, cavalos. Casamentos. Continue lendo “Era uma vez”
Sonho meu
Não o da bela canção de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, mas aquele ou aqueles que nos chegam em uma madrugada fresca de outono, sem muita lógica, sem avisar. Uma cena que invade nosso sono noturno e traz lembranças de pessoas e coisas passadas, arquivadas no fundo do baú da memória. Continue lendo “Sonho meu”
Nada acontece lá fora
Ontem, sábado, depois de um dia inteiro brigando com um texto que teimava em não me obedecer, busquei o melhor remédio. Música. Fora de casa, pra me distanciar do teimoso. Continue lendo “Nada acontece lá fora”
Incomunicável e estrangeiro (2)
Foi um pavor, para mim, minhas primeiras horas no Rio de Janeiro. Sem o telefone e o Moleskine, não estava preocupado, pois poderia ligar para minha casa e pedir os números de algumas pessoas que eu deveria encontrar naquele dia. Fui lá para isso. Continue lendo “Incomunicável e estrangeiro (2)”
Incomunicável e estrangeiro (1)
Há muitos anos viajo levando meu Moleskine, simpática caderneta que a Maria mineira, que foi morar em Portugal, me deu de presente. Desde aquele dia, qualquer que fosse o tamanho da viagem, o livrinho de capa preta me acompanhou. Continue lendo “Incomunicável e estrangeiro (1)”
O púcaro búlgaro e a cultura
Nunca quis matar nenhuma velhinha. Mesmo assim, lembro-me até hoje do impacto que foi ler, em minha adolescência, Crime e Castigo, de Dostoiévski. O drama de Raskolnikov, um jovem que assassina a troco de nada, motivou o escritor russo a escrever um romance que é uma viagem através da alma humana. Continue lendo “O púcaro búlgaro e a cultura”
Lindberg e a camisinha
Com tudo o que fez como líder estudantil, Lindberg Farias pode ter passado por porra-louca. Agora está no outro lado, o da camisinha. Todos viram como o hoje senador petista ampliou o projeto de sua colega Maria do Carmo Alves, do falecido DEM, para salvar o País da aids. Continue lendo “Lindberg e a camisinha”
Os tempos são outros
Li no jornal. Alguém – quem? –, disse que não se usa mais escrever crônicas sobre falta de assunto, como Rubem Braga se cansou – ou não? – de fazer. Os tempos são outros. Continue lendo “Os tempos são outros”
