Esquizofrenia petista

No primeiro governo Lula o quadro já era esquizofrênico. Quem mais se opunha à política econômica do ministro Antonio Palocci e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, eram senadores e deputados do partido do presidente, o Partido dos Trabalhadores. Enquanto isso, a oposição a defendia porque as medidas do então ministro da Fazenda iam na direção correta: superávit primário, meta da inflação, responsabilidade fiscal. Continue lendo “Esquizofrenia petista”

Sabatina dupla piora o que já é ruim

Na quarta-feira, 13, o Brasil vai assistir a mais uma invencionice política: uma sabatina conjunta dos indicados pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, e para a Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet. O formato surreal, dizem, teria sido decidido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para auxiliar o governo, atenuando a pressão da oposição bolsonarista que gosta de Gonet e odeia Dino. Sob todos os aspectos, é mais um absurdo – e não são poucos os absurdos – que subverte o dever e a responsabilidade do Senado. Continue lendo “Sabatina dupla piora o que já é ruim”

Curiosidades

O Brasil é um país de muitas curiosidades. Não digo que os outros não sejam. Mas aqui curiosidades proliferam como cupinzeiros no meio do campo. Já notaram como crescem aqueles cones maciços de terra erigidos por tão minúsculas criaturas? Continue lendo “Curiosidades”

As contradições de Lula na COP28

Lula fez um bom discurso na abertura da Conferência do Clima, a COP28. Clamou por medidas concretas para interromper o aquecimento global, apontando a necessidade da descarbonização do planeta e de se acelerar a transição energética. Até aí Lula pontificou, se apresentando como um estadista com a pretensão de liderar o mundo pelo exemplo na corrida para a transição energética, ainda que isso não seja uma tarefa simples ou fácil. Continue lendo “As contradições de Lula na COP28”

Este é um país que vai pra trás

Reestatização de refinaria no Ceará, aprovação do marco legal das usinas eólicas em alto-mar com “jabutis” que obrigam a contratação das super poluentes térmicas a carvão, condicionantes à liberdade de imprensa. Esses são apenas alguns exemplos de retrocessos recentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, que se somam aos do setor privado, desde sempre e cada vez mais dependente de incentivos, regalias e privilégios. Ainda que existam avanços aqui e acolá, a exemplo da queda do desmatamento na Amazônia e da reforma tributária, que só será plena em 2032, o Brasil, definitivamente, anda para trás. Continue lendo “Este é um país que vai pra trás”

Notas argentinas 2

Alguém deve ter soprado nas orelhas do recém eleito Javier Milei que não pode brigar com quem lhe dá um prato de comida. Vai daí, o desmiolado autorizou o Itamaraty de lá a mandar uma cartinha a Lula pedindo arrego. 

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Não se faz diplomacia com o fígado

Se a relação entre países também se faz por meio de gestos, a surpreendente visita ao Brasil da futura ministra do exterior da Argentina, Diana Mondino, tem uma enorme simbologia. A ministra fez questão de ser a portadora da carta convite para que Lula esteja presente na posse do presidente Javier Milei, recém eleito no país vizinho. A visita dissipa nuvens responsáveis por leituras catastrofistas sobre as futuras relações entre o Brasil e o próximo governo argentino. Continue lendo “Não se faz diplomacia com o fígado”

O Brasil na guerra de Maduro

A diplomacia brasileira e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm pela frente um teste de fogo. Nada a ver com as guerras da Rússia na Ucrânia ou de Israel versus Hamas, nas quais Lula tentou, sem sucesso, algum protagonismo. Agora, o perigo mora ao lado. O desafio e a saia justíssima envolvem o companheiro Nicolás Maduro e sua pretensão de “retomar” para a Venezuela a Essequiba, região que ocupa dois terços da Guiana. Sem descartar invasão por terra, ar e mar. Continue lendo “O Brasil na guerra de Maduro”

Notas argentinas

Os anarcocapitalistas vêem o Estado como um opressor a ser combatido e, se possível, extinto. Só serve para impor limites, atrapalhar os negócios e disseminar a pobreza, pois os ricos são tolhidos de empreender como querem e os pobres, por consequência, impedidos de subir na vida. 

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A direita na encruzilhada

O curto-circuito na relação entre Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas expressa um dilema mais de fundo. A direita brasileira está diante do impasse de decidir entre dois caminhos para tentar pousar no Palácio do Planalto em 2026. Ou segue o plano de voo traçado por Bolsonaro, ou adota uma estratégia mais moderada, acenando para o centro e, assim, conseguir acumular forças, ampliando seu arco de alianças. Continue lendo “A direita na encruzilhada”

Gororoba municipal

A um ano da eleição municipal, os partidos dos principais cabos eleitorais do país – o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PL do ex – não refletem o vigor da disputa do ano passado, quando Lula obteve 50,9% dos votos e Jair Bolsonaro, 49,1%. Ainda que a polarização continue viva no ambiente digital, com lulistas e bolsonaristas se esbofeteando, nas maiores capitais do país os acordos políticos têm falado mais alto do que a gritaria das redes, e os partidos nem de um nem do outro têm, até então, candidatos competitivos.  Continue lendo “Gororoba municipal”

Sobre os carniceiros

Quando dois carniceiros se encontram para se matarem, restam poucas opções aos circundantes observadores da matança. Tomar partido por um dos lados é uma delas. Não leva à paz, mas ao fim da matança com o extermínio da outra parte. Leva à paz dos cemitérios. Não é o caminho.

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O passado está de volta

A poderosa Federação Única dos Petroleiros sempre teve forte influência nos governos petistas em relação aos rumos da Petrobras. Com acesso direto ao gabinete presidencial e umbilicalmente ligada ao Partido dos Trabalhadores, dava várias cartas. E um veto da FUP poderia inviabilizar nomeações de diretores e gerentes da estatal ou mesmo provocar demissões na estrutura de comando. Esse poder foi interrompido com o escândalo do petrolão. Continue lendo “O passado está de volta”

Tudo por dinheiro

Como em um passe de mágica, a instrução normativa nº 2, de apenas dois parágrafos, aprovada pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, autorizou que quase um terço – R$ 4 bilhões dos R$ 12,5 bilhões reservados no orçamento de 2024 para emendas de bancadas dos estados – migrem para o Fundo Eleitoral. Somados aos R$ 961 milhões que o governo havia fixado para esse fim, o financiamento público para as eleições municipais do ano que vem baterá todos os recordes: R$ 5 bilhões. Dinheiro que deveria ir para hospitais, postos de saúde, escolas, obras de infraestrutura… Continue lendo “Tudo por dinheiro”

O Hamas venceu

A Bolívia rompeu relações diplomáticas com Israel. A Bolívia está certa. Chile e Colômbia chamaram seus embaixadores de volta de Israel, primeiro passo para o rompimento diplomático. Chile e Colômbia estão certos. 

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