Perigo à vista

Com a escolha dos prefeitos das 51 cidades que foram ao segundo turno, o Brasil encerra neste domingo o vigésimo ciclo eleitoral pós-ditadura (9 federais e 11 municipais) carregando vícios no sistema, que privilegia candidatos com pedigree e dinheiro, e no conteúdo – sem propostas, sem programas. Um risco para o qual os políticos têm de tomar tento. Continue lendo “Perigo à vista”

Ninguém dá bola para vereador

O Brasil chega às eleições municipais deste domingo reincidindo no erro de sempre: ninguém dá bola para vereadores. O eleitor não sabe em quem votar e depois que vota não se lembra em quem votou. O pouco caso com essa primeira etapa, a da vereança, produz parlamentos locais pífios, comprometendo a base da democracia representativa e, consequentemente, todo o sistema político. É como desejar obter PhD sem alfabetização.   Continue lendo “Ninguém dá bola para vereador”

Cuidado: a IA pode errar

Não se deve confiar cegamente nos textos escritos por inteligência artificial. Podem apresentar viés, podem tomar partido em questões polêmicas e fazer afirmações categóricas em temas sobre os quais há dúvidas ou diferentes visões. Podem, pura e simplesmente, errar. Continue lendo “Cuidado: a IA pode errar”

Eu preferiria um segundo turno Boulos x Nunes

Me entristece demais, na verdade me apavora a possibilidade de um segundo turno para a Prefeitura de São Paulo entre Pablo Boçal e Guilherme Boulos – e, diabo, isso agora, neste momento, faltando poucas horas para o início da votação, parece que é algo plausível. Até mesmo provável. Continue lendo “Eu preferiria um segundo turno Boulos x Nunes”

O cordão dos toffolizados cada vez aumenta mais

“Um ano após anular as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht, Dias Toffoli batiza uma corrida de delatores em busca dos mesmos benefícios processuais dados a Lula da Silva”, disse, em editorial, O Estado de S. Paulo, no dia 14/9. E cravou: “É o ‘Efeito Toffoli’, algo que, sem qualquer prejuízo semântico, também pode ser chamado de festim da impunidade”. Continue lendo “O cordão dos toffolizados cada vez aumenta mais”

“A impunidade ganha um nome”

José Antonio Dias Toffoli não teve a alegria de ver seu nome entre os aprovados em nenhum dos dois concursos de ingresso na magistratura do Estado de São Paulo a que se submeteu – mas fez por merecer um título muito mais difícil, o de ter seu nome transformado em nova palavra do idioma. Continue lendo ““A impunidade ganha um nome””

Nos tempos da Telebrás

A gravidez da Suely não foi muito tranquila. Eu me lembro quase como se fosse hoje de um dia em que ela não se sentiu nada bem, e eu precisei pedir uma orientação para o ginecologista dela. A gente tinha mudado fazia poucas semanas do apartamento pequeno na Rua Bela Cintra para o maior na João Moura, em Pinheiros. Desci e fui correndo, apavorado, o coração na mão, para o orelhão que ficava junto da padaria, na esquina da João Moura com a Teodoro Sampaio. Continue lendo “Nos tempos da Telebrás”

Medalhas olímpicas, PIB e IDH

Sete países do mundo estão no top 20 dos rankings de medalhas olímpicas, Produto Interno Bruto e Índice de Desenvolvimento Urbano: Estados Unidos, Japão, Austrália, Países Baixos, Reino Unido, Alemanha e Canadá. Nesta ordem segundo o quadro de medalhas de Paris 2024. Continue lendo “Medalhas olímpicas, PIB e IDH”

O discurso canalha

Os fatos todos na Venezuela nestes últimos anos – e especialmente, claro, nos últimos dias –  deixam a gente profundamente triste, desanimado, angustiado. Mas, para além dos fatos trágicos em si, é desalentador, desanimador, depressivo, ver as reações do governo brasileiro à tragédia mais que anunciada. Continue lendo “O discurso canalha”

Um evento extraordinário

Os dois foram companheiros na oposição à ditadura. Estiveram lado a lado nos palanques pelas diretas-já. Terminado o regime militar, um venceu o outro duas vezes consecutivas nas eleições para a Presidência – e no primeiro turno. Depois, o partido de um derrotaria o partido do outro quatro vezes seguidas nas eleições presidenciais. Foram, portanto, 24 anos de rivalidade entre seus partidos. Continue lendo “Um evento extraordinário”

Marcha à ré e na contramão

Ah, o país está mesmo sem freios, e agora, ainda por cima, o pior Congresso, o mais conservador, preconceituoso e ignaro dos últimos tempos ainda tenta usar medidas, projetos, PLs, PECs e pocs contra nósameaçando a ordem democrática como se fôssemos nada, apenas uma massa de manobra, e embora maioria, pessimamente representadas nos Parlamentos e no Executivo. Minimamente no Judiciário. Continue lendo “Marcha à ré e na contramão”

O PL do Estupro não vai passar em silêncio

Ainda bem que existe a imprensa. Ainda bem que existe o bom senso, e as organizações e as pessoas – aos milhares – estão botando a boca no trombone, protestando. Ainda bem. Felizmente. Ao contrário do que desejam alguns políticos reacionários, imbecis, hipócritas que usam Santos Nomes em vão, o PL do Estupro não vai passar assim a toque de caixa, silenciosamente. Continue lendo “O PL do Estupro não vai passar em silêncio”