Mariana

Foi numa madrugada fria de junho de 1978 que conheci o verdadeiro Hector Gulberti. Argentino, cara de cantor de tango, um dia viera pedir-me emprego na redação do Jornal da Cidade, de Jundiaí, do qual eu era o redator-chefe. Apresentou-me como única credencial a declaração verbal de que trabalhara na diagramação do El Clarín, diário de Buenos Aires. Continue lendo “Mariana”

Uma casinha pequenina

O sol quente, tão quente quanto no verão, fazia estalar as sementes de mamona espalhadas no terreirão. E era inverno. Chovera quase toda a noite, a estrada era uma faixa pontilhada de poças multiformes em todo o estirão, até onde a vista alcança­va. Continue lendo “Uma casinha pequenina”

Um belo fruto tropical

No outubro de 1986 as águas haviam baixado com o fim das chu­vas, depois do inverno rigoroso daquele ano acima da linha do Equador. Embora o céu ainda carregasse suas nuvens para lá e para cá, ora fechando, ora abrindo, o verão tropi­cal foi chegando. Continue lendo “Um belo fruto tropical”

No inverno daquele junho

Andou pé-ante-pé no silêncio da madru­gada, fios de claridade vazando pelas frestas da janela. Cuidou de não acordar a mãe, rosto marcado pela dor que povoava seu sono. Parou ao lado da cômoda onde uma solitária rosa, temporã florescida no inver­no daquele junho, consumia um resto de vida alimentada pela água fria na caneca de ágata. Continue lendo “No inverno daquele junho”