Brasil é simbólico para Biden

Primeiro presidente dos Estados Unidos a pisar na Amazônia durante o mandato, agenda prevista para este domingo, Joe Biden deve usar o encontro do G20, no Rio, para fixar seu legado como o líder mundial que mais se dedicou às causas ambientais e ao enfrentamento das mudanças climáticas. No mínimo, seu sucessor Donald Trump terá muito trabalho para anular o que foi feito nos últimos anos e, assim, exercer seu negacionismo.  Continue lendo “Brasil é simbólico para Biden”

Só Kamala salva

Aflição e medo. Não era assim que o mundo costumava enxergar as eleições nos Estados Unidos, país símbolo da democracia que até pouco tempo a exalava por todos os poros. Tudo mudou com Donald Trump – e pode piorar ainda mais. Se Trump vencer, consolida-se a ideia de que os fins justificam os meios sórdidos, as mentiras e as ilegalidades. Se perder, ele não aceitará a derrota, assim como fez em 2020, minando ainda mais a confiança dos americanos nos pilares da democracia. Para Trump, modelo para outros democratas de araque, a conta é simples: ou ele vence ou a eleição não vale. Continue lendo “Só Kamala salva”

O golpe em curso

Está tudo traçado e sendo executado para ressuscitar Jair Bolsonaro como candidato à Presidência em 2026. Os resultados do primeiro turno das eleições municipais, que deixaram o PL do ex muito bem na fita, combinados aos movimentos do próprio capitão – “sou candidato” – e de seu filho 01, senador Flávio Bolsonaro, expresso em artigo publicado sexta-feira em O Globo, não deixam dúvida: a ideia é criar ambiente para o golpe, mandando às favas a inelegibilidade determinada pelo TSE. Continue lendo “O golpe em curso”

Tudo por dinheiro

Dez anos depois de banir as doações de empresas e de torrar só neste ano quase R$ 5 bilhões do pagador de impostos para financiar campanhas eleitorais, os políticos preparam um mix de custeio público e privado para turbinar as candidaturas – que já valeria para 2026. Como nem de longe partidos políticos pensam em andar com suas próprias pernas, sustentados por seus apoiadores, tramam a combinação diabólica do ruim com o muito pior. Continue lendo “Tudo por dinheiro”

Política podre incita violência

O Brasil é um país violento, líder em número absoluto de homicídios no ranking de 2023 das Nações Unidas. Ainda que os assassinatos tenham caído 6% neste ano, o país ostenta números horripilantes, com 16,5 mortos por 100 mil habitantes, 18º lugar entre 196 nações. Mata-se por controle do tráfico, dinheiro, poder, ciúme; por motivo torpe ou sem qualquer motivo. Mata-se por desavença política. Por aqui, em vez de solucionar conflitos, a política tem sido combustível para a violência – que só aumenta.

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Brasil, a terra do nunca

O governo Lula liberou mais de R$ 900 milhões  – R$ 513 milhões extra-orçamento e outros R$ 400 milhões via BNDES – para combater os incêndios que impactam 60% do país, consumindo parte da Amazônia, do Pantanal e do Cerrado. Antes tarde do que nunca. O problema é que no Brasil tudo é tardio e, mesmo quando as “emergências” são previamente anunciadas, as ações beiram o nunca. Vale para o fogo e a seca, para chuvas torrenciais. Não existem planos A, B, nem com qualquer letra, só corre-corre e improviso. Nem agora, nem em governo algum. Continue lendo “Brasil, a terra do nunca”

Urnas podem derrubar mitos

A 20 dias de o país ir às urnas para escolher 5.569 prefeitos e 58.442 vereadores, alguns mitos sobre as eleições municipais parecem estar caindo por terra. Na 13ª eleição do século 21, antigas escritas ainda valem, algumas delas no sentido inverso do que muitos previam. A saber: Continue lendo “Urnas podem derrubar mitos”

Kamala versus Trump

Na terça-feira, dia em que Kamala Harris enfrenta Donald Trump no debate promovido pela ABC News, faltarão 55 dias para a eleição presidencial dos Estados Unidos, cujo resultado impactará o resto do mundo – para o bem ou para o mal. Continue lendo “Kamala versus Trump”

Bolsonaro vem aí

Jair Bolsonaro começa a semana cheio de gás. Não só pela força vinda de Elon Musk, dono do X, que escalou a guerra contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo da manifestação convocada pelo ex para o próximo dia 7, na Avenida Paulista, mas pelas boas novas que certamente virão do Senado. Por lá, está tudo pronto para aprovar mudanças na Lei da Ficha Limpa que podem cancelar a sua inelegibilidade. Sem precisar de uma proposta de anistia, esta também em estágio adiantado. Continue lendo “Bolsonaro vem aí”

Desagradável

Não há mais o que fazer sobre a Venezuela. Nicolás Maduro roubou as eleições, não vai largar o osso e enfiou o Brasil em uma enrascada. Ainda assim, o presidente Lula diz que a ditadura não é ditadura; que a Venezuela “vive um regime desagradável, mas muito diferente de uma ditadura”. Muito desagradável para os 24 mortos e suas famílias, para os mais de 2,4 mil oposicionistas presos pelo regime depois das eleições. Desagradabilíssimo para eleitores que depositaram em peso seus votos nas urnas, que ganharam e não levaram, para os quase 8 milhões que fugiram do país. Continue lendo “Desagradável”

O Reino Unido contra o ódio

Em tempos de acirramento da política binária que domina o planeta, da explosão e reedição de conflitos milenares e até da guerra fria, a reação popular no Reino Unido em defesa dos imigrantes foi mais do que alento, emocionou ao ponto de lágrimas. Um exemplo e uma lição para o mundo. Continue lendo “O Reino Unido contra o ódio”

Tão perto e tão longe

A 62 dias das eleições municipais as urnas ainda não estão no radar do eleitor. Pelo menos nas grandes cidades – que concentram mais de 40% dos 155 milhões de brasileiros habilitados a votar. Culpa de um sistema eleitoral caquético e deformado, que privilegia os políticos e não os cidadãos.

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Liberté, égalité, fraternité, démocratie

A espetacular cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos que Paris ofereceu ao mundo seguramente teria outra cara se o partido de Marine Le Pen tivesse vencido as eleições legislativas francesas de 7 de julho.  Poderia até ser mantida a ideia do desfile ao ar livre pelos cenários icônicos da Cidade Luz, mas jamais seria a celebração da diversidade, da mistura de brancos, pretos, pardos, amarelos, gays e drags – receita repudiada pela extrema-direita de todos os cantos do planeta, que em vez de festejar o diferente o exclui. Continue lendo “Liberté, égalité, fraternité, démocratie”

Eles não querem Maduro

Os venezuelanos vão às urnas no próximo domingo para votar em peso no candidato de oposição Edmundo González e Nicolás Maduro será reeleito. E, pelo andar da carruagem, com as bênçãos do Brasil. “Eles que elejam os presidentes que quiserem”, disse Lula na sexta-feira, como se fossem livres as eleições promovidas pelo ditador do país vizinho. Continue lendo “Eles não querem Maduro”

O país do perdão

Descumprir a lei, não pagar dívidas e muito menos multas. Esse tripé, que esbofeteia os cidadãos honestos, foi referendado pela maioria dos deputados federais com a aprovação de mais uma anistia a dívidas de partidos políticos, a quarta pós-1988, desta vez com o absurdo adicional de incluí-la na Constituição. Um escárnio com requintes de crueldade, escancarado na redução do fundo eleitoral para candidatos pretos e pardos, ferindo o princípio universal de que todos são iguais perante a lei. Mas tudo vale no país do perdão. Continue lendo “O país do perdão”