“O Brasil precisa de um Estado meritocrático e profissional”, discursou Dilma Rousseff na quarta-feira, 11 de maio, ao instalar a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade.
A frase da presidente é louvável. Pena que entre a intenção e o gesto, a promessa e o cumprimento dela, haja uma distância amazônica. O governo lulo-petista é só gogó: fala, promete – mas não entrega, conforme mostram algumas notícias dos últimos dias, reunidas aí abaixo, no quinto apanhado de fatos e análises que faço neste site em menos de um mês e que demonstram que a propalada competência gerencial de Dilma Rousseff é puro mito, invenção do marketing.
Alguém que admite que há oito anos está sendo enrolada por um subordinado pode ser uma classificada de boa gerente? Alguém que nomeia para determinado cargo pessoa que sabe que não entende do assunto?
Começo então meu quinto apanhado de provas da incompetência de Dilma e de seu governo com este comentário do jornalista Ricardo Noblat, publicado no Blog do Noblat em 11/5/2011:
* “A boa gerente que há oito anos está sendo enrolada”
“Muito interessante a nota publicada, ontem, sob o título “Paciência no limite”, por Renata Lo Prete na coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Dá conta da contrariedade da presidente Dilma Rousseff com a Infraero, agora comandada por Gustavo Valle. Renata escreveu que em recente reunião sobre aeroportos, Dilma, por mais de uma vez, foi ríspida com os diretores Jaime Parreira (Engenharia) e João Márcio Jordão (Operações).
Dilma disse assim a certa altura do encontro:
– Vocês estão me enrolando há oito anos.
Em outro momento, dirigindo-se a Gustavo Valle, afirmou:
– Quando chamei o senhor para o cargo, sabia que não entendia de aeroportos. Mas se passaram semanas.
O episódio contraria a fama de gerente eficiente angariada por Dilma.
Como um gerente eficiente pode ser enrolado durante oito anos? E como nomeia para um cargo alguém que sabe de antemão que não entende do traçado?
Interessante.” (Blog do Noblat, 11/5/2011.)
* O Ministério da Educação deseduca (1)
Segundo um livro adotado pelo MEC, falar “os livro”, “nós pega o peixe”, “os menino pega o peixe” é válido. E quem achar que não é válido é porque tem “preconceito linguístico”.
O livro se chama Por uma Vida Melhor, foi editado pela Global e distribuído – segundo informou o MEC – a 484.195 alunos de 4.230 escolas. (Estadão, 13/5/2011.)
Nos dias seguintes à divulgação desse fato escandaloso pelo Estadão e depois pelos outros jornais, houve tremenda – e justificadíssima – grita. Mas o MEC informou que não se não se envolverá na polêmica. Um auxiliar do ministro Fernando Haddad disse ao Globo: “Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo”. (O Globo, 16/6/2011.)
Mas é a idiotice consumada, a idiotice que segue a outra idiotice. Ninguém está pedindo que o MEC proíba o livro: só se está dizendo que é um absurdo um livro com tamanha imbecilidade ser adotado pelo governo e distribuído a 484.195 alunos, caramba!
* O Ministério da Educação deseduca (2)
Na sua patética luta pelo “politicamente correto”, o MEC também pretende distribuir às escolas de ensino fundamental uma cartilha de prevenção à homofobia. “Quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude”, diz o jornalista Guilherme Fiúza, em artigo no Globo de 14/5/2011.
Outro trecho do artigo de Guilherme Fiúza:
“Assim como a quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo – fazer política. Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes. No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito. Nesse meio tempo, o país 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da IONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana).”
* O governo não sabe o que fazer com a inflação. (1)
“Nesse segmento da atividade econômica, o governo Dilma segue dividido e vacilante. Por um lado, estimula com despesas públicas, crédito fácil e investimentos públicos a formação de empregos e a criação de renda. Por outro, assiste à corrosão do poder aquisitivo desse mesmo trabalhador pela inflação. A decisão explícita é dar total prioridade ao combate à inflação. E, no entanto, esse combate exige forte desaceleração da atividade econômica e, consequentemente, desaceleração do atual ritmo de criação de empregos, ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff pareceu defender nesta quarta-feira (11/5).” (Celso Ming, Estadão, 12/5/2011.)
* O governo não sabe o que fazer com a inflação. (2)
“O governo já não esconde sua apreensão (com a alta da inflação). Resgatando um discurso que parecia ter sido enterrado para sempre em 1994, tenta agora convencer as empresas a ‘evitar remarcações de preços’. Alarmado com a reindexação e a sinalização que poderá advir das grandes negociações coletivas de reajuste salarial, num quadro de inflação próxima a 7% ao ano, o governo clama pela necessidade de que tais negociações sejam pautadas pela meta de 4,5%. E promete se empenhar para desindexar a economia. O que só realça a inconseqüência com que a política econômica vem sendo conduzida. Afinal, trata-se do mesmo governo que, há poucos meses, com ares de defensor da austeridade, fez o Congresso aprovar uma regra de superindexação que deverá exigir, em janeiro de 2012, um reajuste de salário mínimo de nada menos que 14%.” (Rogério Furquim Werneck, economista, em artigo no Globo, 13/5/2011.)
* O governo não sabe o que fazer com a inflação. (3)
“O maior risco virá no começo do ano que vem, quando entrar em vigor o salário mínimo com a nova fórmula de reajuste indexada ao crescimento de dois anos antes e a inflação do ano anterior. Essa fórmula foi um erro que revelou o grau de desconhecimento que o atual governo tem da natureza complexa da inflação brasileira. (…) A inflação se combate com coerência na política econômica, controle de gastos públicos, competição nos mercados e visão estratégica. Tudo isso está em falta.” (Miriam Leitão, O Globo, 15/5/2011.)
* O governo não sabe o que fazer com os aeroportos.
Poucas semanas após anunciar que está disposto a entregar parte das obras dos aeroportos à iniciativa privada, o governo emite sinais confusos, nada objetivos, sobre o que de fato vai acontecer. O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, disse ao Globo que a concessão, total ou parcial, dos maiores aeroportos brasileiros à iniciativa privada será precedida de um grande esforço público para melhor a gestão e a ampliar a capacidade de uso dos terminais antes das grandes obras. (O Globo, 15/5/2011.)
* O ajuste fiscal é artificial, mostra o especialista.
“A partir de uma análise das contas públicas no primeiro trimestre deste ano, o economista Raul Velloso concluiu que o ajuste fiscal promovido pelo governo é artificial e não atende às reais necessidades da economia, pois decorre, em grande parte, do adiamento de despesas obrigatórias, como o pagamento de sentenças judiciais na área de pessoal e da Previência.
* Brasil gasta menos com saúde do que a África
“A parcela do Orçamento do governo brasileiro detinada à saúde, 6%, é inferior à media africana (de 9,6%) e o setor no País ainda é pago em maior parte pelo cidadão. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou ontem seu relatório anual. O documento inclui um raio X completo do financiamento da saúde e escancara uma realidade: o custo médio da saúde ao bolso de um brasileiro é superior ao da média mundial.” Apenas 41 das 192 nações avaliadas têm um índice mais preocupante que o do Brasil. (Estadão, 14/5/2011.)
* É só gogó: o governo promete mas não entrega. (1)
Um ano depois, plano de banda larga não sai do papel
“Lançado meses antes das eleições de 2010, o Plano Nacional de Banda de Larga (PNBL) completou um ano esta semana sem ter o que comemorar. Doze meses depois da publicação do decreto que estabeleceu as diretrizes do programa e reativou a Telebrás, com poderes para gerenciar o projeto, as metas, usadas como uma das bandeiras na campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência da República, não foram cumpridas.
“Resultado: nenhum município sequer ainda foi contemplado com a interligação de internet em alta velocidade; muito menos com pacotes de banda larga a R$ 35 com impostos e R$ 29,80 sem impostos. E não há previsão de quando as promessas serão, de fato, concretizadas. (Estadão, 14/5/2011.)
* É só gogó: o governo promete mas não entrega. (2)
Cerca de 500 moradores bloquearam uma estrada em Salvador, em protesto pela interrupção, há pelo menos um ano e meio, das obras de um loteamento que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida. O projeto original prevê a construção de 510 casas, ruas urbanizadas e áreas de lazer. “O que se vê no local, no entanto, é um cenário de abandono. Apenas 120 casas começaram a ser erguidas e estão inacabadas, sem instalações elétricas e hidráulicas.” (O Globo, 11/5/2011.)
* Aliado do governo diz que ajudou a acobertar contrabando
Ao atacar a ex-ministra Marina Silva, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que o marido dela, Fábio Vaz, de contrabandista. E, em seguida, confessou que participou de um acerto para livrar Fábio Faz de se explicar na Câmara, em 2004. Naquela época, Marina Silva era ministra do Meio Ambiente do governo Lula. “Quem fraudou contrabando de madeira (sic) foi o marido de Marina Silva, defendido por mim neta casa. Quando era líder do governo, evitei o depoimento do marido de Dona Marina”, disse Aldo. (Estadão e Globo, 12/5/2011.)
Marido de então ministra participa de contrabando, líder do governo acoberta, assume publicamente que acobertou – e nada acontece?
Muito provavelmente, nada acontece, mesmo. Estamos em falta de oposição, no país.
* Aliado do governo diz que há quadrilha no governo
“A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara quer que o governador do Ceará, Cid Gomes, preste esclarecimentos sobre as declarações que fez contra o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Cid chamou o ministro de ‘inepto, incompetente e desonesto’ e disse que há ‘uma quadrilha no Dnit’.” (O Globo, 12/5/2011.)
É, seria bom mesmo que Cid Gomes, do PSB, partido da base do governo, explicasse essa história. Ou bem há uma quadrilha no Dnit, Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte, órgão do Ministério dos Transportes, ou então o governista Cid Gomes é um caluniador e deveria responder por isso na Justiça.
* Correios, empresa estatal, tem um chefe para cada dois funcionários.
“Dados obtidos com exclusividade pelo Globo mostram, por exemplo, que há um funcionário comissionado (em cargo de chefia) para cada dois servidores. Em meio a divergências internas, os Correios farão concurso público para contratar 9 mil funcionários, mas têm exatamente a mesma quantidade em licença-médica, além de 4,5 mil aposentados por invalidez.” (O Globo, 15/5/2011.)
* O governo bajula Lula e Lulinhas
“A decisão do Itamaraty de não cancelar os passaportes dados a filhos e netos de Lula porque foram emitidos antes da edição de novas normas, nada fica a dever à determinação da Câmara de não punir deputados por crimes anteriores aos mandatos.
É a bajulação a serviço do nivelamento por baixo.” (Dora Kramer, Estadão, 12/5/2011.)
* Só rindo para não chorar: o geijo Mantega contra as inflassão
Notinha no Alcelmo Gois, O Globo, 16/5/2011:
“Do grande economista Edmar Bacha sobre o livro do MEC que defende a linguagem popular, mesmo com erros grosseiros:
– Agora que o MEC achou solução para nossa incapacidade de alfabetizar os brasileiros, ao apontar o errado como certo, tem gaiato sugerindo a Guido Mantega baixar uma MP para revogar a lei da oferta e da procura para combater a inflação sem afetar o crescimento. Com todo o respeito…”
16 de maio de 2011
Para ler mais provas da incompetência de Dilma e do governo:
Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4
Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5
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