O que tem a queda do presidente Bordaberry, do Uruguai, a ver com a mudança de O Estado de S. Paulo? Tem que são quatro e meia da tarde neste sábado de mudanças, e o Estadão está fechando a sua última edição na redação velha, da Rua Major Quedinho. E precisa fechar cedo, para facilitar as coisas. Continue lendo “O dia em Estadão e JT mudaram para a Marginal”
Há 102 anos, a terrível pandemia
Foram muitas, muitas casas de São Paulo com um pequeno pedaço de papel colado à porta. O sinistro papelucho era marcado pela tarja preta do luto. Antes que as mortes chegassem a centenas – a milhares -, ainda havia alguma esperança. A gripe espanhola matava milhões, na Europa e nos Estados Unidos, e em todo o mundo. Continue lendo “Há 102 anos, a terrível pandemia”
Lila Covas
Sobre a mesa de Dona Lila Covas havia algumas barrinhas de chocolate, quando ela me recebeu, no Palácio dos Bandeirantes. “São para minhas netas”, disse. Começamos a conversar sobre netas, porque contei que tinha duas. Logo ela pegou duas barrinhas e mandou para elas. A conversa, digo, entrevista, seguiu descontraída. Continue lendo “Lila Covas”
Tanta história, só no Ponto Chic
Abril de 1969.
Um palhaço triste, como em um quadro. A mesa de um bar, um copo, lá fora a chuva. No Ponto Chic, um bar antigo do Largo do Paissandu, Antonio Francisco da Costa pensa em seu circo, que pegou fogo sexta-feira. Ele não está maquilado, nem com suas roupas folgadas e coloridas. Se estivesse, seria Rebiam, o alegre palhaço do Circo e Teatro Jóia, do Parque São Domingos. Mas ele está triste. Porque, além de palhaço, é o dono do circo. Continue lendo “Tanta história, só no Ponto Chic”
São Paulo não parou
São Paulo, 1986. 18h30.
Há 2,5 milhões de carros nas ruas. Disputam 770 quilômetros de avenidas principais. Brigam com 4 mil semáforos. Desviam dos remanescentes das 3 mil obras que esburacam as ruas todo ano. E dos mil veículos que quebram todo dia. Nos 8 mil ônibus da cidade, há 6,67 passageiros por metro quadrado (média comemorada pela Prefeitura; até ano passado eram 10,86). E 200 mil pessoas se emburacam nas estações do metrô. Na Avenida Paulista… Continue lendo “São Paulo não parou”
Tumulto junto da PUC em São Paulo
Fiz esta foto pouco depois de 20h30 desta segunda-feira, 21/3, na Rua Ministro Godoy, junto do “prédio novo” da PUC de São Paulo.
O clima já era tenso. Continue lendo “Tumulto junto da PUC em São Paulo”
Tubanga, jaburu, crocodilagem. Puro paulistanês
Em 2002, Valdir Sanches publicou no Jornal da Tarde uma reportagem sobre o Museu da Língua Portuguesa, hoje um sucesso absoluto, que estava, na época, ainda sendo planejado. Continue lendo “Tubanga, jaburu, crocodilagem. Puro paulistanês”
Nunca houve governo tão incompetente (14)
Dez anos depois de ter sido o cenário inaugural do escândalo do mensalão, os Correios experimentam mais uma crise marcada pela ingerência política que corrói estatais. Lucro em queda vertiginosa, preços controlados artificialmente, recorde de queixas por atrasos de encomendas, empregados com salários descontados para cobrir um déficit bilionário no fundo de pensão. Continue lendo “Nunca houve governo tão incompetente (14)”
O mistério dos primeiros serial killers
O viajante senta-se para jantar. Atrás dele uma pessoa se aproxima e dá-lhe uma martelada na têmpora. Ele cai. Aquela pessoa se inclina sobre ele e corta-lhe a garganta. Em seguida levanta um alçapão e joga o corpo no porão, entre várias poças de sangue ressequido. Continue lendo “O mistério dos primeiros serial killers”
Self-service vipíssimo
No self-service de Dalgas Frisch, bem-te-vi come arroz cozido na hora, com sal a gosto. Tico-tico prefere alpiste, e dispensa o pão (que afinal é comida de pardal). E sabiá fica no arroz, mas não rejeita uma boa fruta. Continue lendo “Self-service vipíssimo”
Venezuela cerrada, Guiana open
LETHEM, REPÚBLICA DA GUIANA – O motorista de primeira viagem estranha ao dar de cara com a mudança logo depois da ponte Olavo Brasil, construída sobre o Tacutu, rio que demarca a fronteira entre Brasil e a Guiana. No fim da cabeceira, dentro do território guianense, o trânsito muda de mão, com tráfego pela esquerda, coisa que a grande maioria dos roraimenses (e dos demais brasileiros) só conhece pela TV e pelo cinema. Continue lendo “Venezuela cerrada, Guiana open”
Cerrado. Gracias y adiós
SANTA ELENA DE UAIRÉN, VENEZUELA – As ruas desta pequena cidade venezuelana, a primeira depois da fronteira, já não são mais o calçadão de milhares de roraimenses, a maioria dos frequentadores dos seus supermercados e de todo tipo de loja. A grande variedade de produtos importados, que faziam a festa dos que se aproveitavam dos preços e das facilidades do comércio formiga, sumiu. Principalmente os itens básicos de alimentação, higiene e limpeza, agora proibidos para os estrangeiros. Continue lendo “Cerrado. Gracias y adiós”
Viagem ao inferno bolivariano
Quem conheceu a Venezuela há 30 anos não a reconhece hoje, tamanhas e tão profundas são as mudanças na vida do país. Quando atravessei a fronteira pela primeira vez, o petróleo, cotado a preços estratosféricos, carreava bilhões de dólares para os cofres do governo e garantia uma fartura de produtos que chegavam do mundo todo. As importações só não eram maiores que a exportação do óleo cru que jorrava – e ainda jorra – das maiores reservas mundiais que se espalham pelo subsolo. Continue lendo “Viagem ao inferno bolivariano”
O céu é dos drones
Há alguma coisa no ar além dos aviões de carreira. Sim, são muitas e se chamam drones. Voam para executar missões de guerra, ou entregar pizza, com a vantagem de que o piloto fica em terra. Continue lendo “O céu é dos drones”
James Dean vem aÍ
O Porsche Spyder 550 prateado, o número 130 pintado nas portas e no capô, estava ali. Os dois homens entraram prontos para uma viagem de sete horas. Estavam em Los Angeles, Califórnia, EUA, e partiriam para Salinas, no mesmo estado, para uma corrida de automóvel – era o dia 30 de setembro de 1955. Continue lendo “James Dean vem aÍ”