Que se lixem as atenuantes

zzzzzmichelle

Está escuro. Mesmo no escuro, sei bem que estou corado. É desse intenso, rubro pra­zer, que só se tem no escuro de uma sala de cinema, que quero falar. Confesso-me. São pra­ze­res gra­tui­tos, indes­cul­pá­veis. Que se lixem as ate­nu­an­tes. É para ser cul­pado? Sou. Continue lendo “Que se lixem as atenuantes”

Vê-se tudo e ladra um cão

zzzzzmanuel

Não sei se é a vida, não sei se é a morte, sei é que se vê tudo. Eu que dos mor­ros da Gabela, numa manhã de cacimbo, jul­guei ter visto os arre­do­res do infi­nito; eu que de um avião vi nas­cer o Sol no Sara e, de outro, vi a inter­mi­ná­vel bran­cura do Árctico, vi agora, num filme, esse tudo que é toda a terra, todo o cosmos. Continue lendo “Vê-se tudo e ladra um cão”

O homem que viveu com Bardot, Deneuve e Fonda

O livro de memórias de Roger Vadim é tão absolutamente repleto de casos incríveis, de incidentes espetaculares, de momentos fantásticos, que o leitor tem todo o direito de duvidar um pouco. De gritar truco! De achar que ali tem muita ficção, criada por uma cabeça especialmente imaginativa, criativa. Continue lendo “O homem que viveu com Bardot, Deneuve e Fonda”

Bang-Bang

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Os meus melho­res bons sem­pre foram maus. Andam para aí a pre­gar ser­mões e até impor­ta­ram uma açu­ca­rada expres­são ame­ri­cana – role model –, mas a minha Amé­rica sem­pre foi outra, a come­çar pela Amé­rica da minha rua. Continue lendo “Bang-Bang”

Norma

zznorma1Norma Bengell, para mim, faz lembrar um Brasil que parecia que ia dar certo.

Norma Bengell tem um gostinho de anos dourados – aquele período especialmente rico da cultura brasileira, em que tudo era novo: nova capital, bossa nova, início do cinema novo. Continue lendo “Norma”