A camisola interior rasgada, uma alça deitada abaixo, o cabelo desgrenhado, por quem é que julgam que Marlon Brando grita em A Tramway Named Desire? Continue lendo “Sempre que gritam Stella, é por ela que gritam”
Whisky, Bourbon e um Quadro de Honra
Um dia, Orson Welles posou para a Playboy. Poupando-nos a poucas-vergonhas, em vez de se deixar fotografar, deixou-se entrevistar. Cada um dá o que pode. Continue lendo “Whisky, Bourbon e um Quadro de Honra”
Há tipos que andam na rua e não são eles
Bogart inventou uma personagem para si mesmo. A personagem com que se vestia era um tipo arrogante, municiado de respostas insolentes. Mesmo nos dias civis, em que não tinha de arrastar os pés para o estúdio, Bogart saía à rua dentro dessa pele. Continue lendo “Há tipos que andam na rua e não são eles”
Winston Churchill era produtor de cinema
Andámos lá perto e não vimos Orson Welles. Foi em Marraquexe, anos 80, e pela minha mulher ofereceram-me 60 tentadores camelos. Continue lendo “Winston Churchill era produtor de cinema”
O cadáver de John Barrymore
Raoul Walsh e Errol Flynn foram comprar um cavalo. No regresso a casa, um amigo, que acompanhara a agonia de John Barrymore, deu-lhes a notícia da morte do actor. Os Barrymores foram a primeira família real do cinema americano. Continue lendo “O cadáver de John Barrymore”
Quatro colunas de mármore
É bem possível que no coração de toda a besta se esconda um lírio. Não sei. Mas sei que, ainda a guerra não estalara, Hitler convidou Raoul Walsh a visitar Berlim. Walsh, irlandês, católico, rijo a filmar homens, estava em Londres, a convite de W. R. Hearst, patrão dos jornais e investidor no cinema americano. Meteu-se no avião e ala. Continue lendo “Quatro colunas de mármore”
A raiz quadrada de Preston Sturges
Onde está a verdade das coisas? Por exemplo, onde está a verdade de Portugal? Numa refundíssima análise de José Gil ou aconchegada ao odor que emana de umas saias do Bolhão? Continue lendo “A raiz quadrada de Preston Sturges”
Nossa Senhora salvou o Citizen Kane
Deixem lá agora Orson Welles e prestem atenção a Joe Breen. Filho de catolicíssimos irlandeses, educado numa boa escola católica de Filadélfia, chegou a ser um inócuo repórter, funcionário público até. Mas não foi isso, nem ter-se casado com a namoradinha da escola, a quem fez seis lindos filhos, que o fez passar à história. Continue lendo “Nossa Senhora salvou o Citizen Kane”
Um rugido de fim de império
Há um filme sobre o rugido dos anos 20. James Cagney e Humphrey Bogart vivem-no no Roaring Twenties, de Raoul Walsh. O rugido, primeiro rugido imperial da América, que acabara de ganhar essa Grande Guerra que agora faz cem anos, traz a Lei Seca e contrabando, jazz, coristas e avidez, a proliferação do automóvel e da urbana morte a tiro. Continue lendo “Um rugido de fim de império”
O que é um round-robin?
É o meu anti-herói favorito. Ia apresentá-lo e ele interrompe-me: “A minha biografia? Para quê? Basta ir às esquadras de Los Angeles. Está lá tudo.” E, no entanto, apesar do abundante cadastro policial, Robert Mitchum é um rio tranquilo. Continue lendo “O que é um round-robin?”
Deitada na cama, um telefone ao lado
Conhecia-a porque o João Bénard a conhecia. O João, meu director, falava dela e, sem a vermos, já a víamos. Deliciava-nos com as excentricidades dela, assustava-nos com as fúrias dela. Eram os anos 80, estava eu na Cinemateca Portuguesa, que era como se fosse irmã gémea da Cinemateca Francesa. Continue lendo “Deitada na cama, um telefone ao lado”
Deus nos dê valentes inimigos
Deus nos dê valentes inimigos e já explico porquê.
Em 1939, Lubitsch e Billy Wilder pediram a Cary Grant que fosse o par de Greta Garbo em Ninotchka. Levaram sopa e temos todos pena. Continue lendo “Deus nos dê valentes inimigos”
Capuchinho Vermelho não sabe andar
Não tentem desmentir-me, nem me venham com paleio de coincidências. Se é a 1 de Junho que se comemora o Dia da Criança é por ser, digo eu, o dia em que nasceu Marilyn Monroe, a criança mais criança que o mundo já conheceu. Continue lendo “Capuchinho Vermelho não sabe andar”
É tudo a fingir
Eu levava as coisas muito a peito. Fui praticamente filiado no pol-potismo da crítica de cinema que os substitutos de Truffaut e Godard instalaram nos Cahiers du Cinèma quando lhe desamarelaram a capa. Até que, um dia, o actor Dennis Hopper chorou para mim. À minha frente, mas mesmo para mim. Continue lendo “É tudo a fingir”
Spoilers
Os trailers, as sinopses, hoje em dia, estão contando todo o filme. São spoilers – entregam o que o espectador não deveria saber, estragam o prazer, as surpresas que os criadores prepararam. Continue lendo “Spoilers”











