É dado como certo que os jornais impressos vão morrer. Mais do que isso: é dado como certo que a morte dos jornais tem até dia marcado para acontecer. Há apenas algumas dúvidas sobre a exatidão das datas. Continue lendo “Os jornais e a cacofonia da internet”
Recordações de uma final de festival
Eu sei que estava nos bastidores do Teatro Paramount (hoje Teatro Abril, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo) e corria o ano da graça de 1967. Não me perguntem, por favor, qual era o mês (fazia frio) e muito menos o dia. Na verdade, eu tinha tenros 20 anos de idade e era repórter de uma revista chamada inTerValo, da Editora Abril, a única no país sobre televisão. Continue lendo “Recordações de uma final de festival”
Boca de crime
– Boa tarde, sou Carlos, o assistente social. Vim ajudá-la. Qual foi seu crime?
– Leitão assado.
– É grave. Continue lendo “Boca de crime”
Um dia para não comemorar
Toda discriminação é odiosa. Seja motivada pela cor da pele, pela origem dos povos, pelo credo, opção sexual, condição social ou matiz política.
Mas a luta segmentada, sectarizada contra a discriminação privilegia apenas um determinado grupo e, portanto, acaba por perpetuá-la. Continue lendo “Um dia para não comemorar”
Yo pisaré las calles nuevamente
Gostaria que o neto ou a neta que não sei se vou ter pudesse um dia – mesmo que velhinho, ou velhinha – caminhar por praças, avenidas, parques, ruas, com os nomes de Dora Kramer, Merval Pereira, Ricardo Noblat, Carlos Alberto Sardenberg, Miriam Leitão, Roberto Pompeu de Toledo, José Roberto Guzzo, Arnaldo Jabor. Continue lendo “Yo pisaré las calles nuevamente”
Grande Rei Roberto
Roberto Carlos é demais. É um fenômeno absolutamente extraordinário. Não há nenhum outro como ele. Ao longo do show de Roberto no Maracanã, fiz mil comentários com Mary, atrapalhando que ela visse e ouvisse Roberto. Continue lendo “Grande Rei Roberto”
Porto Alegre, uma fascinante cidade onde não vale o que está escrito
Em Porto Alegre, ao contrário de no Brasil do jogo do bicho, não vale o que está escrito. E a maior atração da cidade é – como dizem a respeito da macheza da gente daquele estranho país ao Sul de Santa Catarina – uma ficção. Ou, no mínimo, uma gigantesca dúvida. Continue lendo “Porto Alegre, uma fascinante cidade onde não vale o que está escrito”
São Paulo me enche de orgulho, me lava a alma
26/10/2008, domingo: São Paulo me enche de orgulho. A cidade que eu escolhi para viver baniu Marta Suplicy do mapa – e isso me enche de orgulho, me lava a alma. Continue lendo “São Paulo me enche de orgulho, me lava a alma”
A volta do dom divino que a fé em Alá calou
Se você ainda não ouviu, vá atrás de um disco chamado An Other Cup, de um tal de Yusuf. Esse sujeito é um dos dois maiores, melhores e mais profícuos criadores de melodias pop dos últimos 60 anos. Igual a ele, só Paul McCartney. Continue lendo “A volta do dom divino que a fé em Alá calou”
Seu Rona
Quarenta anos depois, me peguei pensando que aprendi coisas importantes com o Seu Rona.
Vojtech Rona. Nasceu na Hungria, veio para o Brasil na época da Guerra, creio, e se radicou em Curitiba. Era uma pessoa educadíssima, de imensa cultura geral; tinha lido muito, gostava de música erudita e era um grande entendido do assunto. Quando o conheci, em 1967, tinha 17 anos, e ele me parecia muito velho, como as pessoas que já passaram dos 50 parecem aos jovens. Continue lendo “Seu Rona”
Uma reportagem subjetiva sobre os anos de chumbo, piração e amor
Cada geração tem sua década, o conjunto dos anos em que era jovem e portanto seus sonhos eram tão fortes e poderosos que parecia ser possível realizá-los. A jornalista Lucy Dias teve a sorte grande (e, junto com ela, o terrível azar) de ter tido como sua a década de 70, aquela que, no Brasil, mais ainda que a de 60, mudou absolutamente tudo, ou quase tudo. Continue lendo “Uma reportagem subjetiva sobre os anos de chumbo, piração e amor”
Paris
Hemingway tinha razão: Paris é mesmo uma festa. Milhões e milhões de pessoas que souberam disso antes de mim tinham razão: Paris é escandalosa, despudorada, absurdamente linda. Continue lendo “Paris”
Em dois personagens de Gregory Peck, uma lição de vida
Gregory Peck interpretou muitos personagens dignos, altivos, em sua belíssima carreira. Há o janota que parece covarde de Da Terra Nascem os Homens; o militar determinado de Os Canhões de Navarone; o advogado bom pai, bom marido, mas temeroso, de Círculo do Medo; o jornalista que leva a princesa Audrey Hepburn para seu apaertamento e não encosta nela porque ela estava sonadinha, de A Princesa e o Plebeu – e tantos outros. Mas dois deles, em especial, são extremamente marcantes. Continue lendo “Em dois personagens de Gregory Peck, uma lição de vida”
With all the clarity of dream (*)
O que foi pedido: A short love, horror or funny story, usando expressões como As flat as a pancake, As good as gold, As pretty as a picture, As quiet as a mouse, etc
O que foi entregue:
Instead of A short love, horror or funny story,
A short love, horror and (slightly) funny story Continue lendo “With all the clarity of dream (*)”
Não, glamour não é para todo mundo
Em Repulsa ao Sexo, de 1965, o primeiro filme que dirigiu depois de deixar seu país, a Polônia, o cineasta Roman Polanski teve que fazer um intenso exercício para desglamourizar Catherine Deneuve, então na glória de seus vinte e poucos anos. Continue lendo “Não, glamour não é para todo mundo”