Marxismo-Marilynismo

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Ainda está vivo o moço que nos anos 60 foi entregar mercearias a um apartamento de Manhattan e a quem uma distraída mulher agarrada a um ruidoso aspirador disse: “Ponha aí.” De boca aberta, ele percebeu que era, e não podia ser, Marilyn Monroe. “É a Marilyn?”, perguntou-lhe. “Sim, às vezes sou eu. E tu quem és?” Continue lendo “Marxismo-Marilynismo”

Fora, ONU

Bilhões de dólares perdidos para a corrupção, dezenas de políticos delatados e até o presidente da República citado como beneficiário de caixa dois; Câmara que ameaça juízes e promotores, ministros do STF que se acham mais supremos do que a Corte, senadores que se consideram acima da lei. Continue lendo “Fora, ONU”

A “taxa de oxigênio”

Logo que li sobre os desmandos de Adriana Ancelmo e Sergio Cabral pensei num dos personagens mais bem desenhados da literatura francesa, o père Grandet, que o autor descreve como um homem com uma monomania: colecionar moedas e peças em ouro, amealhar, empilhar, tê-las sempre ao alcance da mão e dos olhos. Ele as guardava num gabinete ao lado de seu quarto, cuja chave só ele e sua filha tinham. Continue lendo “A “taxa de oxigênio””

O STF desfez o despropósito de Marco Aurélio

As redes sociais foram tsunamizadas por uma onda impressionante de indignação com a decisão tomada por 6 a 3 votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, que exclui Renan Calheiros da linha sucessória do presidente da República, mas não força o Senado Federal a ter outro presidente. Continue lendo “O STF desfez o despropósito de Marco Aurélio”

A língua de Einstein

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Temos presente a mais e o tempo, este tempo, é um cárcere. Sou inábil e inepto para o explicar, mas sei que a seta do tempo não existe. O passado está sempre a irromper no presente e o futuro já aconteceu. Acordam-nos pela manhã os nossos mortos e já dormimos há muito tempo com o amor que ainda nem conhecemos. Continue lendo “A língua de Einstein”

As ruas gritaram. Só não ouve quem é doido

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Estava linda a Avenida Paulista neste domingo, 4 de dezembro. Como seguramente estava linda a Avenida Atlântica, a Praça da Liberdade, a Avenida Boa Viagem, a Esplanada dos Ministérios, para citar só as manifestações que já vi nas fotos do Rio, de Belo Horizonte, do Recife, de Brasília. A Paulista, isso posso garantir, estava uma beleza. Continue lendo “As ruas gritaram. Só não ouve quem é doido”

Bipolaridade demais, senso de menos

Política não é cartesiana. Nela, dois mais dois por vezes não somam quatro, e o antagonismo simplista é quase sempre um equívoco. Dizer isso em um planeta que tem preferido a grita (o nós x eles) à análise de fatos e à maturação de ideias beira o extemporâneo. Mas trata-se de prudência obrigatória, quanto mais diante de temas tão palpitantes quanto medidas para coibir a corrupção e o abuso de poder. Continue lendo “Bipolaridade demais, senso de menos”

Deus se lembrou que é brasileiro

Depois de uma tragédia estúpida e cruel como a de anteontem, quando perdemos 71 pessoas por falta de combustível, por descuido e imprudência! Depois de tanto chorar ao ler sobre os meninos da Chape e de acompanhar com o coração apertado as lindas homenagens ao querido time de Santa Catarina, Deus favoreceu o Brasil nos enviando esta quinta que, se não apaga nossa tristeza, ao menos alivia nossa dor. Continue lendo “Deus se lembrou que é brasileiro”

Educação em Cuba

Que fique claro: ditaduras não se justificam em nome dos avanços sociais e muito menos são pré-condição para tais conquistas. Não há, portanto, nenhum sentido em absolver Fidel Castro e o seu regime sob o pretexto de a revolução cubana ter promovido a “igualdade”. Continue lendo “Educação em Cuba”

Gente indigesta

Alçado ao cargo maior da República depois dos escândalos de corrupção que destroçaram o PT, do acirramento das crises política e econômica – aprofundadas pela incompetência e soberba de Dilma Rousseff -, e pela pressão das ruas, o presidente Michel Temer só tinha duas alternativas: acertar ou acertar. Nos rumos da economia e na moralidade com a coisa pública. Mas não se cansa de errar: ainda patina no ajuste das contas e esborrachou-se de vez no plano ético. Continue lendo “Gente indigesta”

A onda “nacional-populista”

O início do século 21 foi marcado por uma nova onda populista na América Latina, de corte anti-imperialista, terceiro-mundista, voltada para as massas de descamisados não incorporadas ao mercado de consumo, marginalizadas do processo de globalização. Apesar de ser um fenômeno regional, o bolivarianismo nas suas diversas vertentes – chavismo, lulo-petismo, kirchnerismo, entre outros – virou referência para a esquerda, como nova via para o socialismo e alternativa à mundialização da economia. A onda entrou em colapso com a explosão da bolha das commodities, que as financiava. Continue lendo “A onda “nacional-populista””

O pecado e a mulher jovem

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Raymond Chandler foi virgem até aos 32 anos. É sabido que o virgem tardio reverencia a mulher mais velha. Chandler entregou o seu puro ceptro a uma mulher de 50 anos. Raymond conhecia tudo da vida, a violência doméstica, a universidade, o poema, a guerra, o trabalho de contabilista, menos uma coisa, a mulher nua. Continue lendo “O pecado e a mulher jovem”

Lei demais em um país sem lei

Para coibir safadezas com o dinheiro público, o Brasil precisa de leis específicas e rigorosas. Essa foi a inspiração do Ministério Público Federal ao propor as 10 medidas contra a corrupção, que, seguramente, serão desfiguradas no cabo de guerra em que se tornou a apreciação da matéria na Câmara. Tanto ali quanto no Senado, todos defendem, da boca para fora, as investigações da Lava Jato e adjacentes. Mas no confronto com a realidade tudo muda de figura. E uma lei a mais pode ser a salvação de quem quer fugir da lei. Continue lendo “Lei demais em um país sem lei”