Quem passa pela Rua São Bento, onde começa a Avenida São João, no Centro de São Paulo, só precisa erguer os olhos para saber as horas. Ali, sob alto pedestal, está um antigo relógio público, com seu grande mostrador. Haverá, nos dias de hoje, quem se importe com ele? A resposta é sim! Ninguém é louco de tirar o celular do bolso para ver as horas e ser atacado por um trombadinha. Continue lendo “Caramba! Roubaram o celular”
Notícia: o crime da mala
No texto anterior, este que vos escreve citou rapidamente o nariz de cera, prática usada nos jornais de há muitas décadas. Era uma espécie de preâmbulo, que antecedia a notícia propriamente dita. Agora, para melhor entendimento, reproduzo trecho da primeira página de O Estado de S. Paulo na edição de 9 de outubro de 1928. Continue lendo “Notícia: o crime da mala”
Agradáveis locais de trabalho
Nariz de cera (texto com obviedades que no século passado abria as notícias dos jornais):
O conforto no trabalho, tão desfrutável nos dias de hoje, não era possível em outros tempos porque dependia-se da papelada. E esta, documentos, ofícios, correspondência, notas fiscais, achava-se guardada nas gavetas dos portentosos arquivos de aço e outros meios físicos. A informática facilitou tanto as coisas, que, hoje, até mesmo as mesas de escritório e as salas de reunião estão ficando dispensáveis.
Um cão bem-falante
Terminado o almoço, peguei um cafezinho, sentei-me na poltrona, liguei a televisão… e não houve tempo para mais nada. A campainha do portão da rua soou. Ora, quem viria incomodar um pacato idoso em uma hora destas? Espiei pelo olho mágico (o visor da porta da rua), e não vi ninguém. Havia ali apenas um cachorro. Essa criançada apronta, pensei.
Caridade não tem idade
Tão pequenas, aquelas crianças passavam horas na rua, em dias muitos quentes, às vezes frios, abordando motoristas de carros parados no farol. “Compra, moço, compra, dona”. Ofereciam garrafas de água. Era como um esmolar, de resultado difícil. Em um dia destes, tiveram uma boa surpresa. Um motorista comprou todas as garrafas que tinham. Como ficaram contentes os pequenos, e o irmão mais velho, que os vigiava… Puderam voltar cedo para casa.
Só que não!
Certo dia de há muito tempo… A Prefeitura de São Paulo anunciou que a praça à frente da antiga Estação Rodoviária, a Júlio Prestes, seria remodelada. Naqueles dias, este que vos escreve cuidava da pauta de reportagens da editoria de Geral, cobrindo férias do titular. Eis o que concebeu. Continue lendo “Só que não!”
Textinho genérico
Os melhores amigos dos idosos são o cachorro e o remédio para a pressão alta. É verdade que este último pode sair caro. O “remedinho” chega a mais de R$ 100,00, como acontecia com o usado por este que dedilha as teclas do laptop. No entanto, citando o número do CPF e do plano de saúde, baixava para R$ 91 ,00. Foram anos com valores altos. Continue lendo “Textinho genérico”
R de Reportagem
Naqueles velhos tempos, tudo era singelo no exercício do jornalismo. A máquina de escrever, as laudas de papel… O que fez, por exemplo, o enviado especial da Folha de S. Paulo a Corumbá, para cobrir o confinamento do ex-presidente Jânio Quadros, em 1968? Ora, em seu quarto de hotel datilografou, na máquina portátil trazida de São Paulo, um texto com o que havia apurado durante o dia. Depois, de um telefone do hotel, ligou para certo número no jornal. Continue lendo “R de Reportagem”
Nas asas da Ponte Aérea
Veio no noticiário destes dias. O Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, voltará a servir apenas à ponte aérea Rio São Paulo, como em sua origem; com uma exceção, Brasília. Mas nunca será como antes…
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Do nada se vai ao longe
Personagem para uma história: uma garota de 18 anos. É tudo o que me ocorre diante da tela em branco do laptop. O que faço com a jovem? Bem, coloco-a em um cenário promissor… isso quando criar um, o que ainda não aconteceu. No entanto… vamos dizer que ela esteja em uma loja de carros, com o pai. Opa, já tenho alguma coisa. O pai vai comprar um carro para a filha. Por quê? Fácil. Ela conseguiu entrar na faculdade. Continue lendo “Do nada se vai ao longe”
Um gato… mas teimoso
João, não um João Ninguém, mas um honrado trabalhador, havia deixado sua casa e caminhado dois quarteirões quando viu no chão, encostado a um muro, um… gatinho. Um filhote, miando fracamente.
Não pecarás
— Tira essa mão daí!
O sujeito levou um susto com a voz surgida não sabia de onde, e rapidamente retirou a mão da blusa entreaberta da namorada. O casal recompôs-se, mas não havia mais clima para nada. Ergueu-se do banco e se foi. Continue lendo “Não pecarás”
Admirável mundo doido
Ora, minhas amigas e meus amigos, estou pensando em me dar menos trabalho para escrever os textos deste nosso blog. Na verdade, já me sinto bem ultrapassado pelas maravilhas correntes nos dias de hoje. Vou dar as iniciais do que estou falando: IA.
Uma praça…
Ah, o banco de praça… Cenas que atravessam os tempos. Lá estão os velhos, sentadinhos, vendo o tempo passar. Outros, piedosos, jogam alimentos aos pombos. Um casal de namorados, uma mãe com seus filhinhos…
Resistir além da vacina
Ora, o idoso vai ter que exercer a arte do transformismo para garantir o seu direito de ir e vir. Terá que vencer a repressão dos filhos, adoráveis, mas com excesso de zelo. Veja só. Até poucos anos atrás, tendo abandonado (compulsoriamente) o volante de um carro, pegava seu ônibus, depois o metrô, e atendia a seus compromissos.
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