O que tem a queda do presidente Bordaberry, do Uruguai, a ver com a mudança de O Estado de S. Paulo? Tem que são quatro e meia da tarde neste sábado de mudanças, e o Estadão está fechando a sua última edição na redação velha, da Rua Major Quedinho. E precisa fechar cedo, para facilitar as coisas. Continue lendo “O dia em que Estadão e JT mudaram para a Marginal”
Aquela noite, no bar
Certa noite, dirigindo o carro pela Avenida Antártica, este que vos escreve passou pelo Bar do Alemão e quase caiu duro. O ponto habitual do pessoal do Jornal da Tarde para uma bebidinha depois do trabalho estava com as portas baixadas! Em frente, na calçada, havia uma seleta de notívagos. Continue lendo “Aquela noite, no bar”
Ah, o realismo fantástico
O caixão com o corpo do Gabriel Garcia Márquez teve que ser levado na mão, por trezentos metros. Vencida mais ou menos a metade, um homem que segurava uma das seis alças (parece que era o Vargas Llosa) sentiu-se mal e teve que desistir. A alça ficou vazia, mas os que continuaram perceberam que algo estranho se passava. Parecia que o caixão estava menos pesado. Continue lendo “Ah, o realismo fantástico”
Cuidado! Intruso na cozinha
De repente, caí em si, como diz o vulgo. Se as pessoas cozinham o tempo todo, até na tela da tevê, por que eu não? Logo entrava na cozinha com livros de receita guardados na despensa. Continue lendo “Cuidado! Intruso na cozinha”
De olho no Estadão
De uns tempos a esta parte, o venerável Estadão tem, muito moderninho, adotado a gíria. É comum usar o “ficar de olho”, até em chamada de primeira página. Da minha parte, está tudo bem, embora… Continue lendo “De olho no Estadão”
Alô? E vem a voz salvadora
Jornalistas… telefonistas… O que tinham a ver uns com as outras, nos tempos da pré-informática? Veja esta situação. Em certa madrugada de julho de 1979, este que vos escreve estava deitado na cama de um hotel de Manágua, na Nicarágua, olhando para o teto. Um tanto desolado. O dia anterior havia sido de grande agitação, diante da possibilidade de que o ditador Anastásio Somoza deixasse o poder. Os guerrilheiros sandinistas estavam cada vez mais próximos.
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Caramba! Roubaram o celular
Quem passa pela Rua São Bento, onde começa a Avenida São João, no Centro de São Paulo, só precisa erguer os olhos para saber as horas. Ali, sob alto pedestal, está um antigo relógio público, com seu grande mostrador. Haverá, nos dias de hoje, quem se importe com ele? A resposta é sim! Ninguém é louco de tirar o celular do bolso para ver as horas e ser atacado por um trombadinha. Continue lendo “Caramba! Roubaram o celular”
Notícia: o crime da mala
No texto anterior, este que vos escreve citou rapidamente o nariz de cera, prática usada nos jornais de há muitas décadas. Era uma espécie de preâmbulo, que antecedia a notícia propriamente dita. Agora, para melhor entendimento, reproduzo trecho da primeira página de O Estado de S. Paulo na edição de 9 de outubro de 1928. Continue lendo “Notícia: o crime da mala”
Agradáveis locais de trabalho
Nariz de cera (texto com obviedades que no século passado abria as notícias dos jornais):
O conforto no trabalho, tão desfrutável nos dias de hoje, não era possível em outros tempos porque dependia-se da papelada. E esta, documentos, ofícios, correspondência, notas fiscais, achava-se guardada nas gavetas dos portentosos arquivos de aço e outros meios físicos. A informática facilitou tanto as coisas, que, hoje, até mesmo as mesas de escritório e as salas de reunião estão ficando dispensáveis.
Um cão bem-falante
Terminado o almoço, peguei um cafezinho, sentei-me na poltrona, liguei a televisão… e não houve tempo para mais nada. A campainha do portão da rua soou. Ora, quem viria incomodar um pacato idoso em uma hora destas? Espiei pelo olho mágico (o visor da porta da rua), e não vi ninguém. Havia ali apenas um cachorro. Essa criançada apronta, pensei.
Caridade não tem idade
Tão pequenas, aquelas crianças passavam horas na rua, em dias muitos quentes, às vezes frios, abordando motoristas de carros parados no farol. “Compra, moço, compra, dona”. Ofereciam garrafas de água. Era como um esmolar, de resultado difícil. Em um dia destes, tiveram uma boa surpresa. Um motorista comprou todas as garrafas que tinham. Como ficaram contentes os pequenos, e o irmão mais velho, que os vigiava… Puderam voltar cedo para casa.
Só que não!
Certo dia de há muito tempo… A Prefeitura de São Paulo anunciou que a praça à frente da antiga Estação Rodoviária, a Júlio Prestes, seria remodelada. Naqueles dias, este que vos escreve cuidava da pauta de reportagens da editoria de Geral, cobrindo férias do titular. Eis o que concebeu. Continue lendo “Só que não!”
Textinho genérico
Os melhores amigos dos idosos são o cachorro e o remédio para a pressão alta. É verdade que este último pode sair caro. O “remedinho” chega a mais de R$ 100,00, como acontecia com o usado por este que dedilha as teclas do laptop. No entanto, citando o número do CPF e do plano de saúde, baixava para R$ 91 ,00. Foram anos com valores altos. Continue lendo “Textinho genérico”
R de Reportagem
Naqueles velhos tempos, tudo era singelo no exercício do jornalismo. A máquina de escrever, as laudas de papel… O que fez, por exemplo, o enviado especial da Folha de S. Paulo a Corumbá, para cobrir o confinamento do ex-presidente Jânio Quadros, em 1968? Ora, em seu quarto de hotel datilografou, na máquina portátil trazida de São Paulo, um texto com o que havia apurado durante o dia. Depois, de um telefone do hotel, ligou para certo número no jornal. Continue lendo “R de Reportagem”
Nas asas da Ponte Aérea
Veio no noticiário destes dias. O Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, voltará a servir apenas à ponte aérea Rio São Paulo, como em sua origem; com uma exceção, Brasília. Mas nunca será como antes…
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