Cadernos de receitas

Velhos cadernos de receitas fazem bem ao paladar, ao afeto e à memória de uma família. Em nossa casa temos dois; um para salgados, outro para doces. Estão bem velhos, um deles sem a capa. As receitas, lançadas à mão, mostram caligrafias diferentes. Continue lendo “Cadernos de receitas”

Como na hora do gol

A cada gol, muita comemoração, muita barulheira. Pergunto: por que só no futebol, nos esportes? Por que não para os simples mortais? Vamos imaginar Sérgio Vaz tentando uma manchete de página no Jornal da Tarde daqueles bons tempos. Continue lendo “Como na hora do gol”

Complô familiar

Descobri há pouco uma trama familiar contra objeto de uso profissional que me era caro. A peça, é verdade, tinha algum tempinho de uso, hã… duas décadas. Tratava-se de uma bolsa de lona verde, com duas divisões, e, costurados fora, dois bolsos. Como as que se vendiam em lojas de artigos para pesca e caça, quando esta não era proibida. Continue lendo “Complô familiar”

Mamute planaltino

Um mamute foi reproduzido no País, diante dos olhos da nação, e ninguém se deu conta. Evoluiu da forma embrionária para a adulta em uma incubadora nada discreta, o Parlamento, em Brasília. Sua natureza nem um pouco sutil avultou aos olhos na nação, e ainda assim não assombrou ninguém. Continue lendo “Mamute planaltino”

Bem na selfie

Os policiais do Rio e Rogério 157, o preso, saíram muito bem na selfie feita pelos primeiros para comemorar a prisão do segundo, que foi parar nas primeiras páginas dos jornais. 157 mostrou que tem estilo para posar. Eu se fosse ele reclamaria o empréstimo de pelo menos uma pistola ponto 40, para não sair de mãos abanando. Continue lendo “Bem na selfie”

Empoderamento é a pqp!

Emponderamento é a mãe!

Talvez por achar que palavra também é moda, o portal do Estadão da quinta 16 traz este título para matéria sobre o São Paulo Fashion Week: “Estado faz manifesto contra assédio na SPFW com frases de emponderamento.” Continue lendo “Empoderamento é a pqp!”

Tapera x gaiola

Este alquebrado correspondente de guerra dispensa luxos e só quer um lugar para descansar o esqueleto. Continuaria muito bem onde está, no velho casarão gasto, com árvores grandes que sombreiam o telhado. Mas vem a mulher, e diz: “A casa ficou grande”. “Ora”, replico, me fazendo de desentendido. “Está do mesmo tamanho que nós construímos.” Continue lendo “Tapera x gaiola”

Mulatas

Gostaria de fazer uma estátua para ela, em Ipanema, bem em frente de onde foi o Oba Oba, a casa de shows do Sargentelli. Poderia ser uma escultura como a do Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana (sem óculos). Com todo respeito ao poeta, as qualidades dela iriam despertar muito mais a atenção, iluminariam o lugar. Continue lendo “Mulatas”