“Se Lula se diz um democrata, não pode aceitar a ditadura cubana. Se aceita, não é democrata.” É uma bela e corretíssima conclusão esta, que Merval Pereira expõe em seu artigo de hoje (quarta, 10 de março) no Globo, com base no princípio da contradição de Aristóteles – quando há duas proposições contrárias, e uma verdadeira, então a outra é necessariamente falsa. Continue lendo “Ou não tem caráter, ou perdeu o juízo”
Carta aberta ao presidente da República
Rio de Janeiro, 5 de março de 2010
Presidente Lula:
O senhor, no dia 24 de fevereiro próximo passado, em Havana, Cuba, ao ser interpelado sobre por qual motivo não atendera aos pedidos dos dissidentes cubanos que gostariam de conversar consigo, declarou que não recebera carta alguma e que “As pessoas precisam parar com o hábito de fazer carta, guardar para si e depois dizer que mandaram.” Continue lendo “Carta aberta ao presidente da República”
O artigo de Alberto Dines que foi censurado
Alberto Dines – um dos nomes mais importantes da história do jornalismo brasileiro – foi censurado pelo portal Último Segundo, do iG. Há cinco anos Dines escrevia um artigo semanal para o portal; semana passada, para publicação na sexta, dia 27 de fevereiro, ele escreveu sobre a viagem de Lula a Cuba e a morte do preso político Orlando Zapata Tamaya. Continue lendo “O artigo de Alberto Dines que foi censurado”
O corpo do preso político ainda estava quente, e eles tietavam o ditador assassino
Não sou muito fã das pessoas que são fãs fanáticas, tietes, groupies. Acho isso um tanto bobo, um tanto adolescente, um tanto histérico. Continue lendo “O corpo do preso político ainda estava quente, e eles tietavam o ditador assassino”
Que as crianças possam brincar na Plaza Orlando Zapata
Que, no futuro, as crianças cubanas possam brincar na Plaza Orlando Zapata.
Quem sabe até a futura Calle Yoani Sánchez desemboque na Plaza Orlando Zapata. Continue lendo “Que as crianças possam brincar na Plaza Orlando Zapata”
Pedro França Pinto (1950-2010)
Algumas lembranças fortes ficaram me perseguindo no dia em que morreu meu amigo Pedro França Pinto. Duas delas têm a ver com morte. A outra, que na verdade é mais de um período que de um momento, é gostosa, prazerosa, agradável. Continue lendo “Pedro França Pinto (1950-2010)”
Dylan e Joan Baez cantam na Casa Branca as músicas que mudaram os EUA
Bob Dylan e Joan Baez, e mais diversos grandes nomes da música americana, vários deles ligados diretamente à luta pelos direitos civis que resultou no banimento das leis segregacionistas que estiveram em vigor em vários Estados do Sul até meados dos anos 60, reuniram-se na Casa Branca, e cantaram as canções que ajudaram a mudar os Estados Unidos. Continue lendo “Dylan e Joan Baez cantam na Casa Branca as músicas que mudaram os EUA”
A garotinha Joni Mitchell encontra o grande Johnny Cash
Deve ter sido em 1968, ou 1969, talvez até um pouco antes disso: uma Joni Mitchell novinha, mas novinha de tudo, dentuça como uma adolescente, senta-se ao lado do já veterano, respeitado, adorado, mas ainda jovem Johnny Cash – ele devia estar com uns 36, 37, e ela, com uns 25. Continue lendo “A garotinha Joni Mitchell encontra o grande Johnny Cash”
Dylan Volume 4 – Um gênio que não pára
Bob Dylan não cabe num texto só. Vou publicar quatro.
Quando Dylan fez 40 anos, em 1981, fiz um longo texto sobre ele para o Jornal da Tarde. Foi o resultado de uma grande, exaustiva, cuidadosa pesquisa. Continue lendo “Dylan Volume 4 – Um gênio que não pára”
Uma bela homenagem a Laïs de Castro
Sem saber ao certo o que a estava esperando, Laïs de Castro acompanhou na quarta-feira (dia 20 de janeiro de 2010) a equipe deste Jornalistas & Cia para um encontro-surpresa. Reservamos para ela, com o apoio da Abril, uma espécie de reencontro com o seu passado, com seus primeiros dias de jornalista, com seu tempo de repórter da revista InTerValo, um grande sucesso editorial da editora nos anos 60. Continue lendo “Uma bela homenagem a Laïs de Castro”
Sobre “Dalva e Herivelto”, Globo, liberdade de imprensa, MPB
A Rede Globo está prestando um serviço inestimável à cultura brasileira. A minissérie Dalva e Herivelto, Uma Canção de Amor, pelo que mostrou nos dois primeiros episódios (exibidos nos dias 4 e 5 de janeiro), é um monumento. Continue lendo “Sobre “Dalva e Herivelto”, Globo, liberdade de imprensa, MPB”
O Irã tem muito a ensinar ao pessoal da Confecom
A imprensa iraniana foi proibida de publicar fotos do grande aiatolá Hossein Ali Montazeri, nos dias que se seguiram à sua morte – ele morreu domingo, dia 20 de dezembro. Um dos últimos jornais de oposição ao governo ainda em circulação, o Andishe-no, foi fechado na segunda-feira, 21. Jornalistas estrangeiros foram proibidos de cobrir as cerimônias fúnebres na cidade sagrada de Qom. As redes de celulares e de internet foram interrompidas e os sinais de TV do exterior foram tirados do ar. Continue lendo “O Irã tem muito a ensinar ao pessoal da Confecom”
É espantoso, chocante: o Supremo legitima a censura
Sei, sei, sei: tem aquele axioma que diz que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. E há as tecnicalidades jurídicas. O advogado referiu-se à alínea C do parágrafo 4, mas esse assunto deveria ser tratado na alínea Z do parágrafo 7, então seu pedido não vale, está negado – e páf, bate-se o martelo.
Tem tudo isso, e eu não sou jurista, sequer bacharel em Direito pela Faculdade de São José do Pito Acesso – mas a decisão do Supremo Tribunal Federal de manter a censura ao jornal O Estado de S. Paulo é, no mínimo, espantosa, chocante. Continue lendo “É espantoso, chocante: o Supremo legitima a censura”
Um domingo para lavar a alma
Este foi um Campeonato Brasileiro para a gente lembrar pra sempre. Pontos corridos, que é o jeito mais justo, o mais equilibrado. E com emoção até os 49 minutos do segundo tempo do último jogo. Continue lendo “Um domingo para lavar a alma”
Yo pisaré las calles nuevamente
Gostaria que o neto ou a neta que não sei se vou ter pudesse um dia – mesmo que velhinho, ou velhinha – caminhar por praças, avenidas, parques, ruas, com os nomes de Dora Kramer, Merval Pereira, Ricardo Noblat, Carlos Alberto Sardenberg, Miriam Leitão, Roberto Pompeu de Toledo, José Roberto Guzzo, Arnaldo Jabor. Continue lendo “Yo pisaré las calles nuevamente”
