De oito a dez ministros devem sair do governo até 2 de abril, data limite para candidatos às eleições de outubro deixarem seus cargos. À exceção da ministra da Agricultura Tereza Cristina, cuja atuação destoa dos demais colegas, eles não farão falta. O mais grave, talvez, esteja por vir: como o presidente Jair Bolsonaro sempre trocou auxiliares péssimos por piores, uma dezena de mudanças de uma só vez apavora. Continue lendo “Pode ficar pior”
O não-país
Nos últimos tempos, tenho a impressão de viver em um não-país. Nada parecido com a destemida Ucrânia que o tirano Vladimir Putin taxa como um não-país. Até porque lá a resistência forjou um líder, enquanto por aqui a mediocridade de populistas domina. Habitamos um Brasil regido por um desconcertante pouco caso com as aflições humanas, dúbio, que emite sinais confusos, ressuscita corruptos e joga no lixo boa parte de suas virtudes. E isso não é de hoje, começou muito antes da covarde invasão de Putin à Ucrânia. Continue lendo “O não-país”
Covardes e oportunistas
Mesmo com exemplos de sobra – estatismo exacerbado, ojeriza à imprensa, obediência cega ao chefe, que sempre está acima de tudo e todos -, petistas e bolsonaristas viram bichos quando alguém aponta semelhanças entre eles. Na invasão da Ucrânia por Vladimir Putin as parecenças reavivaram-se. Continue lendo “Covardes e oportunistas”
Por coincidência ou não
Não basta colocar o Brasil “do lado oposto da maioria global”, como destacou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ao comentar a solidariedade derramada a Vladimir Putin, em meio ao recrudescimento da crise Rússia-Ucrânia. O presidente Jair Bolsonaro quer mais. Conspira cotidianamente contra a civilidade e empenha-se, com afinco, em expurgar o país do mundo regido pela democracia. Continue lendo “Por coincidência ou não”
Audiência em baixa, riscos em alta
Nem o ar de profeta (de araque) – “…nos próximos dias vai acontecer algo que vai salvar o Brasil” -, ensaiado para os cativos do cercadinho do Alvorada, nem a mais recente bateria de “denúncias” de que o Exército teria encontrado “dezenas de vulnerabilidades” nas urnas eletrônicas funcionaram. Ambos movimentos do presidente Jair Bolsonaro tiveram repercussão baixíssima. Por um lado, é salutar que não se faça grande eco às suas sandices. Por outro, é um perigo. Deixa-se o monstro à solta para continuar a mentir, difamar as instituições e minar a democracia. Metodicamente. Continue lendo “Audiência em baixa, riscos em alta”
Federação, o jeitinho da vez
O Supremo Tribunal Federal deve decidir nesta semana o futuro das federações partidárias, novidade introduzida pelo Parlamento para driblar a cláusula de barreira – que impõe critérios de representatividade mínima aos partidos políticos – e o fim das coligações proporcionais. Ainda que contenha méritos, a nova regra, judicializada antes da estreia, resulta do improviso e açodamento do Congresso, que altera a legislação eleitoral com mais frequência do que o eleitor troca de roupa. Continue lendo “Federação, o jeitinho da vez”
Dias piores virão
Depois de três anos sob a presidência de Jair Bolsonaro, há apenas uma certeza: tudo sempre pode piorar. Agora, não apenas ele, que abriu a campanha pela reeleição no dia da posse, mas também seus auxiliares aumentam o tom das imbecilidades. Buscam consolidar candidaturas regionais patrocinando um campeonato de sandices que seria até risível, não fosse nefasto, abominável, acintoso. Continue lendo “Dias piores virão”
Ano Novo, Bolsonaro velho
A defesa da não obrigatoriedade de vacinação das crianças para a matrícula escolar reúne todos os ingredientes para virar a nova polêmica a ser insuflada pelo presidente Jair Bolsonaro, cujo estoque de conflitos anda repetitivo, insuficiente para mobilizar até o seu público mais fiel. Continue lendo “Ano Novo, Bolsonaro velho”
O Brasil tem fome
Fome. O tema é indigesto para iniciar o ano, mas obrigatório em um país onde mais da metade da população – 116,8 milhões – não come todos os dias e 9% – 19 milhões – têm carência alimentar grave. Avesso a pobres, o governo Jair Bolsonaro era sabidamente incapaz de fazer frente a essa penúria, que, pelo menos até aqui, também não frequenta a agenda dos demais presidenciáveis. No máximo, usam o estômago oco de milhões para rechear de indignação seus discursos, sem expor estratégias para livrar da indigência esse enorme contingente de brasileiros. Continue lendo “O Brasil tem fome”
Plenário de escorpiões
Falta pouco para 2022, ano em que o país se reencontrará com as urnas, pondo fim a uma campanha eleitoral iniciada há mais de mil dias. Mas, para além de Jair Bolsonaro e Lula, ambos em palanques permanentes, e das expectativas sobre os demais pretendentes à Presidência da República, poucas luzes são lançadas às disputas estaduais e, menos ainda, ao Congresso, hoje dono da maior bolada orçamentária e da pior avaliação de que se tem notícia na História. Continue lendo “Plenário de escorpiões”
Como o diabo gosta
No período que antecede a mais importante comemoração do calendário cristão quem faz a festa é o diabo. Afiados, emissários do coisa-ruim aceleraram o disparo do arsenal de maldades, não raro em nome de Deus – e dos pobres. Continue lendo “Como o diabo gosta”
Neste domingo, excepcionalmente…
Ela volta a escrever normalmente no próximo domingo.
12/12/2021
Sigilo fatal
As manobras contorcionistas para driblar a decisão do STF de tornar públicos os demandantes e os beneficiários das emendas do relator ao orçamento de 2020 e 2021 estão pondo a perder a aura que Rodrigo Pacheco tenta construir em torno de si. O bom moço, que se vende como pacificador de conflitos, meteu-se de corpo e alma no imbróglio, autorizando que se pense que ele tem muito a perder se os segredos vierem à tona. Continue lendo “Sigilo fatal”
Segredo mantido
Decisão judicial não se discute, cumpre-se. Isso vale para qualquer cidadão, sob pena de enquadramento em crime de desobediência, com penas de prisão e multa. Ou não, se a ordem prejudicar o arranjo político entre o Congresso e o governo Jair Bolsonaro. Esse foi o entendimento dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, ao mandar às favas a determinação do STF para que o Congresso desse publicidade às emendas secretas de 2020 e 2021. Bolsonaro também faz gato e sapato do Supremo, ao se negar a detalhar seus gastos. Continue lendo “Segredo mantido”
O Picolé de Chuchu
Tetra governador do estado de São Paulo e líder absoluto para retornar ao Palácio dos Bandeirantes de acordo com o Datafolha – tem 26% das intenções de voto contra 17% do petista Fernando Haddad -, Geraldo Alckmin é a noiva da vez. Seu nome aparece nas listas de desejos do PSD, PSB e até do PT de Lula. Mas sua aposta pode ainda estar no tucanato: registrou-se para votar nas prévias de hoje que definem o candidato do PSDB à Presidência da República e, dependendo do resultado, desfaz as malas que já estavam prontas para deixar a legenda. Continue lendo “O Picolé de Chuchu”
