Às vésperas do 23º aniversário do Plano Real, o Conselho Monetário Nacional tomou uma decisão histórica, por sua simbologia. Ao rebaixar o centro da meta inflacionária para 4,25% em 2019 e 4% em 2020, a equipe econômica capitaneada pelo ministro Henrique Meireles escreve um novo capítulo do compromisso assumido pelo Brasil em 1º de julho de 1994. O de defender o poder aquisitivo dos brasileiros e promover a estabilização de sua moeda para pôr fim a um tormento de 50 anos que corroía os salários, tornava a vida um inferno, desestruturava o Estado e inviabilizava os negócios. Continue lendo “Reencontro histórico”
Matrioska à la Brasil
A metáfora não tem relação direta com a recente viagem de Michel Temer à Rússia, mas a situação brasileira lembra bem a boneca russa, com uma boneca dentro da outra. No nosso caso, a cada crise que se destampa há outra dentro dela. Continue lendo “Matrioska à la Brasil”
O fantasma Bolsonaro
Parodiando o Manifesto Comunista: um espectro ronda o Brasil, o espectro de Jair Messias Bolsonaro. Ele existe e deve ser levado a sério. Há menos de um ano, os analistas, de forma quase unânime, o viam como fogo de palha, cuja chama se apagaria rapidamente. Hoje é alçado à condição de popstar por parcela cada vez mais crescente de jovens, muitos deles ex eleitores de Lula e Dilma Rousseff. Continue lendo “O fantasma Bolsonaro”
A Era do Centro
Se a Era dos Extremos, com suas catástrofes, crises econômicas, guerras, revoluções e polarização ideológica, teve como marco temporal a Sarajevo de 1914 e de 1991, é bem possível que a larga maioria conquistada por Emmanuel Macron nas eleições para a Assembléia Nacional Francesa venha a ser entendida, no futuro, como o limiar da Era do Centro. Continue lendo “A Era do Centro”
Entre a prudência e o medo
Na sua origem, o PSDB foi um partido afirmativo no campo programático e zeloso de atitudes éticas. Com um ano de vida, seu então candidato a presidente da República, Mario Covas, teve a coragem de mostrar a cara e propor um choque de capitalismo, para arejar o país de economia cartorial e de um estado capturado por interesses privados e corporativos. Três anos depois, o mesmo Covas liderou os tucanos na recusa de ingressar no governo Collor de Mello. Em vez das benesses do poder, optou pelo pulsar das ruas. Continue lendo “Entre a prudência e o medo”
A glamourização da barbárie
Por quase quatro horas Brasília esteve em chamas.
A batalha campal da última quarta-feira foi protagonizada por manifestantes, muitos deles mascarados, durante o protesto organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda contra as reformas que tramitam no Congresso Nacional, pela saída do presidente Michel Temer e por eleições diretas. Oito Ministérios foram depredados, dois incendiados e 49 pessoas feridas. Continue lendo “A glamourização da barbárie”
Indiretas Já
Na semana passada, neste mesmo espaço, elogiei o governo Temer pelos feitos de sua política econômica e de seu programa reformista. Tudo que afirmei era verdade. Em um ano o país deixou de se equilibrar no chamado tripé da maldade (inflação alta, juros estratosféricos e recessão) e o avião da economia começou a embicar para cima. Continue lendo “Indiretas Já”
Adeus à insanidade
Há um ano, o Brasil estava sem rumo e à beira do precipício. Pagávamos o preço do voluntarismo, do intervencionismo e dirigismo estatal, frutos de uma loucura chamada “nova matriz econômica”. Mambembe, o país se equilibrava sobre o tripé da insanidade: inflação alta, recessão e juros estratosféricos. Continue lendo “Adeus à insanidade”
O dique do Rio Sena
A onda nacional-populista que ameaçava se espraiar pelo velho continente com a força de um tsunami encontrou seu dique de contenção às margens do Rio Sena. A vitória consagradora de Emmanuel Macron afasta, por pelo menos cinco anos, o fantasma de o extremismo xenófobo e racista levar a Europa a ingressar nas trevas de uma nova idade média. Continue lendo “O dique do Rio Sena”
Esqueçam o que defendi
No início dos anos 80 nascia no ABC paulista o chamado sindicalismo combativo, tendo como bandeiras a modernização das relações de trabalho por meio de livres negociações entre patrões e trabalhadores e o fim da unicidade sindical – apenas um sindicato por categoria em uma mesma base territorial – com a consequente adesão do país à Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho, consagradora do princípio do pluralismo sindical. Continue lendo “Esqueçam o que defendi”
As veias abertas da social-democracia
As urnas francesas deixaram expostas as vísceras da social-democracia européia, mergulhada na sua maior crise pós Segunda Guerra Mundial. Por mais de 60 anos, os social-democratas foram hegemônicos no seio da velha classe operária e erigiram-se em poder graças à idéia-força do binômio igualdade-liberdade. Agora, estão sendo desidratados à direita e à esquerda. Continue lendo “As veias abertas da social-democracia”
A bomba mãe e a lanterna de Diógenes
A mãe de todas as bombas – a delação da Odebrecht – gerou a maior escuridão na vida política nacional desde o advento da República. Nela, todos os gatos parecem ser pardos, embora haja matizes de cinza entre eles. Continue lendo “A bomba mãe e a lanterna de Diógenes”
Educação: a segunda revolução
O Brasil dá, finalmente, passos significativos para deixar de ser retardatário na educação e pôr um pé no século XXI. Com a definição de uma base curricular comum para todas as escolas do país, criam-se as condições para que todos os fatores do sistema educacional estejam alinhados. Se o currículo vai mudar, a formação dos professores e o sistema de avaliação deverão acompanhar esse movimento. Essa é a chave para o sucesso. Continue lendo “Educação: a segunda revolução”
Reforma em dois tempos
Se a política é a arte do possível, como afirmava Otto Von Bismarck, se faz necessário convergir para uma reforma política consistente e palatável à opinião pública, para que não se aprofunde mais ainda o fosso entre a sociedade e seus representantes. O desafio é dar passos na direção de uma reforma capaz de contribuir para a superação da gravíssima crise de representação. Continue lendo “Reforma em dois tempos”
Nas mãos da França
Sessenta anos após o Tratado de Roma – embrião da União Européia, com um mercado de 500 milhões de pessoas que uniu rivais históricos e construiu a paz entre os países membros -, joga-se na França o destino do bloco. Continue lendo “Nas mãos da França”
