Acordei naquele dia 19 de janeiro do ano de 1982 com duas tarefas, uma burocrática e outra, poética. Saí pela manhã em direção ao banco para tratar de assuntos tributários que já nos afligiam em todo o começo de ano. Continue lendo “A mulher música”
Padre Mamão e o ministro Bezerra
No Colégio Arnaldo, batina preta e rosto branco, ele gastava com vontade a saliva para ensinar aos meninos os teoremas essenciais da matemática. Tinha clareza e entusiasmo, o que me contagiava. Confesso que o que aprendi naquele ano colou em minha memória. Continue lendo “Padre Mamão e o ministro Bezerra”
Arreda pra lá, 2011
Os falares do Brasil, essa riqueza lingüística contida em nosso idioma único, costumam surpreender os brasileiros que convivem com gente nascida e criada nas várias regiões do país. Continue lendo “Arreda pra lá, 2011”
No vinho, a verdade
Ou na cerveja, no espumante, sei lá. O certo é que, inebriado ou não, a vida tem me ensinado a moderação. Não que eu não tenha cometido ou ainda não cometa exageros. Sou de carne, ossos, emoções e sentimentos, como qualquer um dos meus semelhantes. Mas eu sigo aprendendo e um dia, se der tempo, chego lá. Continue lendo “No vinho, a verdade”
Chove mas não pinga aqui dentro
Impossível não falar na chuva quando ela bate incessantemente nos telhados, alagando ruas, derrubando casas e muros, destruindo esperanças e conquistas. Continue lendo “Chove mas não pinga aqui dentro”
Os meninos e Juan Miró
As crianças de cinco anos aprendem na escola a magia do traço de Juan Miró. São pequenas, mas falam com uma desenvoltura admirável sobre o que aprenderam. As características essenciais da pintura surrealista contrastando com o olhar real de um outro artista, que retrata animais e objetos que todos conhecem. A simples percepção da diferença de foco já é um achado. Continue lendo “Os meninos e Juan Miró”
O mineiro e o minério
Vozes da cidadania me chamam e não posso ignorá-las. Quem anda pelas Minas Gerais se deslumbra com suas surpreendentes paisagens, pelas montanhas, rios e vales. E se enamora de sua gente simples, sábia, pronta para receber com simpatia todos os viajantes. Continue lendo “O mineiro e o minério”
Mineiro: o queijo
Na mão a faca e o queijo. Não qualquer um, desses fabricados pelos grandes laticínios, feitos com leite pasteurizado, à moda norte-americana. Ou aquela coisa mole, soro puro, que faz sucesso nos supermercados e lojas sofisticadas do país. Continue lendo “Mineiro: o queijo”
A morte manda lembranças
Eu aprendi a gostar de Getúlio Macedo, sempre presente nas assembléias e nas festas dos compositores. Eis que chegou sua hora, como é inevitável: ele morreu no mês de outubro. Continue lendo “A morte manda lembranças”
A música em minha vida
A memória nos revela, como filme, pedaços esquecidos de nossa vida. Eu me vejo, calças curtas em Diamantina, saindo de um parque de diversões e o som da praça tocando uma canção de Luiz Vieira, “Menino de Braçanã”: “é tarde, eu já vou indo, preciso ir embora, té manhã; mamãe, quando eu saí, disse meu filho não demora em Braçanã”. Continue lendo “A música em minha vida”
Controle externo dos poderes
Bebendo nas águas do desembargador Rogério Medeiros, cito quem ele cita, o jurista italiano Mauro Capelletti: “os juízes exercitam o poder e onde há poder deve haver responsabilidade. Um poder não sujeito a prestar contas representa uma patologia.” Continue lendo “Controle externo dos poderes”
De Nova York para Araçuaí
Eu não inventei o amor, nem o Caymmi. Mas eu fico aqui pensando se seria possível viver sem esse sentimento que faz com que tudo seja bonito, que a vida seja essa aventura maravilhosa. Continue lendo “De Nova York para Araçuaí”
Chuva e sorvete
Na semana passada a água caiu por uns quinze minutos e eu fiquei pensando “ufa”, acabou a secura, a vida lá fora continua complexa mas a natureza nos traz finalmente a primavera. No fim do dia, notei que a chuva se fora sem deixar marcas e o sol voltou firme e forte, a umidade retornou aos níveis baixos de antes. Continue lendo “Chuva e sorvete”
Chuva e queijo com doce de leite
Depois de quase quatro meses de seca, a chuva bate em nossa casa. O cheiro de terra molhada penetra pelo nariz e traz uma sensação de tempos melhores. Continue lendo “Chuva e queijo com doce de leite”
Histórias queimadas
Dizem que era um jovem bonito e bom poeta, admirado pelos rapazes e moças de seu convívio. Atingido pela tuberculose, viveu menos do que merecia e sem obter o reconhecimento da cidade e de seus contemporâneos. Para os que viemos depois nada dele ficou, pois queimaram seus escritos, suas roupas, seus pertences. Continue lendo “Histórias queimadas”