Adoro os exageros. Não propriamente os materiais, os físicos, tipo soco demais, tiro demais – mas os que não ferem ninguém, a não ser os cultores do pouco, do mínimo. Continue lendo “Os versos mais exagerados”
Legrand, as mulheres, as paixões
A música de Michel Legrand, para mim, está associada a duas das melhores coisas da vida: a beleza das mulheres e a deliciosa dor que é a gente se apaixonar perdidamente. Continue lendo “Legrand, as mulheres, as paixões”
Roberto é Brasil
Roberto é a cara do Brasil. A cara bonita de um Brasil bonito. Continue lendo “Roberto é Brasil”
Ângela
No começo dos anos 90, Ângela Maria estava em um período longe dos holofotes. Lucy Dias quis entrevistá-la para a Marie Claire, que, esta sim, estava no auge do brilho, nova, inovadora, com uma redação de mulheres tão talentosas quanto aguerridas, sob o comando de Regina Lemos. Continue lendo “Ângela”
Canções em Brasileiro
Sessenta anos de bossa-nova! Invejo os amigos pelas boas lembranças que devem ter daquela época. Pena que eu era muito jovenzito, não vivi aquele tempo. Continue lendo “Canções em Brasileiro”
“I told her I was lost, and she told me all about the Pentecost”
É como um conto, uma beleza de conto – curtinho, extremamente enxuto, à la Dalton Trevisan, o vampiro de Curitiba que queria chegar à perfeição de que seus contos não fossem maiores que hai-kais. Continue lendo ““I told her I was lost, and she told me all about the Pentecost””
Back in the USSR
As coisas da cabeça da gente. Outro dia me ocorreu, e ficou pipocando na minha cabeça, como é inteligente, gostosa, irônica, bem humorada, bem feita, bem sacada, a letra de “Back in the USSR”. Continue lendo “Back in the USSR”
O som de Renato e Almir é pura alegria
Não dá para saber, é claro, se ele se lembra, mas houve uma vez em que Renato Teixeira deu um show para menos de 20 pessoas. Eu me lembro: estava lá. Eu, Regina, Fernanda, Inês. Fiquei chocado, apavorado, em pânico, morrendo de vergonha por ele. Renato Teixeira era um dos meus grandes ídolos havia já alguns tempo, e eu não conseguia admitir que aquele pesadelo estava acontecendo de fato. Continue lendo “O som de Renato e Almir é pura alegria”
Os Bossa Nova, privilégio puro
Que imenso privilégio ver, juntos, num palco – e no palco de uma maravilha de teatro, o Paulo Autran do Sesc Pinheiros, em São Paulo –, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Marcos Valle. Continue lendo “Os Bossa Nova, privilégio puro”
Veja errou sobre Nara – e errou feio
A revista Veja desta semana afirma, na seção Veja essa, que “o clássico ‘O Barquinho’, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, foi eternizado na voz de Nara Leão”.
É uma afirmação errada. Continue lendo “Veja errou sobre Nara – e errou feio”
Marina e a música
Marina começou a ver o show dos Barbatuques absolutamente mesmerizada. É assim mesmo que ela fica diante de um desenho animado ou de show de música de que gosta, seja ao vivo, seja diante da TV: absolutamente mesmerizada. Marina tem uma capacidade de concentração que me impressiona desde sempre, e, quando ela está diante de algo que conhece, é de fato fantástico: ela abre aqueles olhões, fixa o que está vendo e nem sequer pisca. Continue lendo “Marina e a música”
Quem toca a bateria?
No mesmo dia em que a Cora Rónai, aquela arauta das modernidades, escreveu em O Globo mais um dos tantos obituários definitivos dos suportes físicos – livros, discos, LPs, CDs, DVDs, Blu-rays –, recebi uma mensagem do meu amigo e mestre Carmo Chagas perguntando quem toca a bateria em “Noite dos Mascarados” com Chico e Elis e quem toca a viola em “Felicidade (Felicidade foi embora)” com Caetano. Continue lendo “Quem toca a bateria?”
Belíssima Carly
Em 2005, o ano em que fez 60 anos, linda, forte, poderosa, após vencer um câncer, Carly Simon resolveu dar um tempo como compositora e fazer um disco só de covers, de canções dos outros. Gravou então Moonlight Serenade – como o nome indica, uma coletânea de clássicos, de standards da Grande Música Americana. Continue lendo “Belíssima Carly”
Mestre Antonio Candido
Em 1975, o ano em que nasceu minha filha, Antonio Candido escreveu:
“Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular, expressivo como poucos, mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A idéia foi excelente, porque um artista inventa antes de mais nada a sua própria personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a realidade tão paulista do italiano recoberto pela terra e do brasileiro das raízes européias. Adoniran Barbosa é um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas heranças necessárias de fora.”
Torto feito faca
Dizem que a vida imita a arte. No caso de Belchior, a constatação foi sempre um vaticínio. Basta um conhecimento mínimo de sua obra musical para que o exegeta encontre algum verso que tenha sido transformado em ação durante, logo ou após ter sido concebido e musicado. Continue lendo “Torto feito faca”