Aberrações

Sob uma saraivada de protestos, gritos e vaias nas ruas, o presidente (?) da Câmara Federal e seus asseclas fundamentalistas da bancada do estupro puseram o rabo entre as pernas e saíram de fininho do palco que armaram para criminalizar crianças, adolescentes e adultas que se negarem a gestar fetos de estupradores e abortarem após 22 semanas de gestação. Que lhes sirva de exemplo a paulada que levaram das mulheres e da opinião pública — com os meus votos de que essa escória seja varrida do parlamento nacional em 2026.   Continue lendo “Aberrações”

A encrenca é o governo

A ninguém minimamente responsável interessa o enfraquecimento de um ministro da Fazenda. Quando isso ocorre sempre gera instabilidade ou deságua em crises mais profundas. Nesse sentido, são bem-vindos os movimentos de blindagem do ministro Fernando Haddad, cuja imagem vinha se desgastando por uma série de fatores. Entre eles o fogo amigo do próprio governo e do PT, a devolução, pelo presidente do Senado, da Medida Provisória de restrição de créditos tributários do PIS e Confins, além da mudança, para pior, do humor do empresariado, por desconfiar do compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. Continue lendo “A encrenca é o governo”

Marcha à ré e na contramão

Ah, o país está mesmo sem freios, e agora, ainda por cima, o pior Congresso, o mais conservador, preconceituoso e ignaro dos últimos tempos ainda tenta usar medidas, projetos, PLs, PECs e pocs contra nósameaçando a ordem democrática como se fôssemos nada, apenas uma massa de manobra, e embora maioria, pessimamente representadas nos Parlamentos e no Executivo. Minimamente no Judiciário. Continue lendo “Marcha à ré e na contramão”

A vida nas alturas

O que dizer de um porto-alegrense que não se molhou na enchente? Sortudo? Esperto? Nada! Tão desafortunado e desinteligente como os demais. A única diferença é que esse porto-alegrense que escapou da inundação, como eu, é que ele não mora nas várzeas, mas nos morros altos da cidade. 

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A história se repete

Inescapável comparar os anos 1930 descritos na série Hitler: começo, meio e fim, disponível no Netflix, com os dias atuais. Depois de quase cem anos da ascensão de Hitler ao poder, o mundo vive uma nova recessão democrática, impulsionada pelos mesmos elementos do passado: ultranacionalismo, xenofobia, racismo, intolerância, ódio e lideranças ultrapopulistas e salvacionistas. A Europa, berço do iluminismo, se vê sufocada pelo avanço da extrema direita, como aconteceu na eleição deste final de semana para o Parlamento Europeu. Continue lendo “A história se repete”

Governo puro-sangue

Na retórica, o governo Lula se define como de uma frente democrática, uma vez que na composição de seus ministérios participam partidos de centro-direita. Na prática, a teoria é outra e o terceiro mandato de Lula é mais petista do que o Lula I e o Lula II. Não só pela ocupação do Partido dos Trabalhadores nos ministérios mais estratégicos, como também nas políticas em diversas áreas. Continue lendo “Governo puro-sangue”

Lula, o mito

As derrotas acachapantes de Lula no Congresso Nacional na última terça-feira têm sido atribuídas a falhas dos articuladores do governo, sejam eles ministros ou líderes formais na Câmara e no Senado. A justificativa simplista isenta o presidente, que vem tropeçando feio no fazer política, arte na qual é tido como craque – talvez apenas um mito ancorado na verve que tinha para encantar as massas. Neste terceiro mandato, ele assegurou reiteradas vezes que entraria em campo. E nada. Confirma assim o histórico de que sua interlocução política sempre se deu por terceiros. Mais: se colhe acerto, ele se adorna com os louros. Quando não, outros pagam a conta. Continue lendo “Lula, o mito”

Desculpe, a corrupção venceu

Se a história é construída por vencedores (frase atribuída a George Orwell) e, portanto, pode ter nova leitura com o passar do tempo, a velocidade pela qual derrotados querem fazer triunfar suas narrativas, não raro a contragosto dos fatos, é perigosa. Por vezes, a tentativa de revirar a história ao avesso é tão agressiva que colide com a defesa do próprio protagonista. É o típico caso da Odebrecht, hoje Novonor. Continue lendo “Desculpe, a corrupção venceu”

Ratos

Os ratos estão sempre em atividade. Tanto os de quatro quanto os de duas pernas. Esses de duas estão deitando e rolando sobre a calamidade que pôs cerca de 90% do território do Rio Grande do Sul embaixo d’água. A atividade deles consiste em espalhar nas redes sociais que só eles prestam e os governos não servem para nada, só para atrapalhar.  Continue lendo “Ratos”

Instrumentalização da tragédia

Está previsto um retorno de Lula ao Rio Grande do Sul no decorrer desta semana. A se confirmar, será uma oportunidade para desfazer a impressão deixada na sua última visita de que está partidarizando a tragédia dos gaúchos. A suspeita não surgiu do nada. Na semana passada, o presidente transformou o ato de anúncios de medidas adotadas pelo seu governo, em um comício político. No calor do palanque, não deixou por menos ao dizer que pretende disputar mais dez eleições. Continue lendo “Instrumentalização da tragédia”

Bolsonaristas em fuga

Dez bolsonaristas já condenados ou investigados pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 fugiram do país depois de romperem o lacre de suas tornozeleiras eletrônicas. Dos 116 sentenciados até agora pelo STF por ataques à democracia, pelo menos 45 estão foragidos. Ao que tudo indica, por corpo mole e conivência dos responsáveis pela execução penal. Continue lendo “Bolsonaristas em fuga”

Chutes na alma

No meio da desgraça acontece uma polêmica. Uma não, duas. E sem pé nem cabeça, mas com potencial de atrapalhar ao máximo a ajuda aos que precisam recomeçar a vida do zero.  Continue lendo “Chutes na alma”

Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso

Os preços dos remédios sempre foram um tormento, especialmente para os brasileiros de menor poder aquisitivo. Durante grande parte de nossa história recente, doenças de tratamento contínuo como hipertensão, diabetes e colesterol alto ceifavam vidas porque o custo das medicações eram proibitivos. Há 25 anos o Brasil quebrou esse paradigma, quando Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Saúde, José Serra, entenderam a urgência da democratização do acesso aos medicamentos e regulamentaram os genéricos. Continue lendo “Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso”