É crime. Eles confessaram

Pagamento por fora, não contabilizado e não declarado, vulgo caixa dois. O depoimento de João Santana ao juiz Sérgio Moro trouxe de volta a desculpa-chave do petismo para toda sorte de ilegalidades. Ainda que tenha admitido erros, o marqueteiro o fez com a ressalva de que o ilícito é prática corrente no mercado. Mais: complicou de vez a vida de sua ex-chefe Dilma Rousseff. Continue lendo “É crime. Eles confessaram”

Corrupção campeã

Odebrecht, Oi, Sete Brasil, e agora o Grupo J&F, dono da JBS – Friboi, o maior frigorífico do mundo. Diferentes nos negócios, elas têm tudo em comum. Escolhidas a dedo dentro da política megalomaníaca de campeãs nacionais, todas foram anabolizadas por generosos empréstimos do BNDES nos governos Lula e Dilma. E, sem exceção, estão arroladas e enroladas na roubalheira de dinheiro público apurada pela Lava-Jato e suas sucursais. Continue lendo “Corrupção campeã”

Fora foro privilegiado

Com 105 condenações que somam mais de 1.140 anos de prisão, a Lava-Jato faz o Brasil acreditar que é possível trancafiar endinheirados e poderosos. Nas celas de Curitiba estão ex-ministros e tesoureiros do PT, empreiteiros, doleiros. Mas não consegue pegar políticos com mandato, detentores de foro especial por prerrogativa de função, vulgo foro privilegiado. Uma excrecência que beneficia mais de 22 mil pessoas – do presidente da República e seus ministros a governadores e prefeitos, além de senadores e deputados, magistrados – algo em torno de 16 mil. E até vereadores e delegados, em alguns tipos de crimes.  Continue lendo “Fora foro privilegiado”

O Reino Unido e o ocaso do Ocidente

A história mexe-se como pêndulo, dizem. E, mesmo que seja apenas consolo, é melhor crer nessa premissa. Hoje vimos a Inglaterra fechar suas portas para o mundo. E, ainda que seja pela opção da maioria em um dos países mais democráticos do planeta, é estranho ver ingleses preferindo erguer a derrubar muros. Continue lendo “O Reino Unido e o ocaso do Ocidente”

Rio decreta a calamidade do Brasil

Cartão postal do país e incomparavelmente lindo, o Rio de Janeiro agoniza.

A cidade maravilhosa que sediará a Olimpíada daqui a 45 dias está em frangalhos. E o Estado que a abriga – com mais de 16 milhões de habitantes, 13 milhões na região metropolitana, na ruína.  Continue lendo “Rio decreta a calamidade do Brasil”

A ameaça de Lula

Hábil na escolha das frases e na mixagem dos tons — do sério ao indignado, do didático ao malandro –, o ex-presidente Lula ainda tem domínio de palco. Mas, definitivamente, já não é o mesmo. Se consegue empolgar a torcida, o faz com uma fórmula gasta e repetitiva, incapaz de ultrapassar os limites da fé cega de seus fãs. E, como sempre, excede na torção dos fatos a seu bel prazer e conveniência, nos impropérios ou na simples mentira. Continue lendo “A ameaça de Lula”

De volta ao passado

Satanizar o capital privado, o mal em si, e santificar a economia de Estado, que reúne os puros e bem-aventurados. Não importa se isso remete o país ao século passado ou ao anterior. Na cabeça dos profetas do atraso vale tudo para espicaçar o governo do interino Michel Temer e seus apoiadores. Esse é o intuito da campanha “Se é público é de todos”, a ser lançada amanhã, no Rio, tendo o ex-presidente Lula como convidado de honra. Continue lendo “De volta ao passado”

A 133 dias das eleições

Daqui a exatos 133 dias os brasileiros vão às urnas escolher prefeitos e vereadores das 5.570 cidades do país. Mas, ainda que seja o pleito de maior proximidade entre o eleitor e o eleito, a disputa municipal está bem longe de despertar emoções. Perde feio para a crise econômica, política e moral, para o desemprego e a corrupção. E seu calendário mistura-se ao de votação, pelo Senado, do destino da presidente afastada Dilma Rousseff. Continue lendo “A 133 dias das eleições”

Nem cor nem gênero

Há pouco mais de uma semana vieram à tona as negociações do então vice e agora presidente em exercício para formar o governo, dando conta de barganhas ao estilo toma-lá-dá-cá, tão usuais na política brasileira. Para abrigar aliados, Michel Temer teria de ceder na ideia de reduzir pastas. Teria de fazer mais do mesmo. Não foi o que se viu: anunciou uma equipe menos obesa, com 23 ministros. Mas, em vez de elogios, tomou uma saraivada de críticas pela ausência de mulheres no primeiro escalão – como se governo fosse questão de gênero — e por fundir os ministérios da Educação e Cultura. Continue lendo “Nem cor nem gênero”

Os bodes de Cabrobó

Encravada no sertão pernambucano, a 531 quilômetros do Recife, a pequena Cabrobó, de 32 mil habitantes, talvez seja uma das cidades mais usadas e abusadas pelo populismo petista, que dela faz gato e sapato há mais de uma década. Lá, o ex Lula garantiu, em 2009, que a transposição das águas do Rio São Francisco estaria concluída em 2012, e Dilma Rousseff reiterou as juras de um futuro redentor em gravações para as campanhas de 2010 e 2014. Na sexta-feira, sem a maquilagem dos programas eleitorais, a presidente repetiu o cenário. Foi patético. Continue lendo “Os bodes de Cabrobó”

É o fim

Entre 130 e 135 votos declarados em um colégio de 513 deputados. Isso é o máximo que a presidente Dilma Rousseff, o ex Lula, o PT e companhia conseguiram arregimentar em meses de despudoradas barganhas para evitar o impeachment. Um fiasco que, independentemente do resultado da votação deste domingo, sepulta o governo. Continue lendo “É o fim”

Olho gordo

Tema único na agenda, na cabeça e no discurso da presidente Dilma Rousseff, o impeachment tem acentuado o distúrbio bipolar que desde sempre acomete o seu governo. Nesta última semana, os altos e baixos que até pouco tempo a psiquiatria classificava como maníaco-depressivos oscilaram com velocidade estonteante. Como espasmos, Dilma, Lula e os seus cantaram vitórias e amargaram derrotas sucessivas. E não conseguiram debelar os surtos. Continue lendo “Olho gordo”