Inescapável comparar os anos 1930 descritos na série Hitler: começo, meio e fim, disponível no Netflix, com os dias atuais. Depois de quase cem anos da ascensão de Hitler ao poder, o mundo vive uma nova recessão democrática, impulsionada pelos mesmos elementos do passado: ultranacionalismo, xenofobia, racismo, intolerância, ódio e lideranças ultrapopulistas e salvacionistas. A Europa, berço do iluminismo, se vê sufocada pelo avanço da extrema direita, como aconteceu na eleição deste final de semana para o Parlamento Europeu. Continue lendo “A história se repete”
Governo puro-sangue
Na retórica, o governo Lula se define como de uma frente democrática, uma vez que na composição de seus ministérios participam partidos de centro-direita. Na prática, a teoria é outra e o terceiro mandato de Lula é mais petista do que o Lula I e o Lula II. Não só pela ocupação do Partido dos Trabalhadores nos ministérios mais estratégicos, como também nas políticas em diversas áreas. Continue lendo “Governo puro-sangue”
STF abusa de seu direito de errar
Não se desconhece a importância do Supremo Tribunal Federal no nosso ordenamento democrático, como guardião da Constituição. A existência de um Poder Judiciário forte e autônomo é basilar para o Estado Democrático de Direito. Continue lendo “STF abusa de seu direito de errar”
Instrumentalização da tragédia
Está previsto um retorno de Lula ao Rio Grande do Sul no decorrer desta semana. A se confirmar, será uma oportunidade para desfazer a impressão deixada na sua última visita de que está partidarizando a tragédia dos gaúchos. A suspeita não surgiu do nada. Na semana passada, o presidente transformou o ato de anúncios de medidas adotadas pelo seu governo, em um comício político. No calor do palanque, não deixou por menos ao dizer que pretende disputar mais dez eleições. Continue lendo “Instrumentalização da tragédia”
Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso
Os preços dos remédios sempre foram um tormento, especialmente para os brasileiros de menor poder aquisitivo. Durante grande parte de nossa história recente, doenças de tratamento contínuo como hipertensão, diabetes e colesterol alto ceifavam vidas porque o custo das medicações eram proibitivos. Há 25 anos o Brasil quebrou esse paradigma, quando Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Saúde, José Serra, entenderam a urgência da democratização do acesso aos medicamentos e regulamentaram os genéricos. Continue lendo “Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso”
A volta da normalidade
É visível o esforço da cadeia de comando para despolitizar as Forças Armadas e trazê-las para o leito natural de suas obrigações constitucionais. Nesse escopo enquadra-se a sinalização de que os militares não se opõem à reinstalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos no período da ditadura militar. Continue lendo “A volta da normalidade”
Redes sociais e liberdade de expressão
Até onde vai a liberdade de expressão nas redes sociais? E até onde elas ameaçam a soberania dos países? Continue lendo “Redes sociais e liberdade de expressão”
Um mês para Lula esquecer
Sobram notícias ruins para o governo Lula. Abril ainda não terminou, mas está com cara de agosto, aquele mês do desgosto. Continue lendo “Um mês para Lula esquecer”
O PT na onda antiocidental
A presidente do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffmann encantou-se com a China em sua visita oficial ao país de Xi Jinping. Ela viajou para participar de um seminário realizado em Pequim do qual o PT participou com uma delegação de nada menos do que 28 integrantes. Gleise liderou o animado grupo, defendeu a “democracia chinesa” e a definiu de “efetiva” Continue lendo “O PT na onda antiocidental”
Onde está Lula?
O governo Lula está como aquela música de Chico Buarque: “Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha”.
Mas o sinal está trocado, porque todos parecem se odiar Continue lendo “Onde está Lula?”
O fiasco da camaradagem de Lula com Maduro
O Acordo de Barbados, assinado em outubro do ano passado, foi saudado entusiasticamente por Lula. No entendimento do governo brasileiro, o acordo assegurava uma eleição livre na Venezuela, que seria reconhecida internacionalmente e teria a participação da oposição. Seria também a confirmação do acerto de sua estratégia de apaziguamento com Maduro. Em vez de adotar uma postura dura diante de constantes violações dos direitos humanos, o presidente apostou por uma política de acomodação com o ditador venezuelano. Continue lendo “O fiasco da camaradagem de Lula com Maduro”
Nísia na frigideira
Quando Lula montou seu ministério e colocou a doutora Nísia Trindade à frente da Saúde, ofereceu uma espécie de vitrine do novo governo. Nísia, com um currículo invejável e largos serviços prestados à saúde pública brasileira, era uma espécie de unanimidade Continue lendo “Nísia na frigideira”
O que é isso, companheiro Lula?
A esquerda está de cabelo arrepiado com a ordem de Lula de proibir seus ministérios de realizar atos para lembrar os 60 anos do golpe de 1964. Grupos de direitos humanos já tinham se sentido incomodados com a declaração de Lula de que 1964 é história e que não quer remoer o passado. O caldo entornou de vez quando o presidente mandou o ministro dos Direito Humanos, Sílvio Almeida, suspender ato programado para 1º de abril. Estava previsto um discurso do ministro, ressaltando a luta dos perseguidos pela ditadura. Inevitavelmente, seria abordada a questão dos mortos e desaparecidos dos tempos do regime militar. Continue lendo “O que é isso, companheiro Lula?”
O avesso da pele e a distopia cabocla
Vencedor do prêmio Jabuti de 2021, o mais importante da literatura brasileira, e traduzido em 16 idiomas, o livro O Avesso da Pele, de Jefferson Tenório, é a mais recente vítima da onda distópica que varre o mundo e se instalou no Brasil. Tudo começou quando viralizou nas redes sociais o vídeo de uma diretora de uma escola de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, acusando o livro de conter palavras de “baixo calão”, atentatórias à moral e aos bons costumes. Continue lendo “O avesso da pele e a distopia cabocla”
Como Poeira ao Vento
Cuba jogou a toalha. Diante da brutal escassez de alimentos, o governo cubano formalmente pediu ajuda humanitária à ONU para fazer frente ao seu programa de leite subsidiado para crianças de até sete anos. O programa, adotado nos anos 60, sempre foi uma das vitrines da Cuba de Fidel Castro e era símbolo dos avanços sociais promovidos pelo regime fidelista. Em nome de tais avanços, justificava-se o modelo de partido único, a repressão e a supressão das liberdades públicas e individuais Continue lendo “Como Poeira ao Vento”