Não, não se trata de receita do Master Chef ou de qualquer outro programa de culinária.
As abobrinhas às quais me refiro são de origem animal e não servem para decorar prato algum, muito menos pra serem comidas, porque são de difícil digestão.
São as a obobrinhas expelidas pelas bocas dos nossos políticos, e que nesta semana vieram de baciada.
Vamos começar pelas falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Reunião do Conselho de Saúde, ocorrida na última terça-feira dia 27/04.
- A China “inventou” o novo coronavírus, e ainda assim, produziu uma vacina menos eficiente do que a americana.
- O Estado quebrou. Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130! Não há capacidade de investimento que o Estado consiga acompanhar.
Pelo jeito esse posto Ipiranga deve estar com as bombas avariadas. Logo agora que a gente achava que tinha se livrado das duas bestas que criavam atritos com a China, aparece essa outra com o papo de tia do Zap espalhando fake news sobra a “invenção” do vírus.
Preste atenção, Paulão. A equipe da OMS enviada à China no começo deste ano para pesquisar a origem da Covid-19 apresentou relatório das possíveis causas para o surgimento do vírus mas em nenhum momento os especialistas sugeriram que ele tenha sido “inventado”. E a vacina que diz ser menos eficiente do que a americana foi a que, de boa, você recebeu um dia desses. Então, seu Paulo Guedes, não dê uma de Ophelia do Fernandinho e, pra variar, tente só abrir a boca quando realmente tiver certeza do que está falando (embora ache pouco provável que isso aconteça).
Sobre o brasileiro querer viver 100 anos, se te incomoda tanto, manda colocar um cartaz nas portas das instituições públicas de Saúde: “MORRAM CEDO!”. Isso resolveria teu problema, certo?
Outro que meteu os pés pelas mãos durante a semana foi o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil. Falou em off que tinha tomado a vacina escondido e o áudio vazou.
Ficou puto com a repercussão e disse que não falou nada disso e coisa e tal. Mas como contra áudios não há argumentos, mudou o discurso e postou no twitter: “A liberdade é o nosso bem mais precioso, e eu sou livre para fazer minhas escolhas, e essa foi uma delas”
Olha, seu ministro, não é por nada não, mas, com essa idade, ter de tomar vacina escondido do chefe só porque ele é contra não tem nada a ver com liberdade. Isso tá mais pra cagaço de levar umas chibatadas!
Mas a máxima da semana ficou mesmo com ele, sempre ele! O nosso ilustre presidente, que, por não ler livros porque “tem muita coisa escrita”, acabou pagando um micão em vídeo onde aparece como garoto propaganda de um canal da internet sobre os atrativos do Brasil. Tascou diante das câmeras: “conheça o Brasil por dentro e por fora. A verdade acima de tudo. Amazônia, Antártica…”
Opa! De que Antártica ele está falando? Queremos saber: Se for da cerveja, tudo bem. É nossa mesmo, fabricada aqui na terrinha. Só não sabemos se pode ser considerada um atrativo, e, se puder não seria justo mencionar só ela. As Brahmas e as Skóis ficaram melindradas. Mas se estiver se referindo ao continente, não deu pra entender. Explica aí pra gente como e quando ele foi anexado ao Brasil, porque estamos curiosos. Como não ficamos sabendo?
Essa “notícia” não rolou nem no WhatsApp!
Como vimos, os meninos capricharam e viajaram na hortaliça esta semana. Pra quem gosta de abobrinha, o prato foi cheio! Bon appétit!
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 30/4/2021.
Vera, você é implicante com o presidente. Como a terra é plana, de certa forma a Antártida está logo ali perto da gente, só um pouco mais próxima da borda.