Ian McEwan, o Garrincha do texto

Não tem jeito: depois que se lê Solar, é impossível resistir à tentação de dizer que Ian McEwan é o melhor escritor da atualidade.

O que, obviamente, é um absurdo – ou, no mínimo, no mínimo, uma temeridade. Como posso dizer que alguém é o melhor escritor da atualidade, se leio pouco, ou, no mínimo leio muito menos do que deveria? Ou, para ser mais exato, como fazer uma afirmação tão peremptória se ninguém é capaz de ler tudo o que se escreve e se publica hoje?

E no entanto, enquanto lia Solar, o livro que McEwan publicou em 2010 e a Companhia das Letras editou no Brasil no mesmo ano, me peguei pensando, várias vezes, na frase absoluta, superlativa: esse senhor é o melhor escritor da atualidade.

          E de repente o texto muda de assunto

Verdade que sou chegado a um superlativo. Nunca me esqueço da vez em que escrevi, na revista Afinal, na segunda metade dos anos 1980, um texto sobre o disco Graceland, de Paul Simon, e fiz um olhinho – a linha fina sob o título – dizendo “Paul Simon faz um dos melhores discos da história”. Sandro Vaia, o diretor de redação, cofiou os bigodes e trucou, suavemente; questionou se eu não achava aquela frase um tanto superlativa demais.

Argumentei que tinha certeza – e a frase foi publicada. Quase ninguém leu, é verdade, porque a Afinal era uma bela revista que simplesmente não aconteceu – mas a frase foi publicada. O que demonstra, no mínimo, que Sandro é um diretor de redação democrático – e que eu sou mesmo chegado a um superlativo.

Às vezes Sandro exagera na democracia. Nunca vou esquecer, também, do que aconteceu quando morreu Sergio Endrigo. Um repórter do Caderno 2, um fanfarrão, que se acha – como boa parte dos jornalistas dos cadernos dois da vida – um gênio absoluto, escreveu um texto idiota, nivelando Endrigo aos cantores menores do pop italiano. Na reunião de pauta, Sandro, então diretor de redação do Estadão, disse ao editor do 2 que aquilo estava errado, que Endrigo é um compositor grande, que sua obra vai muito além das canções românticas, que o conteúdo poético e também político das canções é de grande importância, e que, além disso, as muitas ligações do artista com a música brasileira teriam que ser ressaltadas.

Ou seja: era uma indicação de que o texto teria que ser refeito. Uma ordem, dada com extrema educação.

O texto não foi refeito. O Estadão publicou o texto ridículo do repórter idem, dizendo que Endrigo é o autor de baladinhas românticas açucaradas. (Os redatores dos cadernos 2 da vida adoram usar essa expressão, baladinhas açucaradas, para desmerecer os artistas de que não gostam, ou que simplesmente não conhecem – como era especificamente o caso.)

Democrático demais, ou talvez, naquele caso, até um pouco leniente, Sandro não deu esporro no editor que não compreendeu que ele havia dado uma ordem.

          Uma outra história de redação

É interessante como alguns editores – e também repórteres e copydesks, hoje chamados fechadores – não compreendem, ou fingem não compreender, as ordens da chefia. Muitos anos antes daquela reunião de pauta em que se falou de Sergio Endrigo, presenciei reuniões de pauta do Estadão dirigidas por Augusto Nunes. Augusto – que aliás foi meu colega na ECA, no iniciozinho dos anos 70 – era um diretor de redação bem diferente de Sandro; muito mais majestático, imperial, cheio de si, inteiramente à vontade com as luzes da ribalta. Augusto é um jornalista afeito às câmaras da TV. Sandro é um jornalista do teclado – falar para grandes platéias não é exatamente a praia dele.

Mas então me lembro de reuniões de pauta da época em que Augusto Nunes era o diretor de redação do Estadão – era 1988, 1989. Sandro, Elói Gertel, Júlio Moreno, Laerte Fernandes, eu, todos estávamos na Agência Estado, e a convivência entre os jornalistas da Agência, dirigida por Rodrigo Mesquita, e os do jornalão, dirigido pelos Mesquita de outra cepa, era dificílima. Não que isso importe para a história que quero contar, que é a de que Augusto, um dia, teve que dizer uma frase do tipo:

– “Acho que algumas pessoas aqui não compreendem direito que, quando eu sugiro alguma coisa, educadamente, estou na verdade mandando que aquilo seja feito.”

Nesse ponto específico, o majestático Augusto se igualou ao democrático Sandro. Os dois queriam apenas dizer, de modo educado, elegante: façam isso, seus putos.

          Idas e vindas

Mas o que tem tudo isso a ver com Solar, de Ian McEwan?

Nada – e alguma coisa. Talvez bastante.

O texto de Ian McEwan vai e vem – no tempo, no espaço, nos temas.

Me ocorre que o texto de Ian McEwan é como as pernas de Garrincha: imprevisível. Finge que vai pra lá, mas vai pra cá; finge que vai pra cá, e de repente vai pra lá.

O texto de Ian McEwan dribla as expectativas do leitor, dribla os estilos narrativos aos quais estamos habituados, dribla a ordem cronológica, dribla o próprio tempo.

Jamais cheguei perto do Ulysses de Joyce. Dele, o máximo que li foram os contos de Dublinenses. Pra mim, agora que fiquei velho então, é assim: experiências, experimentar, é para os outros. Os estudantes de química que façam experiências. Quanto a mim, tô fora: não me venham com essa.

Mas imagino que McEwan leu Joyce, e muitas vezes.

McEwan é brilhante.

Sandro, já que falei nele, costumava pegar no nosso pé – nós, as pessoas que ele dirigia – chamando a atenção para a banalização de certos termos, como, por exemplo, brilhante.

Brilhante é um adjetivo que deve ser usado com parcimônia. Se não se perde – vira vala comum.

McEwan é brilhante – e aqui nem devo pedir desculpas ao Sandro, porque ele, como eu, acha McEwan brilhante. Ele, Mary, Fernanda – várias das pessoas que importam, cuja opinião respeito.

          Um brilho em que a erudição vem bem dosada, e nunca é chata

Então, McEwan certamente leu Joyce várias vezes.

A essência da literatura de McEwan é o fluxo de pensamento. Mas McEwan é sábio – ele sabe dosar.

McEwan sabe ser brilhante sem ser chato. Une erudição, bela literatura, a alguma trama sempre fascinante, atraente, envolvente.

Comecei a conhecer McEwan com Na Praia/OnChesil Beach, de 2007. Romance pequeno, não mais que 110 páginas – uma narrativa elaboradíssima de fatos acontecidos em uma única noite, a lua de mel de um jovem casal inglês no início dos anos 1960. Os poucos fatos vão vindo permeados de lembranças dos personagens, e só nas últimas páginas dá-se um corte que avança no espaço e tempo.

Fiquei fascinado com a descrição tão acurada dos valores ou desvalores e dos medos de uma geração que é exatamente a minha. McEwan nasceu em 1948, dois anos antes de mim – somos exatamente da mesma geração, e é impressionante como a geração aproxima as pessoas, sejam elas nascidas em Aldershot, Inglaterra, ou Ipameri, Goiás.

Muito do que se fala em Na Praia é exatamente o que senti quando adolescente, depois jovem, naqueles tempos pré-revolução dos costumes, tempos duros de imensa repressão moralista, em que a virgindade das moças era gigantesco, apavorante tabu, e sexo, para os rapazes, era só com as putas. A imensa maior parte de quem foi adolescente nos anos 1960 – na Europa ou na América do Sul, seja onde for – pode perfeitamente se identificar com os pobres personagens do romance.

          No texto de McEwan, o tempo se dilata

Reparação, de 2001, me deixou chapado. É um romance estupidamente belo, forte, impactante. É tão agressivamente brilhante que, depois de ver o filme – também belíssimo –, não tive coragem de escrever uma linha sobre ele. Tudo o que eu pudesse falar seria pouco.

Depois li Sábado, lançado em 2005. Sábado é fantástico, e assustador.

A coisa da ação que se passa num único dia é, obviamente, uma citação de Joyce, uma homenagem ao Ulysses de Joyce.

O personagem central, Henry Perowne, é um neurocirurgião. McEwan deve ter passado meses e meses lendo sobre neurologia – o domínio que demonstra ter do assunto é impressionante. Mas nunca é uma coisa exibicionista, e está longe de ser chato, desagradável. Ao contrário: é fascinante. O livro vai descrevendo as ações – e, especialmente, os pensamentos – de Perowne ao longo do sábado, 15 de fevereiro de 2003, o dia em que estão sendo realizados protestos em diversos pontos da Europa contra a iminente invasão do Iraque pelas forças americanas.

Como em Na Praia e Reparação, em Sábado McEwan dilata o tempo. Um jogo de squash de Perowne com um colega se estende por dezenas e dezenas de páginas – porque, entremeado ao jogo de squash, vamos acompanhando o que passa pela cabeça do neurocirurgião, suas lembranças, seus planos para o jantar daquele sábado com a família. Uma coisa puxa outra, e outra, e outra. Como acontece na vida real com o pensamento da gente.

Em meio aos movimentos de Perowne ao longo daquele sábado, e de suas lembranças, seus pensamentos a respeito da família, suas relações com os dois filhos já adultos, com sua mulher, os pacientes que ele operou nos últimos dias, discutem-se o Iraque, a iminente invasão, a ditadura de Saddam Hussein – o tema do momento –, mas também diversos outros temas: os desníveis sociais, a violência urbana, os valores morais, o senso de justiça, o desejo de vingança, a ética profissional.

É fascinante, de babar.

O Sunday Times disse: “Sábado confirma que McEwan é o melhor romancista de sua geração”.

          O personagem teve uma explosão de gênio muito jovem e aí se apagou

Para escrever Solar, o autor que havia estudado neurocirurgia deve seguramente ter passado muitos meses, talvez anos, pesquisando sobre física. Seu protagonista desta vez, Michael Beard, é um físico, que muitos anos antes da época em que passa a ação, quando ainda era jovem, ganhou o Nobel de Física por estudos a respeito de teorias de Einstein.

Michael Beard é assim um pouco como uma supernova: teve uma explosão de gênio muito cedo e se apagou. Passou a viver da fama obtida com o Nobel; nunca faltaram convites para posições honorárias em faculdades e palestras mundo afora – mas, a rigor, depois de ter criado sua tese premiada com o Nobel, não voltou a se empenhar nos estudos ou pesquisas. Foi levando a vida empurrando-a com a barriga – uma barriga, aliás, tão grandiosa quanto seu ego. O ego inflado se devia à consciência que tinha da própria inteligência, e, naturalmente, do fato de ter ganho o Nobel. A pança imensa derivava de seu apetite estrondoso – tanto para alimentos sólidos, salgados ou doces, quanto por álcool, tudo ingerido em quantidades industriais.

“Ele pertencia àquele gênero de homens – vagamente feiosos, quase sempre carecas, baixos, gordos e inteligentes – que exercem uma atração inexplicável sobre certas mulheres bonitas. Ou achava que pertencia, o que parecia ser suficiente para transformar o desejo em realidade. No que era ajudado pelo fato de algumas mulheres o tomarem por um gênio que precisava ser salvo. Entretanto, naquela altura da vida Michael Beard era um homem de funções mentais limitadas, desprovido de impulsos hedônicos, monotemático, ferido. Seu quinto casamento estava se desintegrando.”

Este é o lead – maravilhoso – de Solar. A Parte Um se passa em 2000. Como em Reparação, haverá saltos no tempo – a Parte Dois se passa em 2005, e a Três, em 2009, o que permite que o romance fale de temas atualíssimos como a chegada de Barack Obama ao poder e a guerra dos narcotraficantes mexicanos.

Mas, como é Ian McEwan, a divisão em três partes que se passam em épocas diferentes não significa muita coisa. Em cada uma delas, volta-se muito, com frequência, ao passado, nas lembranças de Michael Beard a respeito de sua vida, seus cinco casamentos fracassados, seus trabalhos. Assim, por exemplo, a Parte Três começa não em 2009, mas descrevendo a juventude do protagonista, até o primeiro de seus cinco casamentos, para só depois de muitas páginas chegar de fato a 2009.

Ao contrário do neurocirurgião Henry Perowne de Sábado, homem decente, profissional sério, dedicado, Michael Beard é um caráter duvidoso, duvidosíssimo. É um homem absolutamente egocêntrico, inescrupuloso, muitas vezes francamente repugnante. No entanto, como acontece tantas vezes na vida real, consegue, apesar de tudo isso, se dar bem, consegue sair praticamente incólume de situações arriscadíssimas, perigosíssimas. Ao menos até um determinado ponto.

          Sim, o Planeta está em perigo – e nosso anti-herói só pensa em seu umbigo

McEwan cria uma trama fascinante, atraente, que em muitos momentos tem o ritmo e a tensão de um excelente policial. Mas, mais importante que a trama, é o texto em si – inteligente, irônico, sarcástico, impiedoso, brilhante. E saboroso. É um texto que dá imenso prazer, que se saboreia como uma iguaria rara.

Ler McEwan, insisto na analogia, é como ver Garrincha jogar. Coisa que dá prazer, alegria. O deslumbramento diante do melhor que pode haver na arte.

Se, em Sábado, o grande pano de fundo era o mundo pós o 11 de setembro, a iminente invasão do Iraque e suas consequências, em Solar o tema subjacente é o aquecimento global, o perigo das mudanças climáticas, e a procura por fontes de energia limpa e renovável.

Vejo que as edições originais do livro trazem a figura do Sol na capa. A edição brasileira partiu para uma sacada interessante: na capa aparece um urso polar. Bela idéia, porque polar parece o inverso de solar, ao mesmo tempo em que o derretimento das camadas polares é o símbolo vivo do aquecimento global – e também porque há duas figuras de urso polar importantíssimas na trama.

Mordaz, irônico, McEwan às vezes parece gozar os ambientalistas, os cientistas preocupados com a degradação do planeta – e isso certamente deve ter desagradado muita gente. Não é só no Brasil que vivemos tempos sombrios, em que o humor – e o que seria da vida sem o humor? – é vítima da cegueira das patrulhas.

          As patrulhas dos Donos da Verdade Absoluta atacam

As patrulhas vão contra Michael Beard, lá pelas tantas, quando a narrativa já está bem adiantada – e é o único momento do livro em que senti alguma simpatia pelo anti-herói repelente. É possível contar esse episódio sem revelar nada da trama principal, sem ser portanto qualquer tipo de spoiler.

Dá-se que Beard é nomeado para presidir uma comissão governamental que visa a incentivar o gosto pela física entre os jovens, os estudantes. A comissão tem apenas uma mulher, todos os demais membros são homens. Numa entrevista coletiva, um repórter fala disso, a predominância dos homens na comissão, e aí pedem a opinião de Beard sobre esse fato. Beard, então, fala de estudos científicos de que tem conhecimento a respeito da maior ou menor facilidade das mulheres para determinados tipos de raciocínio. Não emite nenhuma opinião pessoal, nem muito menos faz qualquer juízo de valor a respeito da inteligência das mulheres. Não há qualquer tipo de crítica, menosprezo, às mulheres.

No entanto, a tal única mulher da comissão, uma feminista xiita, fanática, anuncia imediatamente sua renúncia ao cargo, acusando Beard de ser machista, porco-chauvinista. O caso vira um debate nacional. A imprensa passa a chamar Beard, além de machista, porco-chauvinista, também de eugenista, nazista.

Beard não é eugenista, nazista coisa nenhuma. É porco, sim, caráter precário, egocêntrico, umbigocêntrico – mas não é eugenista, nazista. Não disse que as mulheres são menos inteligentes que os homens – não disse isso de forma alguma. Apenas citou estudos científicos a respeito do tipo de raciocínio a que as mulheres são mais afeitas.

Mas, por causa da burrice, da idiotice, do politicamente correto, virou, segundo parte da inteligentzia, cujas opiniões apressadas são amplificadas pela imprensa, eugenista, nazista.

De uma certa maneira, é bom ler isso. É sempre bom vermos que a estupidez, a imbecilidade, a simplificação idiota, essas vergonhas todas não são privilégio deste nosso pobre país dominado pelo lulo-petismo, pelas idéias do politicamente correto, as cotas, as bolsas, a enfurecida luta contra quem se dá bem, quem teve a má sorte de nascer branco de olhos claros – ou apenas normal, não gay, não miserável, não despossuído, não minoria qualquer.

Fanatismo e inteligência, definitivamente, não combinam

Quem ousa, como McEwan, criticar o fanatismo dos que se supõem Donos da Verdade Absoluta, se expõe ao bombardeio das patrulhas. Estamos todos cansados de saber disso. No Brasil, quem critica o lulo-petismo é logo taxado de neoliberal, reacionário, PIG, fascista.

Taxado, apenas, não. Quem critica o lulo-petismo é, sim, positivamente, comprovadamente, PIG, fascista.

Fanatismo, dogma, Donos da Verdade Absoluta, definitivamente, não são coisas que consigam andar junto com inteligência. Não são como Michelle, ma belle, des mots que vont três bien ensemble.

          Após o fim da narrativa, uma última demonstração de humor

Nos agradecimentos, ao final do livro, ao citar diversos cientistas que o auxiliaram nos conhecimentos específicos de física, Ian McEwan demonstra um delicioso humor inglês: “O dr. Graeme Mitchison, do Centro de Computação Quântica de Cambridge, ofereceu-me generosa orientação nos campos da matemática e da física.  Quaisquer erros remanescentes são meus. Ele também teve a gentileza de desencavar o discurso de concessão do Prêmio Nobel a Michael Beard.”

Durante dois segundos, fiquei imaginando: uai, mas então houve um Michael Beard que ganhou o Prêmio Nobel? Ele se inspirou em um personagem real?

Claro que não, né? É só brincadeirinha de escritor genial. Humor inglês.

Se não for o melhor escritor da atualidade, é um dos melhores. Um dos melhores dos últimos muitos tempos. Essa aqui não é uma afirmação absoluta, peremptória, superlativa, à lá Graceland é um dos melhores discos da História. Mas essa não dá para ninguém contestar.

São Paulo e Juquehy, outubro de 2011

Nada se cria, tudo se copia, e às vezes há coincidências.

Comecei a escrever este textinho chinfrim acima em meados de outubro, em casa, logo após ter lido Solar em Tiradentes, durante as férias.  Levei o texto iniciado para Juquehy, onde passaríamos os últimos dias das férias de Mary, e terminei lá. Postei na noite de 25, e até botei no Twitter.

Na hora do café da manhã do dia 26, dei de cara com o título na primeira página do Caderno 2 do Estadão, numa matéria sobre Nelson Cavaquinho: “O Garrincha do Samba”.

Dois jornalistas tiveram a mesma idéia, e publicaram praticamente no mesmo dia. Ninguém copiou ninguém.  

O Garrincha está na cabeça da gente.

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