Esta é uma historinha que não se passou na redação, mas ali perto, no 40º Distrito Policial. Mas seu personagem é do Jornal da Tarde, e também delegado no 40º: Hélio Cabral.
Está o Hélio em um plantão brabo na delegacia. Madrugada de sábado, nada acontece, a mesmice o aborrecendo.
Entra uma pessoa. Um crioulo alto, de bermuda, camisa de manga curta aberta no peito, chinelinho de dedo. “É comigo mesmo”, pensou o Hélio.
– Ó lombrosiana figura que a tais desoras adentra os umbrais desta delegacia – lançou-lhe o delegado. – Ó cobaia de Lombroso que nos procura na madrugada.
– Diga-me, lombrosiana figura, o que podemos fazer por você?
O crioulo se aproxima, enfia uma das mãos no bolso da bermuda, responde:
– Sabe o que é, delegado? Estou precisando de uma declaração, aqui estão os meus documentos.
Os olhos do Hélio saltam nas órbitas. Ele se levanta num arranque. O crioulo é juiz de Direito. Hélio se desespera, olha para um investigador que assiste a cena, emposta a voz, grita:
– Um café para o meritíssimo!!!
Postado em agosto de 2010
Anélio, você mudou de bebida, agora está tomando Fosfosol? Perfeita a descrição do episódio com o Cabral. Você bem podia acrescentar outro, das incertas que o Erasmo Dias secretário da Segurança dava nas delegacias, este envolvendo o Percival de Souza e o mesmo delegado.