Para quem gosta de escrever, transformar o material escrito em livro sempre foi um grande problema. Dependia-se da boa ou má vontade dos editores, ditadores que, antigamente, funcionavam como árbitros da estética e hoje são, quase sempre, apenas fazedores de dinheiro. A história da literatura mundial registra casos de editores que perceberam o talento de alguns artistas e os protegeram. Há também casos de editores que conseguiram emperrar a divulgação de determinada obra; isto, no entanto, nunca impediu que um bom livro fosse reconhecido, mais cedo ou mais tarde. E é claro que, no caso dos trabalhos medíocres, lentamente as obras vão sendo abandonadas e esquecidas.
Estamos vivendo uma nova época. A internet permite que cada um seja seu próprio Editor. Ou que se utilize espaços virtuais de amigos e conhecidos. Eu, pessoalmente, acredito que a era do papel terminou. Ou perdeu sua importância maior. As árvores agradecem emocionadas.
Aproveitando o convite do Sérgio Vaz, que já vinha apresentando pequenos textos meus, estamos, eu e ele, lançando um livro completo neste espaço novo, esta nova dimensão: A Espécie Humana. Eu o tenho como romance, mas não tenho muita certeza. Há também em tudo isto um charme especial, porquanto o livro sairá em Português na página 50 Anos de Texto e em Esperanto na minha página.
Na dedicatória de sua Obra Completa, endereçada ao rei João III, Gil Vicente escreveu: “livro meu, que esperas tu?” Ora, Gil Vicente… todo livro espera uma coisa só: almas que os leiam e não traças que os devorem (este risco da traça não existe aqui, aleluia!).
Só o Tempo dirá o resto.
Agosto de 2010
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