Um ano pode ser bom para uns, péssimo para outros. Raros são aqueles sem catástrofes e guerras, inventos geniais ou curas tidas como impossíveis. Mas os anos parecem andar para trás, como se a Terra estivesse girando ao contrário. Já tinha sido assim na última década, repetindo-se em 2025. E nada aponta que será diferente em 2026. Continue lendo “Marcha à ré”
O adversário ideal
Diz-se que Lula voltou a ser contemplado pela fortuna com a candidatura de Flávio Bolsonaro. É o tipo de adversário ideal para um incumbente que busca o quarto mandato. O filho herda a rejeição do pai sem carregar o mesmo carisma; sem o sobrenome, seria um andor difícil de sustentar. Se já seria conveniente enfrentar uma chapa que ostentasse o nome Bolsonaro, ainda que na vice, o cenário tornou-se mais favorável com um Bolsonaro na cabeça da disputa. Continue lendo “O adversário ideal”
Façanhas
Ainda não foi desta vez que uz mercadus acertaram. Pelo terceiro ano seguido a inflação sob o governo do PT (oh, que desgraça!) ficou muito abaixo das projeções dos nossos maiores economistas, maiores investidores, maiores especuladores, maiores produtores do campo e das cidades. A torcida dos maiores tem que pôr de novo a viola no saco. Continue lendo “Façanhas”
Emendas
Tem um senador da nossa República que saiu dizendo, dia desses, que é a favor de mudanças nas normas (será que tem?) das emendas parlamentares inseridas no orçamento do Governo. Continue lendo “Emendas”
Em sacos, malas e cuecas
Flagrado com a boca mergulhada na botija, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), nem mesmo corou ao dizer que os R$ 470 mil em espécie achados pela Polícia Federal em seu flat brasiliense eram de um imóvel que vendeu em algum lugar de Minas Gerais. Sem se lembrar da localização ou do dia da transação, ele caprichou na desfaçatez: não teria depositado o valor “por um lapso”. Ao “esquecer” quase meio milhão de reais dentro de um saco de lixo no armário do quarto, ele enriquece a despudorada criatividade dos políticos quando o dinheiro vivo salta de malas e cuecas.
Lorotas
Aprenderam a lição? Receber pagamento em dinheiro vivo e guardar em casa é igual a rabinho do rato fora do buraco no rodapé da sala. Eu vi muito filme de Tom&Jerry na minha infância. A mim não enganam. Se tem um rabinho ali, é porque tem um ratinho lá dentro. Continue lendo “Lorotas”
Campanha
O ano eleitoral de 2026 começa com o presidente Lula ameaçando levantar a taça já no primeiro turno. Continue lendo “Campanha”
Vergonha
Que a maioria dos políticos está alinhada com o crime, faz tempo que não era mais dúvida para muitos. A novidade é que agora não é mais para ninguém. Continue lendo “Vergonha”
O Brasil e a doutrina Trump
A nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, divulgada no início de dezembro, reposicionou a América Latina no centro da política externa americana e impôs desafios relevantes à diplomacia brasileira. Sob governo Donald Trump, Washington passou a tratar o Hemisfério Ocidental como prioridade absoluta, rompendo com a lógica predominante no pós-Guerra Fria, em que outras regiões como o Oriente Médio e a Ásia-Pacífico concentravam maior atenção estratégica A Europa, antes principal parceiro americano, também perdeu relevância. A mudança redefine hierarquias, alianças e zonas de influência, com impactos diretos sobre o Brasil. Continue lendo “O Brasil e a doutrina Trump”
Esquerda
Jornalões, tevês e portais de notícias deturparam as manifestações de ontem contra as manobras canhestras da extrema direita na Câmara Federal, para livrar da justa punição os golpistas do governo anterior e os patriotários do 8/1 de 2023 —, todos já devidamente processados, julgados, condenados e cumprindo penas na Papuda, os comuns, ou em celas especiais, os milicos. Continue lendo “Esquerda”
Pode não ser o que parece
Sabe-se que política não é ciência cartesiana, tampouco se atrela à previsibilidade. Não raro, as negociações – muitas delas inconfessáveis – têm desfecho contrário ao pretendido. A votação na Câmara que acabou por preservar o mandato da deputada condenada Carla Zambelli (PL-SP), resultado anulado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, parece comprovar a tese. O mesmo vale para o PL da Anistia, que virou da Dosimetria, e para a extemporânea candidatura presidencial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Nos três casos, os tiros escaparam pela culatra encontrando os pés. Continue lendo “Pode não ser o que parece”
Deboche
Com o Congresso Nacional cheio de elementos da direita golpista, é presumível que as votações mais sensíveis convocadas por seus presidentes, ambos do mesmo espectro político, tenham resultados programados, por mais absurdos que sejam, para inflar o animus beligerantis dessa patota. Esta semana, a ala de maçãs podres da Câmara disse claramente a que veio. Continue lendo “Deboche”
Flávio Bolsonaro, herdeiro sem herança
Um episódio da Segunda Guerra Mundial serve como ilustração para entender a candidatura de Flávio Bolsonaro e sua unção como sucessor do próprio pai. Quando a Alemanha invadiu a Polônia, a Inglaterra e a França declararam guerra a Hitler, mas as forças beligerantes não trocaram um só tiro até a invasão francesa. Esse período de mais de um ano entrou para a história como a “guerra de mentirinha”. A candidatura de Flávio nasce com essa suspeita: é de mentirinha. O próprio “candidato”, como um mau ator, desnudou o véu em menos de 48 horas ao insinuar que poderia desistir da disputa pela Presidência, mas que isso “tinha um preço”. Continue lendo “Flávio Bolsonaro, herdeiro sem herança”
Os maiorais
A Constituição de 1988 diz que todos são iguais perante a lei. Mas o Congresso Nacional, por maioria, pensa diferente. O mandamento supremo vale somente para os comuns mortais, que acreditam em histórias da Carochinha. Para os maiorais, a lei é outra. Continue lendo “Os maiorais”
Melhor para Tarcísio
Auto-anunciado como ungido pelo pai, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) conseguiu agitar a sexta-feira com o lançamento de sua candidatura à Presidência da República. Deixou a direita perplexa, irritou aliados de peso como o pastor Silas Malafaia, derrubou a Bolsa, acelerou o dólar, e até antecipou comemorações entre lulistas. O ato extemporâneo do zero um repôs o nome Bolsonaro no jogo e, ainda que à primeira vista não pareça, fez multiplicar as chances do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Continue lendo “Melhor para Tarcísio”


