A Liga dos Cidadãos Política, Tradicional e Financeiramente Corretos do Brasil não existe, mas existe. Se juntar todo esse pessoal que quer a censura de textos, livros e até verbete de dicionário, fica pronta. Ela encontraria campo farto para suas investidas, em nossas trovas populares.
Veja o caso da absurda sensualidade de uma menina, que é espancada pela mãe e molestada pelo pai:
“Sou pequenina, da perna grossa
Vestido curto papai não gosta
Fui na cozinha comer salada
Mamãe me viu, me deu palmada
Fui na despensa roubar um queijo
Papai me viu, me deu um beijo”
Neste outro exemplo, o ritmo do texto é maliciosamente construído para introduzir, perdão, colocar e repetir palavra de baixo calão.
“No portão do cemitério,
Tério, tério, tério,
Duas almas se encontraram,
Traram, traram, traram.
Uma disse para a outra,
Outra, outra, outra,
Você é uma vagabunda,
Bunda, bunda, bunda,
Mas que falta de respeito,
Peito, peito, peito
Mas que peito cabeludo,
Ludo, ludo, ludo.”
O que se lerá a seguir trata absurda e abertamente do homossexualismo.
“Homem com homem
Mulher com mulher
Faca sem ponta
Galinha sem pé.”
Mais um exemplo de exploração da sensualidade:
“Eu vi um sapo, po
Na beira do rio, rio, rio
Não era sapão, pão, pão.
Nem perereca, cá, cá
Era o João, ão, ão
Só de cueca, cá, cá.”
Imagine o que aconteceria hoje, com a tardia e bem-vinda Lei da Palmada, diante deste descalabro:
“Agá, agá
A galinha qué botá
Ijê, Ijê
Minha mãe me deu uma surra
fui parar no Tietê
Alô, Alô
O Galo já cantou
Amarelo, amarelo
Fui parar no cemitério
Roxo, roxo,
Fui parar dentro do cocho.”
Há uma situação absurda e inaceitável no campo da escatologia. Um exemplo:
“Quem cochicha,
O rabo espicha,
Come pão
Com lagartixa.”
Outro:
“Bão-balalão!
Senhor capitão!
Em terras de mouro
Morreu meu irmão,
Cozido e assado
Em um caldeirão;
Eu vi uma velha
Com um prato na mão.”
Mais um:
“Zé Capilé!
Tira bicho do pé
Pra tomar com café!”
Neste, um flagrante desrespeito ao amor próprio:
“Fui andando pelo caminho.
Éramos três,
Comigo quatro.
Subimos os três no morro,
Comigo quatro.
Encontramos três burros,
Comigo quatro.”
Trovas extraídas do site QDivertido.com.br
QUANDO ERA PEQUENA CANTAVA UMA MÚSICA HORRENDA! APRENDI NA RUA COM AS OUTRAS CRIANÇAS E SÓ DEPOIS DE GRANDE QUE ENTENDI! ERA UMA HISTÓRIA DE ESTUPRO E PURO RACISMO;
“PLANTEI UMA CENOURINHA
NO MEU QUINTAL,
NASCEU UMA NEGRINHA
DE AVENTAL,
DANÇA NEGRINHA!
NAÕ SEI DANÇAR!
EU PEGO O CHICOTE
VOCÊ DANÇA JÁ!”
Era o cúmulo!!!
Fico pensando… A maldade está dentro dos corações das pessoas. Mentes cabeludas estão vendo maldades para todo lado.
Muito ingênua estas trovinhas se comparadas aos funks.