Prezado editor: informo que esta semana não vou mandar minha colaboração, por falta de assunto impactante. Com a internação de Bolsonaro, fiquei sem as bombas que ele soltava, às vezes logo cedo, ao deixar o Planalto, e durante o dia. Eu me acostumei com essa matéria-prima rica que, por incrível que pareça, nunca faltava.
Afinal, o homem é um militar. Mesmo na reserva, maneja melhor do que qualquer amador sua metralhadora giratória. E a dele é de longo alcance, pois fez estragos na França (presidente Macron e senhora), no Chile (ex-presidente Michelle Bachelet, com alto cargo na ONU) e na própria ONU (imagem do Brasil severamente arranhada). Isso não é metralhadora, já é um míssil…
Bem, internado Bolsonaro, o filho Carlos ainda se ocupou de fazer as honras da casa. Soltou aquela bomba de que por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade almejada por seus seguidores. Mas, até o momento em que escrevo, não agitou mais nada.
O filho Eduardo provocou algum falatório por ter posado para foto, ao lado da cama em que o pai estava, exibindo acintosamente uma pistola no cinto da calça. Ora, vai ver estava preocupado com a segurança de Bolsonaro. O hospital em que o presidente está é de altíssimo padrão, tanto que tem chef de cuisine. Quem garante que um ajudante de cozinha não sofra um surto, pegue uma faca e resolva consumar o primeiro atentado?
Muito mais lógico é que Eduardo estava posando para a Bancada da Bala, da Câmara dos Deputados, e para nossa indústria de armamentos. E, principalmente, para Trump e seu eleitorado amante de armas, com especial predileção por fuzis. “Simpático, o rapaz” – talvez digam, à espera de recebê-lo como embaixador do Brasil no País.
(Ué, escrevi um artigo!)
Setembro de 2019