O governo do presidente Michel Temer está reduzindo drasticamente sua frota de carros. Os funcionários federais de Brasília, São Paulo e Rio passarão a usar táxis, em vez de carros do governo ou alugados.
Um aplicativo chamado de Taxigov já está sendo utilizado por 16 órgãos em Brasília, e, a partir de fevereiro do ano que vem, será a única opção para quem trabalha na Esplanada dos Ministérios.
“Atualmente, os órgãos públicos são obrigados a manter uma frota própria ou, o mais comum, a pagar pela locação de veículos e contratação de motoristas terceirizados, que ficam à disposição e recebem, sejam usados ou não”, diz reportagem de Bárbara Nascimento em O Globo desta segunda-feira, 16/10. “O Ministério do Planejamento estima gastar, em todo o país, R$ 700 milhões por ano com aluguel de carros só para atender o Executivo.
“Só os servidores da Esplanada gastam cerca de R$ 32 milhões por ano com transporte. Quando todos tiverem aderido ao programa, estima-se que esse custo caia a R$ 12 milhões. Até agora, o Planejamento calcula ter reduzido seus gastos em 63%, ou R$ 1,8 milhão, com o uso do app. De fevereiro, quando começou o programa, até outubro, foram 40,9 mil corridas, ao custo de R$ 1,3 milhão. Pelo modelo anterior, o gasto teria sido de R$ 2,9 milhões.”
É pouco, dentro dos gastos bilionários do governo, sem dúvida alguma – mas é uma decisão inteligência, que vai na direção correta, de enxugamento de gastos.
Foi uma das boas notícias do país nestes últimos dias. Sim, porque, apesar de toda a crise moral e política em que o Brasil foi metido após 13 anos, 5 meses e 12 dias de governo lulo-petista, tem havido boas notícias na economia toda semana – como bem demonstra esta série de compilação de reportagens e artigos de jornais.
Aí vão outras boas notícias que saíram nos jornais nos últimos 7 dias.
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* FMI eleva previsão de crescimento do PIB brasileiro este ano para 0,7%.
“O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a previsão de crescimento para o Brasil de 2017, de 0,3%, feita em julho, para 0,7%, um dos maiores aumentos feitos pela instituição nas projeções macroeconômicas para diversas nações nos últimos três meses. O FMI também subiu a estimativa para o PIB do País para 2018, de 1,3% para 1,5%.
“Os indicadores foram divulgados no documento Perspectiva Econômica Mundial, cujo título é “Buscando crescimento sustentável: recuperação de curto prazo, desafios de longo prazo.” Em abril, o relatório projetou uma expansão do PIB de 0,2% para 2017 e um incremento de 1,7% para o próximo ano. Contudo, em julho o Fundo reduziu a previsão relativa a 2018 para 1,3%.
“Na avaliação do Fundo, o Brasil está em processo de recuperação de uma das mais profundas recessões enfrentadas pelo País e estima que no quarto trimestre deste ano o Produto Interno Bruto apresentará uma alta de 1,9% em termos anualizados, ante o mesmo trimestre de 2016, superior ao 1,5% previstos em julho. Para o período entre outubro e dezembro de 2018, o PIB deve avançar 1,8% em comparação aos mesmos três meses de 2017, também na mesma base de comparação anualizada, pouco acima da estimativa de 1,7% feita há três meses.” (De reportagem de Ricardo Leopoldo, no portal do Estadão, na terça, 10/10.)
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* Com queda no preço dos alimentos, população de baixa renda volta às compras.
“Depois de passar dois anos consumindo apenas o básico, as famílias de baixa renda estão aos poucos retomando as compras. O recuo no preço dos alimentos, que pesa mais no bolso dos mais pobres, está abrindo espaço para gastos que até pouco tempo essa parcela da população não pensava em fazer, como comprar um eletrodoméstico novo ou trocar o carro usado por um melhor.
“Os dados oficiais ainda não capturaram o efeito que o aumento do poder de compra das famílias de baixa renda teve no consumo nos últimos meses, por causa da queda da inflação. Mas uma série de indicadores já apontam nessa direção. Em setembro, o fluxo de pessoas nos shoppings do País teve o maior crescimento desde 2015, puxado pelos shoppings populares. Trabalhadores que ganham até dois salários mínimos são maioria entre os que limparam o nome no serviço eletrônico da Serasa Experian. E nas lojas de eletrodomésticos, outro sinal concreto: a venda de TVs básicas, por exemplo, está crescendo mais do que a dos aparelhos mais sofisticados.
“As mudanças no cenário mais favorável ao consumo começaram em meados do ano, quando a inflação, especialmente a dos brasileiros de menor renda, bateu no fundo do poço. Em junho, tanto o custo de vida das famílias que ganham até R$ 4.685, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, quanto as com renda de até R$ 37.480, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou deflação. Mas a queda maior ocorreu entre os mais pobres. O INPC caiu 0,30% em junho, enquanto o IPCA recuou 0,23% no mesmo período. De lá para cá, o cenário só tem favorecido os mais pobres. Em agosto e setembro, o INPC teve deflação, enquanto o IPCA foi positivo, porém em níveis baixos.” (De reportagem de Márcia De Chiara, no Estadão de domingo, 15/10.)
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* Mercedes-Benz anuncia investimentos de R$ 2,4 bilhões no Brasil até 2022
“A Mercedes-Benz anunciou nesta segunda-feira um plano de investimentos de R$ 2,4 bilhões no Brasil para os próximos cinco anos. Os recursos serão aplicados na modernização da fábrica da montadora alemã de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no desenvolvimento de novos veículos e em novas tecnologia e serviços.
“De acordo com o presidente da companhia, Philipp Schiemer, a melhora do mercado de caminhões justifica os aportes que devem ser gastos de 2018 a 2022.
“— O último investimento na companhia foi de R$ 730 milhões que terminam no próximo ano. Temos que preparar a fábrica para ser uma das mais competitivas do mundo. Há potencial para isso — disse o executivo.
“Segundo ele, o foco maior desse novo ciclo de investimentos é justamente a modernização da fábrica do ABC dentro dos conceitos da indústria 4.0.
“— Ao término do projeto, conseguiremos aumentar até 15% a nossa produtividade. Essa unidade nasceu numa época em que era necessário se fabricar a maior parte das autopeças. Hoje, não se faz mais sentido, há empresas grandes fornecedores — ressaltou Schiemer.” (De reportagem de Ana Paula Machado, no portal de O Globo, na segunda-feira, 9/10/2017.)
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* Montadoras de veículos anunciam investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil
“Com um indício de retomada do mercado interno e um grande salto nas exportações, oito fabricantes de veículos instaladas no Brasil anunciaram nos últimos meses investimentos que chegam a um total de R$ 16,35 bilhões até 2021.
“Depois de 4 anos consecutivos de queda, entre 2013 e 2016, as vendas no Brasil voltaram a crescer. De janeiro a setembro deste ano, os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos subiram 7,4%, na comparação com o mesmo período de 2016.
“De acordo com o novo presidente da Volkswagen do Brasil, o argentino Pablo Di Si, o mercado manterá ritmo de 8% a 10% ao ano até 2020, quando o total chegará 2,8 milhões de unidades – um resultado próximo ao registrado em 2008 e bem distante do recorde de 3,8 milhões de 2012.
“Mas não é só esta expectativa que move as fabricantes. O verdadeiro motor da recuperação é a exportação, que saltou 55% neste ano e representa 28% da produção nacional, com recorde de 566 mil unidades até o mês passado.
“Com isto, as linhas de montagem estão voltando a operar em um ritmo melhor e metade dos 12 mil funcionários que estavam com alguma restrição na jornada até julho já voltou ao trabalho. Algumas empresas contrataram mais empregados.” (Do site G1, na terça-feira, 10/10.)
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* Vendas de imóveis em SP crescem 20,8% no ano até agosto
“As vendas de imóveis na cidade de São Paulo cresceram 20,8% no acumulado de janeiro a agosto frente ao mesmo período de 2016. Ao todo, foram 10.991 unidades comercializadas no período, segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), na Pesquisa do Mercado Imobiliário (…).
“De julho para agosto, a entidade apurou um aumento de 50,6% no número de imóveis vendidos. O destaque no mês foi a venda de imóveis pequenos e baratos, com 863 unidades de um dormitório comercializadas. “Com a exceção de alguns apartamentos, nosso mercado é feito por quem está comprando a primeira moradia ou que vê no imóvel um ativo”, conta o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. Segundo ele, parte dessa demanda é financiada pelo programa Minha Casa, Minha Vida nas faixas 2 e 3, que abrange unidades de R$ 180 a R$ 240 mil.
“As unidades maiores também sinalizam uma retomada. De acordo com o levantamento do Secovi, os imóveis residenciais de quatro ou mais dormitórios registraram 113 unidades lançadas e vendas de 98 unidades. Para Petrucci, o incremento nas vendas de maior metragem surpreende, já que nos últimos anos a demanda ficou concentrada em um e dois dormitórios.” (De reportagem de Jéssica Kruckenfellner, no portal do Estadão, na terça-feira, 10/10.)
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* Vendas crescem 2,7% no Dia das Crianças após 2 anos de quedas.
“A expectativa de alta nas vendas do comércio para o Dia das Crianças se confirmou. Este ano, o aumento, em relação ao ano anterior, foi de 2,7%. O resultado apresenta o primeiro crescimento após dois anos seguidos de queda, quando a data registrou comportamento negativo de 4,2%, em 2016, e 3,4%, em 2015.
“A pesquisa mostrou ainda, que as pessoas compram mais presentes para as crianças do que para os pais, por exemplo. No dia deles, comemorado no mês de agosto, houve uma queda de 0,5% nas vendas do varejo frente 2016.
“De acordo com o levantamento, a elevação no volume de vendas segue em linha com a tendência de aumento do comércio e da atividade econômica em geral, ambiente que contempla um reaquecimento gradual do mercado de trabalho e retorno do consumo das famílias.
“O aumento das vendas, porém, veio abaixo das previsões da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) que projetou crescimento de 7% no faturamento para o Dia das Crianças neste ano, em todo o país, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram também que as vendas melhoraram. De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira, as consultas para vendas a prazo na semana anterior ao Dia das Crianças (entre 5 e 11 de outubro), que é a segunda data mais lucrativa para o varejo no segundo semestre, atrás apenas do Natal, aumentaram 3% na comparação com 2016. Trata-se do primeiro ano de crescimento após três anos consecutivos de retração.” (De reportagem de Bruno Dutra, no site de O Globo, na sexta-feira, 12/10.)
16/10/2017
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Está melhorando (17): Enfim, a indústria reage – e já puxa a criação de empregos.
Está melhorando (16): Empregos com carteira se recuperam, leilão é sucesso…
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