Nos últimos dias – como, aliás, vem acontecendo há várias semanas -, os jornais trouxeram ótimas notícias sobre a economia brasileira.
* A inflação medida pelo IPCA-15, o índice que é uma prévia da inflação oficial mensal, segundo o IBGE, subiu 2,58% no acumulado de 11 meses em 2017 – o menor valor dos últimos 19 anos. Quando Dilma Rousseff foi afastada da Presidência da República, a inflação anual passava de 10,5%.
* O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), tido como a prévia do PIB, apontou alta de 0,58% no período de julho a setembro. Foi o terceiro trimestre consecutivo de alta, indicando que o Brasil está de fato saindo da pior recessão da História, em que foi enfiado pelo governo da presidente deposta.
* Em outubro, foram abertas 76,6 mil vagas de emprego com carteira assinada, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho. Foi o sétimo aumento consecutivo do número de postos, depois da mais grave crise econômica já enfrentada pelo país, resultado das políticas equivocadas do governo Dilma Rousseff.
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A recuperação apenas começou, e ainda é tímida. A situação da economia do país é muito grave, o desemprego ainda é altíssimo, o rombo imenso das contas públicas é apavorante, e há uma necessidade premente, óbvia, de se fazer uma dura reforma da Previdência. A situação política, no entanto, é desastrosa, e as chances de se aprovar uma reforma profunda diminuem a cada dia.
Mas o fato é que já há muitas semanas, vários meses, a economia apresenta boas notícias. Desde que Dilma Rousseff foi afastada e o governo Michel Temer deu um cavalo de pau na forma de conduzir a economia – mudou 180 graus a direção, fez um U-turn, uma volta completa.
Já são, com esta aqui, 21 compilações de boas notícias, nestes 18 meses sem o Poste inventado por Lula da Silva para apagar a economia do país.
Ao longo destes 18 meses e destas 21 compilações, me senti muitas vezes dando murro em ponta de faca. Não que esteja desacostumado a isso – ao contrário. No auge da popularidade dos governos lulo-petistas, quando a euforia oficial dizia que apenas 3 ou 4% dos brasileiros eram contra eles, eu me orgulhava muito de fazer parte dessa ínfima minoria.
Não é novidade para mim, portanto, integrar agora da ínfima minoria de 3% ou 5% que considera o atual governo ótimo ou bom.
Mas tem me confortado muito ver que há cada vez mais vozes dentro dessa minoria ínfima que se dispõem a fazer a defesa de um governo que pegou o país destroçado em todos aspectos – o econômico, o político, o social, o moral – e, em poucos meses, já tem resultados concretos a apresentar.
Dá muita alegria ler estas afirmações em um editorial do Estadão da segunda-feira, 20/11:
“Parecia que se dava a pior situação possível – não poucos anunciaram, de maio para cá, a iminente queda do governo de Michel Temer – e, na realidade, brotava no País o melhor ambiente econômico dos últimos quatro anos. Tal contraste revela um ponto fundamental dos sistemas democráticos. A necessária dependência do voto não é uma condenação do populismo, como alguns equivocadamente presumem. É possível realizar coisas boas e acertadas, também por meio do Congresso, mesmo que elas não sejam propriamente populares.
“Ao lado dessa constatação mais geral, brota também outra avaliação mais específica, a respeito do governo de Michel Temer. A atual administração teve e ainda tem muitos defeitos. Está longe de ser um governo perfeito. É de justiça, no entanto, reconhecer que o presidente Michel Temer acertou ao decidir não fugir dos principais desafios do País. Trabalhou e continua a trabalhar na direção correta, a despeito, repita-se, de vários, e alguns deles graves, equívocos de seu governo. Não se sabe ainda o final dessa história, até porque seu desfecho dependerá da atuação livre de muitos personagens. Essa realidade, que se poderia chamar talvez de ‘fragilidade’ da democracia, apenas reforça a importância da responsabilidade e, de alguma forma, já agora, testemunha o acerto da decisão de Michel Temer de não se pautar pela popularidade.”
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Em artigo no Estadão da terça-feira, 21/11, o jurista Ives Gandra da Silva Martins realçou o que é preciso realçar sempre: as denúncias contra o presidente apresentadas pelo ex-procurador-geral foram fogos de artifício, parte de uma manobra de “espetacularização”, atrapalharam bastante o ambiente político e a lenta melhoria da economia – e, além de tudo, ou sobretudo, foram ineptas, incompetentes.
“À evidência, todo verdadeiro cidadão deseja o combate à corrupção, mas que se faça dentro da lei, e não pelo arbítrio de auto-outorgados defensores da moralidade.
“Muito embora o mérito da Operação Lava Jato esteja permitindo ao brasileiro melhor decidir como votar nas próximas eleições, a democracia não admite o arbítrio, nem salvadores da pátria.
“Exemplo dessa espetacularização tivemos com as duas denúncias contra o presidente da República oferecidas pelo antigo procurador-geral da República. No momento em que o Brasil começava a sair da crise, nada obstante a impopularidade presidencial, com baixa inflação, retomada do crescimento, fim da recessão, juros em queda livre, reforma trabalhista, teto para despesas públicas, abertura da exploração de petróleo, recuperação da Petrobrás, etc., as duas mal elaboradas e rejeitadas denúncias prejudicaram imensamente o País, que necessita de novo inserir-se no mundo globalizado assumindo posição competitiva, depois de ter de lá sido retirado por 13 anos de desestruturação econômica dos governos anteriores.”
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Claro, claro: os lulo-petistas dirão que o Estadão e Ives Gandra são reacionários, neo-liberais, representantes da zelites, fascistas, vendidos ao imperialismo, aquele papo de quem, à falta de argumentos, usa chavões.
Dá muita alegria ver no Facebook e no Twitter opinião de pessoas que não têm a fama de Ives Gandra esgrimindo bons argumentos em defesa do que está fazendo o governo Temer.
Como este post aqui de Antonio Queirós Campos no Facebook:
“Quando Temer deu o golpe a inflação deixada por Janete era de 10,67%. Hoje está em 2,2% , a menor desde Pero Vaz de Caminha.
Quando o trono de Iolanda , comprado nas eleições por quase R$ 1 bilhão do nosso dinheiro, foi usurpado, Temer enfrentou uma queda acumulada do PIB em 2 anos de 10% .
Hoje o PIB já está positivo e Temer provavelmente entregará a seu sucessor um PIB de mais de 2%.
O desemprego deixado pela vítima de um impeachment injusto estava em trajetória de alta exponencial .
Hoje está em declínio acentuado.
A Petebrás, Eletrobras, BB e demais estatais estavam quebradas com dívidas impagáveis quando Janete foi apeada vilmente de seu cargo pelo renegado Temer.
Hoje estão todas saneadas e até o pré-sal foi destravado e começa a produzir bons resultados.
A perspectiva previdenciária quando Iolanda foi mandada estocar vento era de em 3 anos ninguém mais receber aposentadoria no país.
Hoje, passando a reforma da Previdência apesar de Janot, Rede Globo, STF, Renan, PT, PSOL, Rede , PCdo B , PSB, PDT e metade de PSDB, a Brasil se viabiliza em termos fiscais e se prepara para acolher grandes investimentos estrangeiros recuperando seu grau de investimento.
O imposto sindical que sugava o trabalhador na época de Iolanda e financiava sindicatos pelegos a sustentar governos corruPTíssimos do PT e a fazerem desordens urbanas e promoverem invasões de terras produtivas acabou.
A mamata da lei Roubannet que engordava artistas milionários, há muito improdutivos e meros parasitas ideológicos do país no reinado de Janete, foi extinta.
Dito isso tudo, faz todo o sentido a palavra de ordem Fora, Temer.
E volta Janete.
É o mesmo que gritar fora as vacinas .
E que voltem a febre amarela, a peste bubônica e o cólera.”
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Míriam Leitão, uma das mais importantes jornalistas da área econômica deste país, figura que ninguém – a não um louco total, ou um lulo-petista fanático, “que no es lo mismo, pero es igual” – poderia chamar de reacionária, neo-liberal, fascista, vendida ao imperialismo, fez uma interessantíssima pensata em seu artigo da terça-feira, 21/11, em O Globo.
Sem cometer o inominável crime (aos olhos dos artistas, cantores, modelos e demais representantes da elite intelectual do país, inclusive, é claro, as lideranças do lulo-petismo) de elogiar o mordomo de filme de terror, e também sem ter que lembrar explicitamente que Lula da Silva foi comparado às panelas de teflon pelo fato de que nada do que se demonstra contra ele pega, adere, cola, Míriam Leitão escreveu que “Temer tem uma espécie de fator teflon ao contrário, o que é bom não gruda nele”.
“Mesmo o avanço em outros indicadores da economia não tem tido impacto na imagem do governo. Só ontem foram dois dados positivos. O IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, e o Caged, que mede os empregos formais criados a cada mês. A melhora na economia tem aparecido em vários indicadores.”
Pois é: no entanto, a aprovação do governo não melhora.
Míriam Leitão – que esta semana mesmo foi eleita pelo segundo ano consecutivo a jornalista brasileira mais admirada na área de Economia, Negócios e Finanças – não se lembra de comentar que talvez uma das explicações para esse extraordinário fenômeno seja o fato de que o maior grupo de mídia do país, as Organizações Globo, nas quais ela desempenha com brilho suas funções, faz, desde 17 de maio, uma campanha cerrada, firme, forte, incansável, fanática contra o governo e a pessoa do presidente da República.
Mas o texto dela em que enumera as boas notícias recentes da economia brasileira é um primor. Está aí abaixo, depois do editorial do Estadão.
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Frutos de uma decisão acertada
Editorial, Estadão, 20/11/2017
Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou o resultado da pesquisa trimestral Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria com o instituto Ifo, da Alemanha. No Indicador de Clima Econômico (ICE), o Brasil subiu 32,7 pontos, obtendo no período avaliado a nota de 91,7 pontos. Trata-se do melhor resultado em quatro anos.
Além de um cenário externo mais favorável, com a retomada dos preços das commodities, o desempenho positivo do Brasil é decorrência de uma melhora de vários indicadores macroeconômicos internos, avaliou a pesquisadora Lia Valls, da FGV. Ao mesmo tempo, lembrou a economista, as incertezas do cenário político levantam dúvidas a respeito da continuidade da trajetória positiva do indicador.
A ressalva sobre a manutenção da boa avaliação é pertinente, pois ainda não foi aprovada pelo Congresso a principal reforma capaz de proporcionar um equilíbrio mais estável às contas públicas, a da Previdência. De toda forma, chama a atenção que, num cenário conturbado politicamente, o País tenha conseguido apresentar o melhor clima econômico dos últimos quatro anos.
Logicamente, tal recorde também remete à situação anterior do Brasil. Não pairam dúvidas de que Lula da Silva e Dilma Rousseff deixaram o País em péssimo estado, não sendo coisa de outro mundo conseguir um patamar melhor de ambiente econômico.
Deve-se reconhecer, no entanto, que o resultado da pesquisa da FGV diz muito não apenas sobre os estragos petistas. A pontuação do Brasil no Indicador de Clima Econômico é especialmente surpreendente pelas circunstâncias do momento em que ela foi obtida. Os últimos meses foram de especial convulsão política, por força das delações da JBS e, depois, das denúncias do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer.
Não bastassem as dificuldades originadas em Brasília, o ambiente econômico sofria as consequências de três anos de Operação Lava Jato. Sem negar seus evidentes méritos, o sucesso da Lava Jato foi usado para o cometimento de algumas irresponsabilidades, com a fabricação de escândalos semanais, às vezes diários, que minavam a confiança da população e geravam efeitos tão nefastos quanto os da corrupção contra a qual se prometia lutar.
Foi esse o cenário político e institucional no qual o governo de Michel Temer conseguiu promover o melhor ambiente econômico de quatro anos, conforme constata a FGV. Sem dúvida, é surpreendente, também pelo fato de que, no período analisado, as pesquisas de opinião registravam sofríveis níveis de aprovação do presidente da República.
Parecia que se dava a pior situação possível – não poucos anunciaram, de maio para cá, a iminente queda do governo de Michel Temer – e, na realidade, brotava no País o melhor ambiente econômico dos últimos quatro anos. Tal contraste revela um ponto fundamental dos sistemas democráticos. A necessária dependência do voto não é uma condenação do populismo, como alguns equivocadamente presumem. É possível realizar coisas boas e acertadas, também por meio do Congresso, mesmo que elas não sejam propriamente populares.
Ao lado dessa constatação mais geral, brota também outra avaliação mais específica, a respeito do governo de Michel Temer. A atual administração teve e ainda tem muitos defeitos. Está longe de ser um governo perfeito. É de justiça, no entanto, reconhecer que o presidente Michel Temer acertou ao decidir não fugir dos principais desafios do País. Trabalhou e continua a trabalhar na direção correta, a despeito, repita-se, de vários, e alguns deles graves, equívocos de seu governo. Não se sabe ainda o final dessa história, até porque seu desfecho dependerá da atuação livre de muitos personagens. Essa realidade, que se poderia chamar talvez de “fragilidade” da democracia, apenas reforça a importância da responsabilidade e, de alguma forma, já agora, testemunha o acerto da decisão de Michel Temer de não se pautar pela popularidade.
Caso de estudo
Por Miriam Leitão, O Globo, 21/11/2017
O presidente Temer é um caso de estudo. Ele é o único governante brasileiro que não tem aumento de popularidade quando a inflação está em queda. Desde o início da era do real há uma correlação entre inflação e aprovação presidencial, quando ela sobe a rejeição aumenta, e quando desce a imagem do governo melhora. Temer tem uma espécie de fator teflon ao contrário, o que é bom não gruda nele.
Mesmo o avanço em outros indicadores da economia não tem tido impacto na imagem do governo. Só ontem foram dois dados positivos. O IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, e o Caged, que mede os empregos formais criados a cada mês.
A melhora na economia tem aparecido em vários indicadores. A atividade cresceu em setembro, como se esperava, e fechou o terceiro trimestre com alta de 0,58% no cálculo do BC. Na comparação com o mesmo período de 2016, o IBC-Br agora marca alta de 1,4%, após cair 0,2% no segundo trimestre. O PIB mesmo, dado oficial, só será divulgado dia 1º pelo IBGE.
Os empregos com carteira estão sendo gerados a uma velocidade muito abaixo da necessária. Mas o número divulgado ontem, de criação de 76 mil vagas, marca o sétimo mês consecutivo de saldo positivo e é o melhor resultado para outubro desde 2013. Naquele mês de 2015, para se ter uma ideia, o país perdeu 169 mil vagas com carteira.
O IBGE divulgou na semana passada um dado favorável no consumo. As vendas de comércio em setembro subiram 6,4% quando comparadas com setembro de 2016. Isso já sem o efeito da liberação do FGTS, que manteve as vendas nos meses anteriores. O consumo está sempre ligado ao humor do consumidor. O país amargou nove trimestres de queda nas vendas. A inflação é baixa, e a dos mais pobres é ainda menor, segundo o novo indicador do Ipea. Isso tem a ver com a grande produção agrícola por causa do clima favorável. Como o peso dos gastos com alimentação é duas vezes e meia maior entre famílias de menor renda, a inflação dos pobres está em 2% este ano.
Mesmo assim, nada promove a aceitação de Temer em nenhuma classe social. Pode-se pensar numa série de razões políticas e sociais, mas ele é um ponto fora da curva nessa relação entre economia e política. Mesmo se melhorar, está num nível tão baixo que não fará muita diferença. Um caso que precisa ser estudado.
Há outros fatores que produzem queda da popularidade, claro, e podem ser parte da explicação desse baixo desempenho. Todos os governantes desde a era do real tiveram altas ou quedas de popularidade conforme as oscilações do nível de preços. Só para ficar no último exemplo: em 2014 a presidente Dilma foi reeleita, mas a disparada da inflação em 2015, provocada pelos reajustes que estavam represados, e agravada pela recessão, derrubaram as avaliações de ótimo e bom no início do segundo mandato. Quando ela saiu, a aprovação estava em 10% pelo CNI/Ibope. Com Temer, a situação econômica melhora, mas nada influencia os seus índices de popularidade. Ele caiu ao nível mais baixo da história: entre 5% e 3%, dependendo da pesquisa.
Uma das razões da persistente rejeição certamente é o alto nível do desemprego. Melhora houve, mas insuficiente. O problema permanece enorme e angustiando as famílias. A revelação das conversas do presidente com Joesley Batista e a sensação de crise política permanente — com as denúncias da PGR e as manobras feitas por Temer para se livrar delas — também ajudam a explicar. Haverá outros motivos. Mas o fato é que a ajuda que a economia costuma dar aos governantes impopulares não está acontecendo com Temer.
A dúvida é a quem a economia vai ajudar — ou prejudicar — no ano que vem? Os cenários mais comuns adiantam que o nível de atividade vai continuar melhorando moderadamente, a inflação vai subir um pouco mas ficará na meta, o desemprego terá queda bem lenta. A economia estará morna. Neste caso, a tendência é não provocar qualquer efeito positivo. Quando se tem que explicar que a economia melhorou é porque ela não influenciará o voto. As pessoas precisam sentir. E tudo o que sentirão será pouco para produzir o efeito de satisfação que leva ao voto situacionista. Outros fatores vão influenciar a decisão do eleitorado. Dois assuntos, corrupção e desemprego, certamente estarão no centro do debate do ano que vem. (Com Marcelo Loureiro.)
28/11/2017
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