Um barraco de proporções escalafobéticas acabou com o casório da dupla Trump-Musk, sem que o casal tivesse tido um minuto de sossego para celebrar debaixo dos lençóis sua noite de núpcias.
Nunca se viu coisa igual. Nem nas estripulias de Malatesta, nem nas memórias de Manuel Maria Du Bocage, ou nas aventuras de Giacomo Casanova, que de padre passou a devasso na Veneza do século 18.
Diz aquele que aparentava ser o dono da casa que o parceiro simplesmente enlouqueceu. Teria ficado possesso porque seu carrinho elétrico perdeu os incentivos no novo orçamento fiscal do governo. Há controvérsias. Ao que me parece, o pomo da discórdia é que o carrinho faz o maior sucesso na Índia e na China, onde seu criador planeja investir um punhado de trilhões de dólares em novas fábricas pelos próximos anos.
“Não quero você investindo lá”, rosnou o chefe, de maus bofes, antes do rompimento. Isto porque todo mundo sabe que o chefe quer empregos para os americanos, e não para indianos e chineses. Pegou mal e a cama do casal estremeceu.
E, antes que o dia amanhecesse, o chefe pulou da cama e resolveu descontar sua raiva no lombo dos imigrantes da Califórnia. Como se sabe, é nesse estado que o imigrante sul-africano tem seu maior poder de fogo nos negócios da Tesla em território norte-americano.
Por que não bagunçar o coreto dele por lá? Dito e feito, depois da Guarda Nacional mandou os marines armados até os dentes para lá. Agora só faltam os B-52.
Eu disse imigrante sul-africano? Sim, eu disse. O agora ex-parceiro viveu durante um bom tempo como residente ilegal nas terras de Tio Sam, enquanto estudava não sei bem onde e resolveu largar tudo, inclusive o green card estudantil, para se dedicar a fazer na garagem de casa um protótipo de carrinho elétrico.
Quem conta isso não sou eu. Eu apenas sobereio a notícia. Quem conta é o indultado Steve Bennon, que parece estar mais enraivecido que o suposto dono da casa e já falou que seu maior desejo é deportar o trilhardário para a África do Sul.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que recentemente Trump pretendeu humilhar com um vídeo falso sobre genocídio de brancos não sei bem onde, mas não na África do Sul — compadecido agradece!
Nelson Merlin é jornalista aposentado e apreciador de boas histórias.
10/6/2025