“É um desprezo raivoso pela responsabilidade fiscal”

“Lula precisa garantir amplo apoio na sociedade e no Congresso, obter sucesso na economia e na área social e neutralizar o bolsonarismo, especialmente nas Forças Armadas. É tarefa monumental — e errar é proibido. O problema é que Lula não pára de errar.” A opinião é do empresário Ricardo Rangel, em artigo em O Globo. O título é claro e duro: “É melhor sair do palanque.”

Bem ao lado desse artigo, na página 3 da edição desta quinta-feira, 9/2, está o de Malu Gaspar, com o título “Um cercadinho para Lula”. Bem no início, a jornalista pergunta se Lula se bolsonarizou. E explica: bolsonarizar, aqui, “é uma alusão à estratégia do ex-presidente da República de, não podendo fazer o que quer em razão de alguma barreira institucional, partir para o ataque contra a autoridade que atravessa seu caminho.”

O Estado de S. Paulo também bate bem forte nesse presidente que tem um país para unir e não pára de esbravejar sobre o nós versus ele e de bater forte nos ricos, nos empresários, na zelite, no tal “cidadão” do Banco Central. Em seu editorial desta quinta-feira, “O rebanho de bodes expiatórios do PT”, o jornal de 148 anos de idade escreve:

“O que Lula não tolera não é o empresariado, o Banco Central, a imprensa, o Judiciário, o Congresso, as massas que protestaram inúmeras vezes nas ruas; o que Lula não tolera é a insubmissão. Quaisquer parcelas da sociedade civil ou das instituições públicas que não sejam submissas ao projeto de poder hegemônico do PT já foram julgadas e condenadas pelo ‘tribunal da História’. Elas são culpadas de não rezar o credo petista, de não prestar genuflexão ao grande líder, e devem ser sacrificadas no altar erguido ao seu culto, como irredimíveis bodes expiatórios.”

De maneira muitíssimo mais suave do que seu concorrente, a Folha de S. Paulo, também em editorial nesta quinta-feira, 9/2, lembra que “é saudável que haja medidas públicas protegidas do desejo do presidente de turno”. Assim começa o editorial:

“Para os lulistas mais exaltados, é inadmissível que a diretoria não eleita do Banco Central, ao insistir em manter a taxa Selic em 13,75% anuais, crie embaraços ao desejo do presidente legitimamente escolhido pela população. Esses mesmos lulistas, porém, provavelmente aplaudiram decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em janeiro de 2021, de autorizar a aplicação emergencial das vacinas Coronavac e AstraZeneca contra a Covid-19.”

Sem veemência, mas também sem suavidade, argumentando com fatos e números, Celso Ming, uma das melhores vozes do jornalismo econômico do Brasil, escreveu em sua coluna no Estadão desta quinta:

“A lula, o molusco, quando ameaçada solta jatos de tinta negra à sua volta para confundir os predadores. Assim, também, vai agindo Lula, o presidente. (…) Lula finge que não se dá conta de que o problema não é a autonomia do BC, nem os juros altos, mas a inflação, que ele próprio alimenta, porque tomou a decisão de gastar mais do que pode e abriu mais um rombo nas contas públicas. Pior ainda, alimenta a inflação porque a pichação verbal contra o BC e o regime de metas de inflação turva a confiança, puxa as cotações do dólar para cima e aumenta os preços dos importados ou de grande número de alimentos de produção nacional cotado em dólares. No dia 2 de fevereiro, a cotação do dólar havia resvalado para abaixo dos R$ 5,00. Em dias, à medida que o presidente Lula foi aumentando os decibéis do seu ataque verbal, o dólar saltou para R$ 5,19.”

Em entrevista a Luiz Guilherme Gerbelli, do Estadão, publicada duas páginas após esse artigo de Celso Ming, o ex-presidente do Banco Central Armírio Fraga teve o cuidado de defender os esforços que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem fazendo bem na contra-mão de seu chefe – mas definiu a discurseira de Lula como “um desprezo raivoso pela responsabilidade fiscal”. Um trecho da entrevista:

“Se ele (Lula) quiser colaborar para derrubar os juros, devia dar mais atenção à responsabilidade fiscal. Ele passou a campanha inteira dizendo que teve superávit primário (nos seus outros governos) – e teve, de fato – e, agora, está lidando com um déficit primário, que, na verdade, nasceu com o colapso fiscal de 2015 e 2016. Tem muita coisa que o governo poderia fazer. O presidente poderia liderar um movimento, mas não na direção que estamos vendo. É verdade que o ministro Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda) teve a coragem de dar um passo na direção contrária. É um sinal importante, mas o que está pesando é o todo. É um desprezo raivoso da responsabilidade fiscal e, depois, o ataque ao Banco Central me parece um equívoco. O Banco Central tem, por lei, autonomia para cumprir objetivos que são determinados pelo governo. (…) Toda vez que a temperatura sobe na economia, aumenta a incerteza, a economia começa, na verdade, a se defender, com medo. E isso é recessivo.”

Esta é a terceira compilação da série “O maior inimigo do governo é Lula”. Daria para fazer uma compilação por dia, já que todos os dias Lula abre a torneirinha de asneiras sobre economia, e todo dia editoriais e artigos mostram como o que ele fala é asneira… (Sérgio Vaz)

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É melhor o presidente descer do palanque

Por Ricardo Rangel, O Globo, 9/2/2023

O golpe falhou, o país se uniu, e Bolsonaro se isolou. Centenas de golpistas foram presos, novas manifestações golpistas fracassaram, o comandante do Exército foi substituído.

Ufa, a democracia sobreviveu.

Mas quem acha que ela está segura deve pensar melhor. O antipetismo segue fortíssimo, Lula tem baixa popularidade e pouco apoio num Congresso fortemente de direita. O panorama econômico é preocupante. Os algoritmos das redes sociais favorecem fake news, e ninguém os compreende melhor que os bolsonaristas; a maior parte do governo é digitalmente iletrada (o presidente nem tem celular). As legiões bolsonaristas permanecem mobilizadas, agressivas e desleais. O Exército, cuja tradição golpista é centenária, segue num patamar de radicalização e indisciplina que não se vê desde 1964.

O cenário é desafiador, mas o governo tem a obrigação de ser minimamente bem-sucedido, sob o risco de a extrema direita voltar em 2026; se o governo fracassar, o presidente pode nem sequer chegar ao fim do mandato. Lula precisa garantir amplo apoio na sociedade e no Congresso, obter sucesso na economia e na área social e neutralizar o bolsonarismo, especialmente nas Forças Armadas. É tarefa monumental — e errar é proibido.

O problema é que Lula não pára de errar.

Lula maltratou Simone e Marina. Nomeou para a Defesa um ministro iludido a respeito dos acampamentos golpistas e da disposição dos militares. Só trocou a equipe do Gabinete de Segurança Institucional, montada pelo notório golpista Augusto Heleno, depois do desastre do 8 de Janeiro. Botou no comando do Exército um simpatizante dos golpistas, que os acobertou. Voou para Araraquara (SP) quando todo mundo sabia que havia hordas de bolsonaristas a caminho de Brasília. Atacou as Forças Armadas de maneira genérica, enraivecendo não só os militares que não gostam de democracia, como também os legalistas (bom lembrar que há generais legalistas e golpistas, mas não há nenhum que respeite o presidente).

Acusou os ricos de gananciosos e afirmou que o empresário não ganha dinheiro com seu trabalho, mas com o dos empregados. Teima em defender Cuba e Venezuela, nega o calote e quer voltar a emprestar a países estrangeiros (inclusive para construir um gasoduto ambientalmente incorreto). Critica a meta de juros, reclama da autonomia do Banco Central, tenta derrubar seu presidente, irrita e constrange a equipe econômica. E insiste na velha fake news de que o impeachment de Dilma foi golpe, insultando grande parte do eleitorado e de seu próprio ministério.

Lula briga com o mercado, os empresários, os ricos, a diretoria do Banco Central, a direita, o centro, os militares, os ambientalistas, a verdade e o bom senso. Sua atitude beligerante, que só agrada à base petista, irrita aqueles de quem depende o sucesso de seu governo e alimenta o bolsonarismo.

A intentona mostrou que o bolsonarismo é um movimento violento e criminoso que ameaça a República e deu de presente a Lula um imenso capital político. Mas, se quer chegar a 2026, Lula precisa parar de desperdiçar esse capital, sair do palanque e começar a mostrar serviço.

*Ricardo Rangel é administrador de empresas

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Um cercadinho para Lula

Por Malu Gaspar, O Globo, 9/2/2023

Lula se bolsonarizou? A insólita pergunta e suas variações vêm sendo ouvidas nos gabinetes do Congresso Nacional e nas salas de reunião da Faria Lima nos últimos dias. Antes que comece a grita da falsa simetria: é claro que não estão falando de golpismo nem de nenhuma aberração antidemocrática.

Bolsonarizar, na linguagem usada por esse pessoal, é uma alusão à estratégia do ex-presidente da República de, não podendo fazer o que quer em razão de alguma barreira institucional, partir para o ataque contra a autoridade que atravessa seu caminho.

Foi o que Jair Bolsonaro fez várias vezes, como quando atirou contra três presidentes da Petrobras, que não baixavam o preço dos combustíveis como ele queria, ou contra o presidente da Anvisa, que não aprovava o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19.

Nos dois casos, Bolsonaro estava amarrado. Não podia demitir o presidente da Anvisa porque ele tinha mandato e não estava sujeito a suas ordens. Até podia demitir o presidente da petroleira, mas não tinha em princípio nenhuma intenção de fazer isso, porque sabia quanto custaria para o governo e para a própria economia.

Ao final, conseguiu tirar da Petrobras seus desafetos, mas nem por isso pôde mexer na política de preços dos combustíveis.

Lula segue o mesmo método ao bater no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — “esse cidadão” — por causa dos juros altos, deixando vazar que pode aproveitar alguma brecha na lei para exonerá-lo. Ou ainda ao declarar que a privatização da Eletrobras foi “bandidagem” e afirmar que seu governo tentará revê-la.

O presidente não vai nem exonerar Campos Neto nem reverter a privatização da Eletrobras. E não o fará não só porque enfrentaria uma série de obstáculos legais, mas também porque o custo seria tão alto que arriscaria inviabilizar o próprio governo.

A reação dos atores políticos e econômicos aos tumultos provocados por Lula e Bolsonaro é igualmente parecida: alertam sobre os riscos envolvidos, mas apostam que o presidente da República só quer agitar seus radicais, enquanto elege um culpado por eventuais fracassos. No Congresso, não se encontra nenhum parlamentar sério que realmente acredite que vá adiante qualquer plano de acabar com a autonomia do BC.

Na Faria Lima, segundo um informe recente da XP, uma das maiores do ramo, “o mercado está cada vez mais dissociando o que Lula fala das ações de governo”. Traduzindo: por enquanto, o mercado de que Lula tanto reclama não está dando muita bola para o que ele diz. Mas segue o alerta da XP: se houver algum passo do governo para transformar as falas de Lula em medidas concretas, haverá problemas.

Por isso, nos últimos dias, todo mundo que tinha acesso a Fernando Haddad na Fazenda, a Simone Tebet no Planejamento, a Alexandre Padilha nas Relações Institucionais ou a Geraldo Alckmin na Vice-Presidência foi sondar o que há sob a espuma dos arroubos lulistas. O que ouviram provocou um misto de alívio e preocupação.

Por um lado, os aliados garantem que não há risco de Lula avançar contra a autonomia do Banco Central ou a privatização da Eletrobras. O problema é quando tentam explicar por que Lula, com toda sua experiência, insiste em comprar uma briga com tamanho potencial destrutivo.

Há quem diga que se trata de um movimento calculado para fazer Campos Neto se “tornar mais colaborativo” e que “logo ele vai parar com isso”. Mas há também quem observe que Lula não conta mais com os conselheiros experientes que, em mandatos anteriores, diziam o que ele não queria ouvir.

Aos 77 anos e se sentindo consagrado pela terceira vitória para a Presidência, ele estaria mais free style, com menos filtro e menos paciência de se conter para agradar a quem quer que seja.

É difícil prever até que ponto a responsabilidade prevalecerá sobre a estridência, mas, a esta altura, já parece claro aos mais enfronhados na lógica de Lula e do PT que o barulho veio para ficar. A inflexão do presidente à esquerda e o clamor contra o mercado, os juros e a responsabilidade fiscal não desaparecerão.

Operadores da política e da economia agora torcem para que se contenham os arroubos de Lula numa espécie de cercadinho retórico, enquanto figuras como Haddad e Arthur Lira “tocam a agenda do país” no ministério e no Congresso. Se vai funcionar, ainda não se sabe. Afinal, Lula 3 definitivamente não é Bolsonaro. Mas também já não é mais o mesmo Lula que conhecemos no passado.

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O rebanho de bodes expiatórios do PT

Editorial, O Estado de S. Paulo, 9/2/2023.

É um locus classicus: o Brasil não é fustigado por catástrofes naturais, não tem histórico de guerras internacionais nem guerras civis, e, em que pesem as cicatrizes de seu passado escravocrata, é uma democracia multiétnica e multicultural enriquecida por imigrantes de todo o mundo, que tem à disposição abundantes recursos naturais para prosperar.

Mas, apesar disso, os índices de crescimento econômico, de saúde ou educação são cronicamente medíocres. O Estado, paquidérmico e ineficiente, é um sorvedouro de recursos saqueados dia e noite por legiões de políticos patrimonialistas, clientelistas e corporativistas. A sociedade, uma das mais desiguais do mundo, está unida pelo medo à violência e dividida pela radicalização política. Refletindo as causas e sintomas desse persistente mal-estar, as últimas eleições – mesmo num cenário de desemprego elevado, indústria estagnada, inflação acelerada e contas públicas desancoradas – foram uma batalha campal cujo rastro foi um deserto de propostas jamais visto desde a redemocratização. E, em tudo isso, qual é a parcela de responsabilidade do partido que governou o País por 14 dos últimos 20 anos? Segundo seu líder máximo, nenhuma. Ao contrário, se o Brasil não é o céu na terra, é porque o inferno são os outros.

Mal esquentou a cadeira presidencial, Lula já soou o apito para que seu rebanho militante arrebanhasse seus surrados bodes expiatórios. Segundo levantamento do Estado, em um mês Lula já apelou ao menos oito vezes ao antagonismo entre ricos e pobres. A invasão às sedes dos Três Poderes, por exemplo, “foi uma revolta dos ricos que perderam as eleições”. A bola da vez é o Banco Central, acusado de perseguir uma meta da inflação que não é o padrão “brasileiro”, seja lá o que isso queira dizer.

Na mitologia lulopetista, o Brasil vivia uma espiral virtuosa até o “golpe” destruir tudo. “Essa é a explicação que encontrei para o impeachment da presidente Dilma Rousseff, minha prisão e as várias mentiras fabricadas contra o PT”, disse Lula a um jornal chinês. “A única explicação que posso encontrar é esta. Os Estados Unidos estão sempre intervindo na política latino-americana.”

Assim Lula estima as instituições nacionais: a imprensa, que denunciou escândalos de corrupção como o mensalão e o petrolão; a polícia, que os investigou; o Judiciário, que os condenou; o Congresso, que num processo presidido pela Suprema Corte destituiu sua criatura por crimes de responsabilidade, todos são fantoches de um grande complô do “imperialismo estadunidense”, do “capital”, das “elites” contra o “povo”, obviamente encarnado em Lula.

O PT se escandaliza com a miséria e a desigualdade, como se suas políticas econômicas negacionistas não tivessem nada a ver com a pior recessão da história recente; escandaliza-se com a corrupção, como se ela nada tivesse a ver com o sistemático aparelhamento do Estado para servir aos interesses do partido; escandaliza-se com a radicalização, como se ela nada tivesse a ver com a renitente demonização de seus adversários e críticos.

Questionado duas vezes em entrevista à RedeTV! sobre o que teria a dizer a todos que o rejeitaram nas urnas – que, somados os votos ao adversário, nulos, brancos e ausentes, representam quase 60% do eleitorado –, Lula só aludiu à “indústria de mentiras criada nesse país”. Ou seja, toda essa gente é mera massa de manobra ludibriada pela conspiração contra o PT. Logo, suas opiniões não são passíveis de conciliação, só de retificação ou retaliação.

Na verdade, o que Lula não tolera não é o empresariado, o Banco Central, a imprensa, o Judiciário, o Congresso, as massas que protestaram inúmeras vezes nas ruas; o que Lula não tolera é a insubmissão. Quaisquer parcelas da sociedade civil ou das instituições públicas que não sejam submissas ao projeto de poder hegemônico do PT já foram julgadas e condenadas pelo “tribunal da História”. Elas são culpadas de não rezar o credo petista, de não prestar genuflexão ao grande líder, e devem ser sacrificadas no altar erguido ao seu culto, como irredimíveis bodes expiatórios.

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Lula e seus predadores

Por Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 9/2/2023

A lula, o molusco, quando ameaçada solta jatos de tinta negra à sua volta para confundir os predadores. Assim, também, vai agindo Lula, o presidente.

Ele é um grande tático político, mas ainda não revelou sua estratégia para a área econômica. Sabe que vai ter um ano de crescimento pífio, que a inflação vai corroendo o salário do trabalhador, que o crédito está caro e que a indústria vai continuar a definhar. Para livrar sua cara política destas e de outras ameaças, deu para expelir jatos de tinta escura sobre supostos predadores. Mas não tem feito boas escolhas.

Seus principais alvos até agora foram: o Banco Central (BC), cuja autonomia, diz ele, é “uma bobagem”; a meta de inflação “irrealista” para os padrões do Brasil; o “cidadão” Roberto Campos Neto, presidente, que se aproveita da “bobagem” para castigar com juros o trabalhador; e a Eletrobras, cuja privatização foi “uma bandidagem” e precisa ser revertida.

Lula finge que não se dá conta de que o problema não é a autonomia do BC, nem os juros altos, mas a inflação, que ele próprio alimenta, porque tomou a decisão de gastar mais do que pode e abriu mais um rombo nas contas públicas.

Pior ainda, alimenta a inflação porque a pichação verbal contra o BC e o regime de metas de inflação turva a confiança, puxa as cotações do dólar para cima e aumenta os preços dos importados ou de grande número de alimentos de produção nacional cotado em dólares. No dia 2 de fevereiro, a cotação do dólar havia resvalado para abaixo dos R$ 5,00. Em dias, à medida que o presidente Lula foi aumentando os decibéis do seu ataque verbal, o dólar saltou para R$ 5,19.

Ainda não ficou claro como o governo vai ancorar as contas públicas, como prometido. O chamado “pacote desenrola” continua enrolado. Em nenhum momento o governo acenou com um substituto melhor à meta de inflação e aos juros elevados contra a alta de preços.

Tanto Lula como seu ministro do Trabalho, Luiz Marinho, condenam, não sem razão, o “regime de escravos” a que submetem os trabalhadores de aplicativos, mas não sabem como garantir proteção social para eles. Marinho, que é do tempo da enceradeira e do cartão de ponto, sugeriu que os Correios substituam o Uber e o Ifood, sem mostrar noção do investimento em logística que isso implicaria. E parece não se dar conta de que o mercado de trabalho passa por uma revolução, aqui e no mundo, que não pode ser enfrentada com mais CLT. Primeiro, tem de ser entendida.

Não é com mais navios e mais plataformas fabricados no Brasil com uma das chapas grossas mais caras do mundo que a produção nacional vai ser resgatada. A indústria precisa de tecnologia de ponta e de acesso ao mercado externo e este, de acordos comerciais. Qual é a política econômica do governo Lula e de que predadores ele quer desviar a atenção com a saraivada de ataques ao BC e à Eletrobras?

Esta é a terceiras compilação da série “O maior inimigo do governo é Lula”.

A melhor forma de não baixar os juros é fazer o que Lula está fazendo, diz Henrique Meirelles.

9/2/2023

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