Ponto de vista – Votações

Lamentável o pool dos meios de comunicação fazerem toda aquela ginástica para o debate daqueles indivíduos. São uns heróis.

Como cidadão tive que assistir um acreditando que foi o melhor presidente do planeta, outro dando coices em jornalista, outra virando onça, um com o microfone bichado só falando do Zema, um que se desculpa porque usou a mulher “como travesseiro” e outra que fala em corrupção mas não mencionou nem um sopro de provas. Vou dizer, foi mais chato que Gillette.

O domingo à noite já tem naturalmente aquele clima de melancolia, mas esse do debate, em especial, me fez ter saudades de um lugar em que estive há muito tempo e do qual eu nunca deveria ter saído. A barriga da minha mãe.

Desde muito cedo conclui que votação é sempre uma roubada, só serve para ganhar o pior. É pura matemática, tem menos gente de bom senso do que de bom senso, percebe?

Não bastasse isso, essa onda de pesquisas que começam dois anos antes da votação só serve para você votar em quem você nunca votaria por conta própria. Isso se você acredita em pesquisas e gnomos.  Chamam isso de voto útil. Útil para quem quer lhe direcionar ao caminho errado.

Sendo assim, tenho uma sugestão para votações. Votação no escuro. Você vai lá e vota no candidato de sua preferência independente das pesquisas. Assim que a última urna fechar. O presidente joga uma moeda para cima e define se nessa eleição irá ganhar quem terá menos votos ou quem terá mais votos. Só então começaria a contagem.

Voltaríamos a ser um país mais alegre que a cidade de Las Vegas. E digo mais, se o Silvio Santos quiser aproveitar minha ideia para seus joguinhos de azar de domingo no SBT, eu deixo.

Acredito que seria mais justo, e essas empresas de pesquisas iam arrumar outra coisa para fazer a não ser canalizar os resultados sempre para os mesmos que não aguentamos mais.

Se os caras acertassem seria lindo, mas é tipo previsão do tempo, eu assisto à noite e já separo para o dia seguinte uma sunga, uma roupa de esqui e um quimono.

Tem criatura ali concorrendo há 16 anos! Vai querer ser presidente assim lá na pequepê!

Virou o desafio da sua vida, parece aquela onda introspectiva de onde eu vim e para onde eu vou? Garanto que você não vira presidente e nem come ninguém com esse papo.

Não me interessa saber de onde eu vim e para onde eu vou. Vá perguntar a sua cegonha. Me interessa saber por que eu estou aqui? Isso sim.

Hoje pela manhã assisti uns 500 minutos de simulações sem sentido cruzando todos candidatos, tipo se o Eymael e a Simone estivessem em primeiro lugar quem ganharia no primeiro turno e se fosse entre Tiririca e o Kid Bengala no segundo turno e por aí foi…

Dou apoio ao Diogo Mainardi que desistiu do Brasil e que o Brasil desistiu dele. Não vai escrever nada sobre essa eleição. Esse ranço não tem fim. Concordo.

O que sei é que quando todo mundo adora uma coisa eu imediatamente estou do outro lado. Definitivamente a maioria sempre estará do lado ruim. Não concorda?

Veja o que acontece em votações seja no seu condomínio, na política, na escolha do restaurante no domingo ou então veja o que aconteceu no nosso país: como o amigo Sérgio Vaz já escreveu aqui, “em 1989 tivemos Mário Covas, Ulysses Guimarães e Leonel Brizola – e elegemos Fernando Collor. Já tivemos José Serra candidato, possivelmente a pessoa mais preparada para o cargo – e elegemos Dilma, aquela absoluta nulidade”.

Fazer o quê? Como diria Erasmo Carlos, e segue o mantra…

Penso como um otimista realista.

Minha tese é que votação definitivamente é para escolher o pior e terapeuta nenhum irá me convencer do contrário.

Minha sugestão: Vote consciente – do que vem pela frente!

31/8/2021