Marina em modo lareira

Outro dia fez 40 graus centígrados em um ponto da Sibéria, um dos lugares mais frios do Planeta. Neste dia 11 de janeiro, terça-feira, fez 40 graus em Buenos Aires – a segunda temperatura mais alta já registrada na bela cidade localizada no paralelo 35, muito mais próxima do Círculo Polar do que do Equador.

Tá tudo muito doido no clima, graças a tanta destruição que nós bípedes desplumados promovemos na Terra. E então em São Roque, ali tão relativamente pertinho da Praça da Sé, pouco abaixo do Trópico de Capricórnio, em pleno verão, nas noites de 8 e 9 de janeiro Marina pela primeira vez na vida esquentou-se junto de uma lareira.

Aos 8 anos e 10 meses, Marina é uma criaturinha vivida, viajada. Conhece Oropa, França e Bahia, já passeou pela Recoleta que hoje teve recorde de calor, é useira e vezeira em belas casas de sítios ao redor de São Paulo alugadas para temporada via Airbnb – mas nunca tinha tido necessidade e/ou oportunidade de encarar uma lareira.

Encarou pela primeiríssima vez na vida na noite de sexta, 8, quando o Accuweather dizia que ali, na Vila Maylasky, área absolutamente arborizada de São Roque, fazia 17 graus.

E adorou.

Estou velho demais e então não me lembro se, ao longo destes 31 anos em que estamos juntos, Mary e eu tínhamos tido que cuidar de uma lareira. De fato não me lembro. Não sabia, e isso dá para afirmar com toda certeza, que Mary domina o manejo de uma lareira com a mesma competência com que domina o de um seis bocas e de um teclado com letrinhas, seja ele de Olivetti ou de computador.  Nestas duas noites, pudemos comprovar, Marina, a Mamãe e o Papai dela, e eu, que a Vovó é mesmo multi-talentos.

(Até brinquei com a ex-Pequena que a Vovó é multi-talentos e o Vovô é Tá-lento…)

Marina gostou demais da sua primeira experiência com lareira. Testou o uso dos instrumentos para mexer a lenha, usou o instrumento que sopra ventinho para reavivar o fogo, jogou pedacinhos de papel sobre as chamas…

Divertiu-se. Marina se diverte com o que aparecer à sua frente.
Nos rápidos minutos em que o Sol apareceu, ao longo da semaninha de nossas férias em família-todo-mundo, curtiu a piscina.

Pulou, pulou, fez estrelas mil vezes, leu quatro livrinhos no iPad, jogou, fez muita, mas muita, mas muita historinha de faz-de-conta com os personagens e situações do Mundo Harry Potter,

Grudou na gente. Marina herdou isso do DNA da Vovó que não tem o DNA dela: adora um grude.

Foi uma semana maravilhosa, deliciosa, excepcional, sensacional – mas vou me lembrar dela sempre como a semana de férias no verãozão de janeiro em que Marina pela primeira vez na vida se divertiu diante de uma lareira.

Adoramos o lugar. Combinei com o proprietário, o senhor Luigi, super boa gente: voltaremos pra pegar um sol e um calorão num mês de julho qualquer destes aí que virão…

11/1/2022

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