Dia de Reis!

Neste dia 6 de janeiro o mundo católico festeja o Dia de Reis em homenagem aos três reais magos que foram levar presentes ao Menino Jesus.

Conta a tradição cristã que Melchior, Baltasar e Gaspar levaram ouro, incenso e mirra para o recém-nascido (até hoje não entendi o que uma criança faria com esses presentes, mas acho que naquele tempo nem tinha loja de brinquedos), e se perderam no caminho.

Antes de serem guiados pela Estrela de Belém (uma espécie de GPS da época), eles teriam sido hospedados pela bruxa Befana, que tinha cara de bruxa má, só que era boa. Ela não quis acompanhar os três nessa visita no primeiro momento, porém mais tarde se arrependeu e resolveu ir atrás deles. Só que, desta vez, quem se perdeu foi ela, e para compensar essa falha resolveu distribuir doces para as criança durante o percurso.

Ela ficou tão famosa na Itália, que o Dia de Reis chega a ser mais esperado do que o próprio dia de Natal. Lá é feriado e é comum se verem meias penduradas nas janelas das casas esperando que sejam preenchidas com doces ou regalos para as crianças. Isso para as bem-comportadas. As que saíram da linha durante o ano ganham um toco de carvão.

Na tradição francesa e canadense é hábito prepararem o galette des rois com um bonequinho dentro. Quem encontra o brinde é coroado rei por um dia com uma coroa de papelão que também acompanha o bolo.

Em Portugal o bolo-rei leva uma fava. Quem acha essa fava é considerado um sortudo e, automaticamente, fica escalado como o confeiteiro do bolo do ano seguinte.

Na Hungria as crianças se vestem de Reis Magos, e, carregando um presépio nas mãos, vão batendo de porta em porta pedindo moedas aos moradores.

Nos quatro cantos do mundo esse dia é lembrando e cada um tem sua maneira de comemorar.

Aqui no Brasil, ele é comemorado em vários estados com a Folia de Reis ou Reisado, onde grupos de músicos, cantores e dançarinos passam nas casas anunciando a chegada do Messias.

Pronto! Tava indo tão bem até chegar nesse nome.

Inevitável lembrar do nosso “rei” que termina o ano e começa o outro da mesma forma irresponsável desde quando começou seu reinado.

Jair Messias Bolsonaro resolveu encerrar o ano se divertindo em Santa Catarina junto com a família. Até aí tudo bem, a não ser pelo fato de que presidente não tem direito a férias conforme o estatuto da gafieira, digo, a Constituição. Na verdade, o chefe de Estado até pode aproveitar o recesso parlamentar para sair sem cumprir agenda, mas tem de estar disponível para encerrar o passeio caso alguma coisa urgente apareça. Como nada além de destruição e mortes pelas enchentes nos estados do norte e nordeste do país apareceu ele continuou lá.

Voltou no último domingo com uma baita dor de barriga e foi direto para o hospital 6 estrelas de São Paulo, Vila Nova Star.

Antes ligou para seu médico que também estava de férias só que fora do país e anunciou que estava “morrendo”. Isso fez com que ele voltasse para o Brasil já no dia seguinte. Depois de alguns exames constatou-se que a causa do seu mal-estar foi provocada por um camarão mal mastigado (e todo mundo achando que a causa dos seus males seria outro fruto do mar, cheio de tentáculos, de difícil deglutição né?).

Resolvido o problema, ele foi liberado do hospital e ao lado do médico deu uma entrevista dizendo que é pura maldade dessa gente espalhar que ele curtia férias no Sul do país. Que durante esse tempo esteve cuidado de vários projetos em prol do Brasil, em manobras radicais. Opa! Desculpa aí, me enganei. Essas manobras foram no show da Hot Wheels no parque do Beto Carrero.

Na última quarta-feira, já devidamente desentupido, o presidente logo após a alta, pegou um avião e foi para Goiás assistir a um jogo de futebol beneficente promovido por cantores sertanejos.

E assim, meio que aos trancos e barrancos, segue nosso “rei”, alternando suas atividades entre o marrom e o Marrone.

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 7/1/2022. 

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *