A imensa maioria dos brasileiros ainda não percebeu mudança alguma acontecida a partir do histórico 12 de maio, o dia em que, depois de 13 anos, quatro meses e quase meio, o PT deixou de governar o país.
Nada mais natural, normal, previsível. Não se altera o curso de um imenso porta-aviões de um momento para outro. Um gigantesco transatlântico não faz uma curva em U bem fechada, nem muito menos dá cavalo de pau como uma bicicleta. Entre a decisão do comandante de inverter o curso, de passar a rumar para o Norte e não mais para para o Sul, por exemplo, e a efetiva mudança de rumo, vai se passar necessariamente um longo tempo.
Interromper a trajetória de queda rumo ao fundo do fundo do fundo do abismo que a economia do país seguia, graças à incompetência do desgoverno Dilma Rousseff, leva seguramente tempo – mesmo que o novo comandante e seus auxiliares da equipe econômica, bem preparadíssimos, já estejam fazendo o possível para reverter o curso, fazer a curva de 180 graus.
Vai demorar anos para que o país saia do buraco em que o lulo-petismo o enfiou.
Se, nestes primeiros dois meses de novo comando, surgissem sinais de que pelo menos a economia parou de afundar mais e mais, já seria uma maravilha.
Mas esses sinais, obviamente, não são percebidos pelas pessoas em seu dia-a-dia.
As empresas não voltaram a contratar. Ainda não. Se e quando o nível de desemprego parasse de aumentar já seria para soltarmos rojões – mas o homem da rua ainda não iria perceber mudança alguma.
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E no entanto, está lá nos jornais dos últimos 10, 12 dias:
* No mês de maio, os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,815 bilhão da Bolsa de Valores de São Paulo, “em um misto de realização de lucros e de cautela em relação ao governo do presidente interino Michel Temer”, segundo reportagem de Eulina de Oliveira, Folha de S. Paulo. Em junho, houve ingresso líquido (saldo entre compras e vendas de ações) de R$ 1,166 bilhão de recursos estrangeiros. O movimento contribuiu para que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista, ganhasse 6,30% no período.
* “Pela primeira vez em quase quatro anos, a indústria brasileira completou, em maio, três meses seguidos sem reduzir a produção, que ficou estável na passagem entre abril e maio, após duas altas, segundo o IBGE. A última vez que isso aconteceu foi em 2012, quando foram cinco taxas positivas seguidas entre abril e agosto. Se os sinais são cada vez mais claros (de) que a crise na indústria se aproxima do fundo do poço e o cenário se vislumbra mais positivo, analistas afirmam que ainda não enxergam um horizonte claro para uma recuperação consistente da indústria”. (Reportagem de Lucianne Carneiro, O Globo, 2/7/2016.)
* A nova Lei de Responsabilidade das Estatais, aprovada pelo Congresso no final de junho e sancionada pelo presidente Michel Temer no dia 30, “dificulta a ocupação por indicações políticas de 1.806 cargos de chefia e assessoramento em empresas federais. Os postos impactados pela lei são de livre provimento – ou seja, pessoas que não precisam ser concursadas e podem ser alocadas por indicação. As dez estatais com mais funcionários englobam 115 pessoas nessa situação. Esses cargos são considerados o ‘filé’ das nomeações políticas nas estatais. No total, as empresas federais abrigam 223.171 funções gratificadas, sendo 211.800 nas dez maiores companhias, de acordo com levantamento feito pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão a pedido do Estado por meio da Lei de Acesso à Informação.” (Lu Aiko Otta e Tânia Monteiro, Estadão, 4/7/2016.)
* “Depois da queda abissal dos últimos três anos, o setor de construção dá os primeiros sinais de que o pior pode estar passando e de que já se pode pensar em recuperação nos próximos meses. Embora tímidos, chegam a surpreender os dados da Sondagem Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) relativos a maio, mostrando que as expectativas dos empresários dão indícios de melhora. Os responsáveis pela sondagem notam que ‘o cenário para a indústria da construção se tem tornado menos adverso’. O nível de atividade, que havia chegado a apenas 33,3 pontos em dezembro – abaixo dos 50 pontos está no campo negativo –, atingiu 40,1 pontos em maio, aumento de 6,8 pontos em 2016. O indicador de número de empregados também evoluiu favoravelmente, atingindo 42,3 pontos, com crescimento de 5,1 pontos no ano, embora o nível usual de atividade ainda seja baixo, de apenas 26,5 pontos. Também melhorou a utilização da capacidade, que passou de 54% em abril para 56% em maio.” (Editorial de Economia do Estadão, 1º/7/2016.)
* “A elevação de 2,1% no número de consultas para vendas a prazo na primeira quinzena de junho na cidade de São Paulo, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Boa Vista Serviços, elaborados pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), pode ser mais significativa do que pode parecer. Este é o primeiro dado positivo desde março de 2015, ou seja, depois de 14 meses de contração, revelando certo aquecimento das vendas no varejo. O economista Emilio Alfieri, da ACSP, pondera que a primeira metade do mês de junho de 2016 teve um dia útil a mais do que a de 2015, o que pode ter influenciado o resultado. Mas, quando se compara a primeira quinzena de junho com a de maio, com idêntico número de dias úteis, há um avanço de 10,4%.” (Editorial de Economia do Estadão, 30/6/2016.)
* “Em seus primeiros 30 dias, sem alarde, o governo Temer extinguiu 4.307 cargos em comissão, ou seja, aqueles em que se pode nomear funcionários de fora do quadro do serviço público. Isso significa uma economia anual de R$ 231,9 milhões. Mais: 10.562 cargos que até então eram também para serem preenchidos por indicação de políticos, agora só podem ser exercidos por servidores concursados.” (Lauro Jardim, O Globo, 26/6/2016.)
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Os brasileiros comuns, os brasileiros que são a imensa maioria da população, os que não ficam lendo notícias e/ou editoriais e análises de e sobre economia, “o homem da rua”, na feliz definição do jovem Chico Buarque de Hollanda na canção “A Televisão”, de seu segundo disco – esses não perceberam ainda qualquer tipo de mudança.
É natural, normal, previsível.
Mas os sinais que começam a aparecer mostram que vai melhorar.
Abaixo, vão alguns textos publicados nos jornais nos últimos dias que demonstram isso.
Temer consegue aprovar projetos no Congresso
Reportagem de Simone Iglesias, O Globo, 26/6/2016.
Com as incertezas políticas pairando sob o governo por conta da Operação Lava-Jato, o presidente interino Michel Temer conseguiu uma trégua com o Congresso, em especial com a Câmara dos Deputados, que a presidente afastada Dilma Rousseff não teve. Mas, para pacificar sua base de apoio, teve que ceder a pressões e barganhas. Uma das mais simbólicas foi a imposição pelo “centrão” do deputado André Moura (PSC-SE) para líder do governo na Câmara.
Acéfala pelo afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência e, com um interino, Waldir Maranhão (PP-MA), sem controle e sem respeito dos parlamentares, a Câmara se adaptou rápido ao estilo agregador de Temer. Em vez de boicotar, como fez muitas vezes com a petista, está ajudando a agilizar a aprovação de matérias de interesse do governo paradas na gestão anterior.
A diferença de postura entre a presidente afastada e o presidente interino fez com que a relação melhorasse nas últimas seis semanas, levando o peemedebista a vitórias importantes, como a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) e da Lei das Estatais. Ele também conseguiu a aprovação rápida da nova meta fiscal, com deficit de R$ 170,5 bilhões; do reajuste dos servidores públicos e da medida provisória que abre integralmente o setor aéreo para investimentos de empresas estrangeiras.
Dilma havia mandado o projeto que ampliava a desvinculação dos recursos da União no ano passado, e o tema patinava na Câmara. No seu primeiro mês de governo, Temer aprovou o projeto. O próprio presidente interino fez questão de ressaltar nesta semana a diferença de tratamento que ele e Dilma dão aos parlamentares, dizendo que seu governo e o Congresso estão “irmanados”.
Temer avalia que o que deu certo nas primeiras semanas de seu governo deve-se em boa parte à relação com o Congresso:
— Imodestamente, nesses 40 dias, o país caminhou muito. Hoje, o apoio congressual que nós temos é um apoio que não se verifica há mais de um ano — frisou o peemedebista.
Em contrapartida, ele precisou ceder em alguns pontos, mas decidiu não fazer disso uma frente de batalha: emparedado pelo “centrão”, sequer piscou ao tornar líder do governo o deputado André Moura, que não era considerado o nome ideal pelo governo. Indicou-o no mesmo dia em que recebeu o pedido.
Dilma, que nunca teve um trânsito tranquilo na Câmara, comprou uma briga no começo do segundo mandado com Eduardo Cunha, o que foi considerado pelos deputados o começo da rebelião que ela enfrentou até o dia em que foi afastada pela Casa: interferiu na disputa por seu comando, apoiando na época um candidato sem chance, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que foi aniquilado por Cunha.
Mais experiente, tudo o que Temer busca agora é manter distância da eleição tampão para o comando da Casa.
— Eu não vou me intrometer nessa disputa. Seria impróprio, especialmente para quem passou tanto tempo lá. Fui eleito três vezes (presidente da Câmara) — afirmou na última sexta-feira.
— A principal mudança é a experiência que Temer tem com o Legislativo. A avaliação que todos fazem na Câmara é que ele é um de nós. É um deputado que virou presidente, conhece a dinâmica do Legislativo, sabe que para o deputado é importante ser recebido, pedir apoio para uma obra ou liberação de recurso. Dilma, quando tentava fazer isso, era desastrada. Errava o nome dos deputados, não sabia de que região era e qual a área de atuação, não tinha assunto — comparou um ministro de Temer que também atuou no governo Dilma.
Já na montagem do primeiro escalão, o presidente interino não conseguiu montar o ministério de notáveis com que sonhava. Cedeu ao loteamento partidário para tentar garantir a aprovação final do impeachment de Dilma e uma base segura no Congresso.
A rendição teve seu preço. Em pouco mais de um mês de governo, três ministros caíram por envolvimento ou tentativa de obstrução da Lava-Jato. Com o noticiário mostrando dia a dia novas denúncias e delações envolvendo políticos, Temer tentou dar certa tranquilidade aos seus ministros. Defendeu publicamente o titular da Educação, Mendonça Filho, citado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como beneficiário de R$ 100 mil de recursos ilegais ligados à empreiteira UTC.
Eleito deputado, Mendonça não é o único na Esplanada que foi financiado nas últimas campanhas por empresas envolvidas na Lava-Jato. Outros 14 ministros que concorreram na última década receberam doações da Odebrecht e da OAS, entre outras com problemas com a Justiça.
Apesar de Temer cobrar que os envolvidos em irregularidades saiam do governo, ele deixou claro aos ministros que só se apegará a denúncias que tenham fundamento e que não fará uma caça às bruxas, criminalizando doações eleitorais.
— É claro que existe um incômodo permanente com esse assunto, mas o governo não pode ficar acuado, demitindo qualquer pessoa citada. Todo mundo sabe que quem financia campanha, no geral, são as empreiteiras e os bancos, e que a maioria dessas doações não são irregulares. Cabe ao governo filtrar, ver o que tem consistência e o que é denúncia frágil — disse um interlocutor presidencial.
Um desses ministros, que recebeu doação da Odebrecht em campanha para deputado, disse reservadamente ao GLOBO que, passadas as turbulências iniciais do governo, Temer assumiu o controle, dando a todos os auxiliares clareza sobre o que deve motivar ou não as demissões.
Competência e habilidade
Editorial, Estadão, 27/6/2016.
Em tese, o governo provisório de Michel Temer preenche a seu favor duas precondições para enfrentar com sucesso a crise em que o País está mergulhado: uma equipe econômica comprovadamente competente para apontar os novos rumos e experiência e habilidade políticas do presidente em exercício, essenciais para garantir o apoio do Congresso Nacional a suas iniciativas.
O governo já passou nos primeiros testes no Congresso, com a aprovação de medidas como a Desvinculação das Receitas da União (DRU) e a chamada Lei de Responsabilidade das Estatais. Mas o desafio maior está pela frente, quando o Congresso Nacional tiver que discutir e votar medidas tão relevantes quanto impopulares, como a reforma da Previdência e outras que de alguma maneira afetam os interesses dos assalariados e por essa razão terão sua rejeição imediatamente transformada em bandeiras da oposição lulo-petista.
Nesse momento – que só deverá acontecer depois de confirmado o impeachment de Dilma Rousseff –, Michel Temer já terá que ter comprovado a sua capacidade de reunir em torno de seu programa uma ampla e sólida base de sustentação. Não será tarefa fácil.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Temer foi otimista: “A base está disposta a partilhar com o Executivo a tentativa de tirar o País da crise. Temos um apoio muito significativo e expressivo no Congresso Nacional”. A esperança de todos os brasileiros que anseiam por ver a luz no fim do túnel é de que essa expectativa se confirme.
Não se trata realmente de tarefa fácil porque depende de que seja obtido o delicado equilíbrio entre o bom e o ótimo, entre o ideal e o possível. Ou seja: não basta que o Executivo tenha competência e convicção para apresentar propostas que considera indispensáveis. Quando essas propostas dependerem de aprovação do Legislativo, o que ocorre geralmente com as mais importantes, é preciso que deputados e senadores as examinem, talvez modifiquem e, finalmente, aprovem. É assim que funciona o jogo democrático.
É muito fácil, por exemplo, acusar de incoerência o presidente em exercício porque ao mesmo tempo que prega rigoroso controle fiscal concede reajustes salariais a servidores públicos. A aparente incoerência da proposta desses reajustes tem origem no governo Dilma, que só não teve tempo nem condições de submetê-los ao Congresso. Mas é preciso levar em conta até que ponto sua aprovação é necessária para a consolidação da base de apoio de que o governo vai precisar para fazer passar projetos verdadeiramente indispensáveis ao equilíbrio das contas públicas. É uma questão essencialmente política, que implica medidas cujo acerto ou erro só poderá ser devidamente avaliado a partir dos resultados que vierem a produzir.
Um fator complicador para a união das principais correntes políticas que podem integrar a base de apoio ao governo Temer é a escolha do sucessor de Eduardo Cunha, que brevemente terá o mandato cassado ou, no mínimo, será obrigado a se afastar da Presidência da Câmara dos Deputados. Sua substituição – até a nova eleição da Mesa, em fevereiro do próximo ano – já é motivo de forte disputa, por enquanto limitada aos bastidores, entre as correntes políticas que apoiam Temer.
O presidente não deve se envolver nessa disputa, pois sabe que não fica bem intervir em problemas de outro Poder. Mas é claro que todo seu grupo político está atento à necessidade de garantir no comando da Câmara, nesses decisivos primeiros meses de governo, um político que trabalhe a favor dos projetos do Planalto.
Só a boa política poderá resolver os grandes problemas que atormentam o Brasil. Boa política significa ter a capacidade de definir e conciliar os fins a serem atingidos em benefício de todos com os meios para atingi-los.
Vale insistir: a definição dos fins, que no momento dizem respeito prioritariamente à área econômica, Temer está sabendo delegar a quem tem competência para tal. A viabilização dos meios para atingi-los continuará dependendo de sua própria competência política num ambiente extremamente conturbado. Quem deseja o bem do País torce por isso.
Impeachment melhora expectativa e impulsiona confiança do consumidor
Vinicius Neder, estadao.com.br, 27/6/2016.
O avanço do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff aparece como principal fator por trás da melhora no nível da confiança do consumidor nos últimos dois meses, na avaliação de Viviane Seda Bittencourt, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Mais cedo, a FGV informou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 3,4 pontos em junho ante maio, registrando 71,3 pontos, maior nível desde junho de 2015, quando foi 73,2.
Segundo Viviane, a associação entre o impeachment e a melhora da confiança está baseada no fato de o movimento ter sido verificado tanto em maio, mês em que o Senado Federal decidiu pela admissibilidade do processo, quanto em junho, e de a alta ter sido puxada pelas expectativas.
Entre os componentes do ICC, o Índice de Expectativas (IE) avançou 6,0 pontos em junho, atingindo 77,1 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015 (81,7). Já o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,8 ponto, atingindo 64,7 pontos. Em maio, o IE já havia subido 5,3 pontos em relação a abril, ao passo que o ISA avançara apenas 0,8 ponto.
“Normalmente, as expectativas antecedem uma melhora na situação atual”, afirmou Viviane, ponderando, por outro lado, que não é possível dizer quanto tempo levará para isso ocorrer no contexto atual. “O momento é atípico”, comentou a pesquisadora.
Ainda assim, a melhoria recente nas expectativas passa longe de levar a uma maior propensão ao consumo das famílias, fundamental para impulsionar a recuperação da economia. “Estamos enxergando consumidores muito retraídos. Há menos pessimismo em relação a compras de bens duráveis, mas para isso se reverter em alta no consumo ainda falta”, disse Viviane.
Segundo a pesquisadora, pesa sobre o consumo das famílias um ciclo de retração que envolve inflação, desemprego e endividamento. Com a piora do mercado de trabalho, as famílias ficam mais endividadas e param de consumir.
Para Viviane, a piora do mercado de trabalho é o fator de maior peso. O indicador de mercado de trabalho no presente, que não entra na composição do ICC, registrou 61,6 pontos em junho, não muito distante da mínima histórica de 57,8 pontos verificada em dezembro do ano passado. (AE)
Otimismo volta, e estrangeiros entram com R$ 1,666 bi na Bolsa em junho
Eulina de Oliveira, Folha de S. Paulo on-line, 4/7/2016.
Depois de retirarem R$ 1,815 bilhão da Bovespa em maio, em um misto de realização de lucros e de cautela em relação ao governo do presidente interino Michel Temer, os investidores estrangeiros voltaram ao mercado acionário brasileiro em junho.
No mês passado, houve o ingresso líquido (saldo entre compras e vendas de ações) de R$ 1,166 bilhão de recursos estrangeiros. O movimento contribuiu para que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista, ganhasse 6,30% no período.
Com isso, no acumulado do ano, o superavit de capital externo na Bovespa subiu para R$ 12,641 bilhões.
Segundo analistas, vários fatores colaboraram para a retomada da confiança no mercado de ações brasileiro. O primeiro deles é a postergação do aumento dos juros americanos, depois de dados decepcionantes do mercado de trabalho nos Estados Unidos em maio.
No final de junho, com o “Brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia), as apostas de que não haverá alta dos juros nos Estados Unidos foram reforçadas.
Além disso, há a perspectiva de que os bancos centrais vão adotar mais medidas de estímulo monetário para evitar uma maior desaceleração da economia global após a decisão dos britânicos de deixar a UE.
Os baixos juros no exterior e o aumento da liquidez mundial tornam o mercado brasileiro mais atraente, por causa das taxas de juros locais elevadas.
A percepção é de que a economia brasileira parou de piorar, e as expectativas são de que as medidas de ajuste fiscal e as reformas no atual governo ganharão impulso caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, afirmam analistas. Isso ocorrerá se a presidente Dilma Rousseff for afastada definitivamente no processo de impeachment contra ela. O julgamento final no Senado está previsto para agosto.
Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, ressalta que a melhora do ambiente interno vem sendo sentida desde o início do mês passado. “Estamos vendo movimentos de fusões e aquisições entre empresas, e há a perspectiva de que haverá uma onda de privatizações sob o governo Temer, o que atrairá ainda mais capital externo”, afirma.
Em maio, a forte saída de capital externo da Bolsa ocorreu porque, nos três meses anteriores, os investidores apostaram fortemente no afastamento da presidente Dilma Rousseff. Com a aposta ganha, houve um movimento de realização de lucros. Naquele mês, o Ibovespa caiu 10%.
Ao mesmo tempo, o governo do presidente interino Michel Temer estava começando, e o mercado optou pela cautela. Para completar, em maio, eram fortes os temores de alta dos juros americanos —percepção que se reverteu em junho.
5/7/2016
Se tiver interesse, leia também: Vai Melhorar (4).
Para os coxinhas já melhorou, com certeza. Para o homem da rua que precisa do SUS piorou.
O cândido não percebe. Prefere ler o PIG golpista e reproduzir coisas das quais não entende patavinas.
• Quando você perceber que, para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada;
• Quando comprovar que o dinheiro flui para quem não negocia com bens, mas com favores;
• Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho;
• E que as leis não nos protegem dos ricos, ao contrário, os ricos é que estão protegidos de nós;
• Quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em sacrifício;
VAMOS CAMINHAR VOVô!
Que dizer de uma sociedade que demanda cada vez menos músicos e poetas, enquanto multiplica legiões de advogados corporativos, contadores e operadores de telemarketing? Por que o capitalismo dominado pelas finanças produz este monstrengo?
Repito a minha pergunta feita lá embaixo, Miltinho: onde você encontrou essa perfeita definição do parasita e corrupto governo petista, descrita no seu primeiro comentário?
Quanto ao segundo comentário, o Milton Friedman ficaria, como diz a Dilma, estarrecido, ao descobrir que logo um xará dele acredita na existência de almoço grátis.
Saudações diretamente da capitalista praia de Ponta Verde, onde, felizmente, nossos queridos cantores e poetas ainda são minoria no mercado de trabalho.
Temer vai pagar o almoço?