Se não quer renunciar, será que não pode ao menos governar?

Dona Dilma vem usando o Poder apenas para se manter no Poder. Parece conversa da Alice com o Chapeleiro Maluco, mas não é, não.

O Palácio do Planalto, sede do Governo Federal, perdeu a honra de ser o local onde o Governo se reúne para governar e virou um palanque onde diariamente dona Dilma reúne seus militantes para gritar “Não vai ter golpe!”.

Golpe não vai ter, pois ninguém quer golpe. O que a imensa maioria do povo brasileiro quer é o impedimento de Dilma Rousseff e do PT.

Por acaso nesses comícios dentro do Palácio do Planalto discutem os graves problemas que entopem as veias do Brasil? Não, só falam sobre a ameaça que paira sobre a cabeça da presidente, seu impeachment.

Não sou política e dou graças a Deus pelo fato de a Mosca Azul nunca ter me picado. Não que a atividade política me aborreça. Não é isso. É o fato da política no Brasil ter se transformado num espaço assustador, onde o que não revolta, enoja.

Talvez por isso é que tenho a audácia de dar um conselho a dona Dilma. Já que ela não quer renunciar, já que abandonar o Poder lhe é insuportável, que tal ela começar a governar? A administrar o país? A tentar repor o Brasil no caminho do qual Lula e ela nos tiraram?

Por exemplo: que tal começar por administrar a Saúde neste país tão doente?

Estamos gravemente enfermos, moral e fisicamente. Zika, dengue, chicungunha, hepatite, tuberculose, sífilis, gripe H1N1, pensou numa doença, aqui ela está grassando sem quartel! E faltam vacinas, faltam remédios, faltam médicos, faltam postos de saúde e faltam hospitais.

Quero crer que se dona Dilma conseguisse reorganizar o Ministério da Saúde e o tirasse do balaio da “repactuação”, que nada mais é do que uma troca de favores – “eu te dou um cargo e você vota contra o impeachment” – ela continuaria tranquila no governo até 2018, desde que se despisse de sua camiseta vermelha e dispensasse os movimentos sociais e não os deixasse subir a rampa de nossa sede do Governo.

Que ela pense bem no que ela e o Lula estão fazendo com o país. Que vejam no que deu o “nós” e o “eles”: falo da médica que se recusou a continuar a atender um seu cliente, um bebê de um ano, porque sua mãe era petista. Mas isso, apesar de bárbaro, não foi o pior. O pior, o hediondo, o revoltante, o nojento, foi a nota do Simers – Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – defendendo a atitude da médica ao garantir que o profissional da saúde não é obrigado a atender quem não se coaduna com seus princípios. (Estadão, 30 de março)

Vejam vocês como são as coisas. Para mim, a atitude da médica é de falta de princípios…

Se eu fosse dona Dilma, em vez de me amarrar no cargo apoiada numa militância que é orquestrada pelo PT, eu iria preferir sair como a presidente que curou o Brasil de todas as doenças que o ferem, as físicas e as morais.

Seria um golpe, sim, mas um golpe de mestre, vocês não acham?

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em  1º/4/2016. 

2 Comentários para “Se não quer renunciar, será que não pode ao menos governar?”

  1. Falo da médica que se recusou a continuar a atender um seu cliente, um bebê de um ano, porque sua mãe era petista.

    O fato que repugnou o país é somente o ápice de uma ação que tem os donos da mídia como principais articuladores.

    As velhinhas do Tatuapé, tadinhas, gritam contra os direitos humanos, que não se conformam com a inclusão social, não se importam em entregar as riquezas e o futuro do país aos interesses do capital internacional, não se importam com uma justiça de duas caras, dois pesos e duas medidas, que não aceitam as mudanças que ocorreram nos últimos anos e que beneficiaram, sobretudo, os mais pobres.

    Esse fato é só uma amostra do nível de degradação a que estaremos expostos se as forças reacionárias dominarem novamente o Brasil.

  2. Bem, NOSSO MEDO, os reacionários nunca saíram do poder no Brasil…
    Basta avaliar: o petismo liberou o traseiro ao mercado em 1995; só chegaram ao poder sets anos depois.

    Já as quatrocentonas do Tatuapé deixam transparecer a sua vulgaridade, ao deixar claro que “o governo tem que investir aqui na minha avenida, e não no Nordeste vagabundo, no interior de Cabrobó do Norte”

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