Na Avenida Paulista, sem alegria

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Desta vez, não me deu alegria andar pela Avenida Paulista no meio de manifestação de Fora, Dilma, Fora, PT. Justamente o dia da votação do pedido de impeachment no plenário da Câmara – e não saí da Paulista me sentindo bem, alegre, animado.

Ao contrário. Andei por lá um bom tempo, um bom tempo mesmo – desci na Estação Consolação, caminhei até a Brigadeiro, depois caminhei de novo até a Consolação – e voltei para casa com um gosto amargo na boca.

E não foi porque havia muitíssimo menos gente do que no dia da maior manifestação política de toda a História do Brasil, o 13/3, o dia dos 6 milhões de brasileiros nas ruas exigindo Fora Dilma, Fora, PT. Depois do 13/3, qualquer multidão seria mesmo, necessariamente, pequena. Isso aí não tem jeito.

Mas não foi isso que me entristeceu.

Vi hoje na avenida mais querida dos paulistas – os que nasceram aqui, como minha filha e minha neta, os que vieram para cá procurando vida melhor, como eu e tantos milhões – uma exibição do buraco em que estes 13 anos e tanto de governo petista meteu o Brasil.

Em meio às dezenas de milhares de pessoas, grupos de amigos, famílias inteiras, com a alegria de sempre, havia centenas, milhares de pessoas vendendo coisas para conseguir algum dinheiro para levar para casa.

O número de ambulantes, absurdo, imenso, inimaginável, e a visível, palpável, angustiante necessidade deles de fazer as pessoas comprarem alguma coisinha, isso me assustou, me deixou acabrunhado.

É o retrato vivo, claro, límpido, do desemprego que assola a cidade mais rica deste país, no segundo ano de recessão brava provocada pela mistura nauseante de autoritarismo, empáfia e incompetência do governo Dilma Rousseff.

É um retrato de fato aterrorizador, de fazer corar de vergonha e indignação um frade de pedra.

O governo lulo-petista mente deslavadamente que nunca se fez tanto pelos mais pobres neste país. Na verdade, nunca governo algum enfiou o país numa crise econômica tão profunda, tão grave, tão séria.

O cruzamento de marquetagem com cara de pau, falta de vergonha, vendeu a imagem de uma Suíça – mas o governo Dilma nos transformou quase numa Biafra, num Sudão.

***

Os deputados estão votando neste momento, enquanto escrevo esta anotação às pressas, e as indicações são de que o processo de impedimento da presidente será aprovado pela Câmara e irá em seguida ao Senado.

Se tudo der certo, se todos os santos ajudarem e nenhum diabo atrapalhar, é possível que lá por junho essa mulher deixe o Palácio do Planalto.

É tarde. Falta muito tempo para junho chegar.

A cada dia útil que passa com essa mulher no Planalto, 6.776 vagas de trabalho são fechadas. Ou seja: a cada hora da jornada de trabalho normal , 847 brasileiros perdem o emprego.

Falta muito tempo para junho chegar, e não vai ser nada, nada, nada fácil tirar o país do buraco.

É possível que, só com a saída da inepta, a situação pare de piorar, com os agentes econômicos passando a ter um pouco de esperança.

Mas sair do brejo em que o desgoverno lulo-petista enfiou o país vai ser extremamente difícil, vai demorar muito.

Pobre Brasil. O que o lulo-petismo fez com este país é muito mais grave que o mais hediondo dos crimes.

17/4/2016

4 Comentários para “Na Avenida Paulista, sem alegria”

  1. Aqui no Rio também está assim. É ambulante e vendedor de tudo a cada passo, sobretudo em Copacabana e no Centro. Entristece, muito.

    Enquanto isso o Rui Falcão convoca os militantes para ficarem nas ruas e invadirem casas e escritórios.

    Se isso demorar muito, o Brasil vai virar suco.

    Um abraço, Sergio.

  2. Não tenho a mesma sensibilidade e capacidade de observação que você teve, Sérgio. Mas o seu artigo me fez lembrar agora da quantidade anormal de vendedores ambulantes ontem na Esplanada dos Ministérios. Minha mulher tem mania de ajudar esses vendedores e acabamos voltando para casa com caquis, cajás e galinhada.
    A festa em Brasília foi linda. No final, por volta da meia-noite, encontramos o pessoal do lado Oriental do muro: muitos “manifestantes” petistas esperando os ônibus do MST e PT virem buscá-los. Não pareciam tristes, mas apenas cansados. Alguns deitados na calçada, dormindo. Não sei se é implicância minha, mas aparentavam não se importar muito, ou não ter plena consciência do que estavam fazendo ali. Os petistas que moram em Brasília já tinham ido embora mais cedo, em seus carros. Achei a infraestrutura à disposição desses manifestantes trazidos de fora coisa de profissional. Barracas enormes, com grande estoque de comida e de água, centenas de ônibus. Tudo pago com o nosso rico dinheirinho. Sem esses petistas contratados, porém, o PT passaria vergonha. Brasília não tem mais quantidade suficiente de petistas amadores para formar uma multidão significativa do lado Oriental da Esplanada.

  3. Eu só peço a Deus
    que a mentira não me seja indiferente
    se um só traidor tem mais poder que um povo
    que este povo não esqueça facilmente.

  4. Há os camaradas inteligentes
    que escondem a faca entre os dentes
    que diplomados em calúnia
    uivam quando parecem miar
    e alfabetizados na cartilha do poder,
    apagam suas palavras
    reescreve suas ideias
    até você não ter mais o que falar.

    Sempre terei o que falar. Que roubem minhas idéias e que me cubram de calúnia. Que façam eco das minhas palavras e que o vento espalhe minhas idéias.

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