Aí é que está o busílis

O Brasil esfarelando, literalmente, e dona Dilma fica discutindo o sexo dos anjos! Em vez de tentar reverter os erros que cometeu e pedir desculpas à sociedade pelas conversas que teve com o ex-presidente Lula, ela se dedica a lutar pela manutenção do Poder.
E como luta? O que faz? O que diz?

Desmente, com provas, que tenha feito o que fez? Que tenha ouvido o que ouviu? Toma atitudes positivas para reverter os erros que cometeu e que foram muitos?

Não, limita-se a reclamar do juiz Sergio Moro, do Ministério Público e a empossar, em seu ministério, o ex-presidente Lula. A personalidade dos dois, depois de 13 anos com o leme nas mãos, é mais do que conhecida do povo brasileiro e ninguém que tenha mais de dois neurônios acreditará que Lula não vai ser o presidente de facto e ela uma mera caneta sob o comando dele.

Estamos no pior dos mundos. Temos dois presidentes e não temos governo.

Vemos a presidente da República, em vez de governar e tentar salvar o Brasil, ficar discutindo se alguma regra foi quebrada, ou seja, se o conteúdo das gravações podia ou não ter sido divulgado.

O que foi dito nessas gravações não poderia ter sido pensado, que dirá dito. Mas já que foi dito, tinha que ser revelado pela Justiça: nós, o povo, temos todo o direito de saber como pensam, agem e se acertam nossos governantes.

O que a gravação mostra é assustador! Nas mãos de quem estivemos e nas mãos de quem estamos! Em vez de discutir o conteúdo das gravações – conteúdo que enoja – vamos ficar discutindo se foi legal ou não? Primeiro temos que nos livrar da malta que nos desgoverna; depois, se for o caso, podemos julgar se o juiz Moro fez mal ou bem.

Nessas gravações ouvimos ofensas graves ao Supremo Tribunal Federal, ao Ministério Público, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, à Receita Federal, numa linguagem que mostra muito bem como são baixos os instintos que as provocaram.

Lula pensa que essas instituições deveriam estar no bolso da Presidência da República. Mas, como são isentas e independentes, Lula se revoltou e fez aquele comentário covarde pelo telefone.

Dona Dilma em algum momento reprovou o que dizia seu futuro novo ministro? Não, ela se limita a criticar a divulgação e não o que ouviu Lula dizer.

Dona Dilma e Lula ofendem muito o STF não só pelas palavras ditas ao telefone, como por difundir a idéia que ser julgado pelo STF é melhor para ele do que pela ‘República de Curitiba’, rótulo que ele quer colar no juiz Sergio Moro.

Antes vivêssemos numa ‘República de Curitiba’! Mas vivemos mesmo é numa República desgovernada, que só pensa nos problemas pessoais de cada um de seus, digamos, dirigentes, e nunca no Brasil.

Mas, por estarem cegos pelo medo de perder o Poder, eles não atinaram que o STF não é um escudo para malfeitores, como imaginam. Nem escudo, nem abrigo. Ao contrário, a Corte mais alta de nossa Justiça será como tem sido até agora: isenta e impessoal.

Aí é que está o busílis. Os dois presidentes ainda não compreenderam nada.

Só tenho um pedido a São José, cujo dia é comemorado amanhã: que venha logo o impeachment e, com isso, novas eleições. Precisamos higienizar e, depois, reconstruir o Brasil. Enquanto ainda temos alguns alicerces!

Mas, antes de encerrar: quem será que redigiu a Carta Aberta do Lula a desmentir o que disse ao telefone? Carta onde troca a pele de jararaca pela pele de um cordeirinho recém-nascido?

Com João Santana preso, confesso que minha curiosidade é imensa…

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 18/3/2016. 

2 Comentários para “Aí é que está o busílis”

  1. Qual seria o receio dos golpistas em ver deslocada as investigações, não há processo ainda, para a suprema corte? A Corte mais alta de nossa Justiça será como tem sido até agora: isenta e impessoal.
    Porque manter investigações nas mãos de um suspeito juiz, originário de uma república historicamente reacionária e contrária ao partido ora no governo e que será apeado pelo golpe eminete.
    O impeachment nas mão de Cunha, Renan, Temer, Serra e Aécio já compactuados para um governo provisório de 6 meses período em que Câmara e Senado decidem a sorte da presidenta, mais que suficiente para tirar o país da crise fabricada e recoloca-lo nos trilhos do desenvolvimentismo liberal.
    O destino das ruas nas mãos da alta corte, mas por favor sem cadáveres.

  2. Se o Sérgio Moro quer prender o Lula e nem ainda intimou o pessoal da oposição (mulher do Cunha etc.), é bem melhor ser julgado pelo STF do que pela República [do Galeão] de Curitiba.

    Maria Helena: “Precisamos higienizar e, depois, reconstruir o Brasil. Enquanto ainda temos alguns alicerces!”

    A parte principal da construção é refazer os alicerces, podres há 500 anos…

    Fim do monopólio do latifúndio e da atual estrutura tributária, por exemplo.

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