Marina folheia um livrinho, e, ao chegar ao final, ao dobrar a última página, diz: “E foram felizes para sempre”.
Marina pega outro livrinho na estante nova do quarto dela, leva até a mesinha ao lado da cama nova, folheia (bem rapidamente), e, ao chegar ao final, ao dobrar a última página, diz: “E foram felizes para sempre”.
E aí pega o livrinho e o bota na sua cama.
São livrinhos quadradinhos, pequetitos, tipo 5 cm x 5 cm, de páginas bem grossas, de uma coleção para meninos menores que esta Marina atual, de 2 anos e 1 mês – aliás, hoje, perguntada pelo avô se é bebê ou mocinha, respondeu, obviamente, que é mocinha. Mas ela tem especial apreço por esses livrinhos de quando ela era bebê – que não são propriamente de história, mas de apresentação de personagens, situações, lugares, cores, números –, e então os livrinhos estão lá na nova estante instalada no quarto dela agora que ela é mocinha e o berço foi embora.
E ela hoje procedeu a essa ação não duas vezes, como descrevi aí em cima, mas quatro ou cinco. Marina gosta de reafirmar o que faz. Repete as coisas de que gosta. Parece o avô.
Pegou quatro ou cinco livrinhos na estante, um de cada vez, levou-os para a mesinha, folheou-os, e, ao fechá-los, concluiu: “E foram felizes para sempre”.
***
Não via a avó fazia mais de uma semana. Enquanto cansava de ver o avô durante o mesmo período, três ou quatro vezes, não via a avó, e então hoje demonstrou claramente que estava saudosa. Quis que a avó desse o jantar. E, ao longo do jantar, e depois, deu um monte de demonstrações de carinho explícito. Encostava o rostinho no ombro da avó. Passava a mão na avó.
Embora pai e mãe não sejam assim tanto explicitamente, ela é grudentinha. É do tipo chegado a um cafuné, um grude. Está cada dia mais assim. Pulou os pais, puxou as avós – a que está sempre presente e a que deu a ela o DNA e a acompanha e a protege de longe.
Na hora de ver DVD, a hora pós jantar e pré banho, sentou-se entre vó e vô e olhou bem para os dois lados, para se certificar de que estavam, os dois, bem pertinho dela.
Eu não conhecia aquele DVD, de um jovem grupo paulista (muito bom) chamado Tiquequê, e então, após cada música, perguntava a ela: Mais uma? E ela sempre dizia sim. Aí veio, em vez de uma música, uma historinha, um teatrinho um tanto longo para mocinhas de 2 anos e 1 mês, e então ela demonstrou que queria o colo do avô. Tem sido assim, na hora do DVD: ela fica sentadinha do meu lado por um tempo – e aí demonstra que quer colo.
Hoje não precisamos pedir beijo na hora de despedir, depois que a mãe chegou, e ficamos juntos um tempinho os quatro. Ela mesma se ofereceu para beijar a careca do vô.
Ah…
E forram felizes para sempre.
22/4/2015
Que delícia! A felicidade está sempre na cabecinha dela. Mary já havia me contado do grude. E, depois do jantar, depois dos beijos, lá se vão , vovó e vovô, cheios de felicidades, ansiosos para que a próxima visitA aconteça logo.
A Marina mocinha ainda não foi apresentada pessoalmente à Zibisa. Breve, breve…
Que lindo esse grude da Marina!
“E foram felizes para sempre”, com Marina e seu olhar doce e sorridente!