Marina hoje quis ir para a escola com uma bonequinha na barriga, embaixo da bata supercolorida. Queria que a professora a visse assim.
É que a professora, a Neci – uma simpatia de pessoa -, está grávida. Bem gravidona agora, esperando para setembro, se não me engano. Marina tem acompanhado com interesse imenso o crescimento da barriga da professora, o crescimento de Maria Clara – este será o nome do bebê.
Parênteses rápido: a escolinha que o pai e a mãe de Marina escolheram para ela é tão legal que lá as professoras e professores não são tios e tios, são professores e auxiliares. Nada dessa coisa infernal de tios.
E então Marina renomeou uma bonequinha de pano linda que ela tem, de vasta cabeleira negra presa em maria-chiquinhas, de Maria Clara, como o bebê da professora.
É o terceiro nome dessa bonequinha. Antes era Neném – assim, com o substantivo comum tornado próprio. (Ih, será essa a nomenclatura atual? Ou foi superada nas revisões periódicas que se fazem desta última flor do Lácio, inculta, bela e mal tratada?)
Neném era a bonequinha que ficava sempre num pequeno carrinho de neném que Marina adora desde quase sempre.
Recentemente, nasceu Marcela, prima-irmã da Nina, a amiga desde sempre de Marina – e então Neném passou a ser Marcela.
Mais recentemente ainda, Marcela, ex-Neném, virou Maria Clara, em homenagem à Maria Clara que cresce na barriga da fessora.
E aí hoje Marina quis sair de casa e ir para a escola com Maria Clara na barriga.
Minha filha mandou uma das fotos que fez enquanto esperava o elevador para a mãe de Maria Clara. Ela disse que ficou emocionada.
Quando Mary e eu chegamos para netar hoje, Marina estava no parquinho balançando Maria Clara em um dos dois balanços. Depois de nos receber com beijos (o meu na careca, como já é tradição), contou que estava balançando Maria Clara bem baixinho, bem devagar, porque ela ainda é muito pequena.
Perguntei se ela tinha mostrado o barrigão para a professora, e ela disse que não.
Segundo a mãe, mostrou, sim.
Então, por que negou?
Chegamos à conclusão de que negou porque está na fase de dizer “não” e “não pode”. Tudo pra ela agora é “não” ou “não pode”.
Repete para nós o que ouve do pai, da mãe, da Cau.
Felizmente para ela, Marina é uma criança que ouve do pai, da mãe e da Cau – e até mesmo do vô e da vó – essas maravilhosas expressões com que se estabelecem limites, ou seja, com que se educam as crianças.
13/8/2015
Que fofa a Marina, tanto de barrigão quanto de maria-chiquinha. E que observadora! Nessa fase as crianças agem muito pelo que veem.
Só por não chamar as professoras de tias essa escola já sai na frente. Nunca chamei professor de tio, nem professora de tia, pois não era permitido na minha época; e mesmo depois, minha mãe nunca deixou. Como professora que era, nunca gostou de ser chamada de tia. E com toda a razão.
Estou em dia com os posts da Marina, só não ando comentando; quando retornar da viagem que vou fazer, vou voltar a comentar.
Viva a Marina e parabéns a vocês todos, Sérgio. Motivo? O último parágrafo de seu texto.
Beijos saudosos
Vivina