Há quem estude, estude, e jamais consiga uma pronúncia sequer razoável de palavras em outra língua. Conheço algumas pessoas assim bem de perto.
Aos 2 anos e 7 meses de idade, Marina pronuncia David Bowie e Janis Joplin magnificamente.
Leio as duas frases acima para a avó, e Mary diz que o fantástico é que ela reconheça David Bowie e Janis Joplin.
As duas coisas são bem gostosas.
Que Marina é um ser musical, isso já deu pra ver faz tempinho, e, de qualquer forma, o que, meu Deus do céu e também da terra, poderíamos esperar da filha de Fê e Carlos, da neta de Marúxia e Athayde, de Suely e Mary e Sérgio?
(Athayde, que Marina não conheceu, era um absoluto apaixonado pelo filmusical americano, colecionador fanático de discos e filmes. Orgulhava-se, por exemplo, de ter se correspondido com David Raksin, o compositor, entre otras cositas más, de “Laura”, a canção para o filme de Preminger. E Suely, que Marina se acostumou a ver pelas fotos desde sempre junto dela, carregava a memória da música brasileira todinha na cabeça.)
E, para ajudar a organizar as influências na cabecinha de Marina, surgiram os maravilhoso livrinhos Rock para Pequenos, já com três volumes lançados. A autora, Laura D. Macoriello, teve idéia brilhante e conseguiu botá-la em prática de maneira deliciosa.
Cada um dos três livrinhos apresenta uma dúzia de bandas e/ou cantores/compositores, em uma página dupla, de um lado um rápido, gostoso texto, do outro um bom desenho do artista e/ou grupo. As ilustrações são de Lucas Dutra, e os livros saíram pelas Edições Ideal.
Marina ganhou o volume 1 de presente de amigos dos pais, Adriano Vannucchi e Fabiana de Paula; pai e mãe adoraram, e a pequena talvez mais do que eles.
Foi por causa do volume 1 que, algumas semanas atrás, ao ver, aqui em casa, o aparador de copo (presente da mãe dela) com a capa do Abbey Road, Marina falou a frase que me deixou bobaço: “Minha mãe adora essa banda”.
Neste domingão pré-Finados, pai e mãe passaram parte da tarde brincando de rock’n’roll com a pequena. Botavam músicas para ela ouvir, mostravam a página correspondente àquela banda no livro.
Quando chegamos para netar, no finalzinho da tarde, estavam nisso: a pequena dançava feliz, e identificava, no livro, quem é que estava tocando.
Mostra clara predileção por David Bowie. E fala o nome dele perfeitamente.
Dos Beatles, diz que é a banda preferida da mamãe, e gosta de ouvir “She loves you”.
Do Kiss, sabe muito: é a banda preferida do papai. E, ao falar do Kiss, bota a língua pra fora, como Gene Simmons.
Fala Janis Joplin impressionantemente direitinho.
E dança, e pula, feliz, feliz, feliz, ao som de todos eles.
Criatura iluminada.
Vou fazer mais um CD para ela. Com “Magrelinha” do Melodia, “A Manina Dança” dos Novos Baianos, “O Pato” com o João, “Roda Pião” com Caymmi…
2/11/2015
A foto, de autoria do Carlos Bêla, foi feita durante a festa do Dia das Bruxas no prédio dela. A mãe ofereceu, mas ela não quis fantasia de bruxa. É princesa, uai.
Quem teria presenteado Marinha com o volume 1 de Rock para Pequenos? Mistério!
Gostaria de saber quem é a sensível criatura que escolheu o tão valioso presente. Dê o crédito Sérgio, dê o crédito, ordena-lhe a boa técnica jornalística.
A foto da bela que ilustra a matéria, indica um futuro artístico, parece cantar a um microfone com pronúncia impecável.
Que figurinha! Uma delícia! Beijocas, Marina.
MH
Miltinho, acrescentei lá o nome dos amigos dos pais de Marina que deram o primeiro livrinho pra ela.
Maria Helena, ela é de fato uma figurinha, daquelas carimbadas, difíceis. O dia que você vier a São Paulo, tem que conhecê-la!
Abraço aos dois!
Sérgio
PS: Quando o Miltinho não defende o PT, eu até mando abraço pra ele!
Não defendo só PT, defendo os esquecidos e injustiçados. Feita justiça, parabéns aos pais da Marina, pelos sensíveis e inteligentes amigos Adriano Vannucchi e Fabiana de Paula.
Marina está melhor que eu, que só reconheço David Bowie. Janis Joplin nem sempre, só se vier com legendas.
E como assim, ela demonstra clara predileção pelo *Bowie? Que fofa! <3
*Tem um vídeo no YouTube em que ele recebe ligações de fãs pedindo músicas, e em uma delas é um pai que liga, falando que vai passar o telefone para o filho de 5 anos (que pede que ele cante "Ashes to Ashes"). É lindo ver o sorriso que ele abre quando fala com o menino. Bowie em sua fase sóbria e mais madura era sensacional. Ele mesmo dizia que não era uma pessoa agradável "antes".