Marina está adorando esse negócio de esconde-esconde. A-do-ran-do.
Hoje, assim que terminou de jantar (jantar longo, dado pela avó, ela brincando muito, fazendo onda, cantando), assim que a pusemos de pé pra tirar os bagos de arroz espalhados na roupa, disse: “Esconde-esconde!”
Não sei dizer com precisão se foi o terceiro ou o quarto dia em que brincamos de esconde-esconde. Acho que foi o quarto. Na vez anterior a esta de hoje, Marina não quis se esconder: fez questão de só contar e acompanhar o avó e a avó, alternadamente, na procura respectiva da avó e do avô.
Hoje, não. Hoje, como das primeiras vezes, se dispôs a se esconder também – uma hora o avô, outra a avó, outra ela.
Adora contar até dez de costas para a sala, olhando para fora, para a Franco da Rocha e a Sumaré lá muito embaixo. Aí ela se vira para o avô e fala: “Vamos procurar a vovó!”
Ela fala isso, aos 2 anos e 5 meses, de maneira linda, muito alegre, muito animada. E dá a mão para o avó/a avó.
A melhor parte da brincadeira é quando ela finalmente encontra o avó e/ou avô sumida/o. Faz a cara mais linda do mundo, a cara absolutamente mais linda do mundo. Dá um gritinho, dá pulinhos e abre uma risada profunda, alegre, feliz – e em seguidinha dá a voz de comando: “Agora a Marina e o vovô vão contar, e a vovó vai se esconder”.
Ainda está aprendendo. Teve uma vez que falou assim: “Vou esconder no quarto”, e aí dissemos não, você não deve contar onde vai se esconder.
Por duas vezes, se escondeu no quarto dela tapando o rostinho com as mãos. Dá vontade de comer feito canibal!
Lindinha demais da conta, verifica se a avó ou o avô não está atrás da porta absolutamente grudada à parede, como se eles coubessem ali.
Há momentos em que fico em dúvida hamletiana, e chego a pensar que talvez minha filha tenha razão, e talvez ela não tenha sido a criança mais maravilhosa que já pisou na Terra, e tenha deixado esse título para a filha dela.
Um P.S.: A citada filha me mandou mais tarde essa foto aí com esta explicação: “Marina pôs todo mundo pra dormir antes de tomar banho. Detalhe pra a posição confortável da Maria Clara”.
Maria Clara, a linda bonequinha de longas maria-chiquinhas negras, à esquerda na foto, está com a cabeça no chão e a bundinha pra cima, posição esquisita, mas da qual Marina, ela mesma, gosta bastante. Figura!
20/8/2015
O fecho do artigo é simplesmente divino! De chorar de emoção! E é assim mesmo que a gente se esconde, querida Marina: tapando os olhos com as mãos…
Que delícia é esse seu comentário, Maria Helena querida!
Adoro cada vez que você comenta meus textinhos sobre Marina!
Estou mandando cópia para a mãe dela ver o que você falou…
E diga pro Alfredinho que eu morro de vergonha por não ter ainda lido o
texto dele sobre o Godard!
Adorei seu artigo de hoje. Mas isso acontece toda semana.
Abração.
Sérgio
E aproveito para esclarecer: o fecho do artigo ao qual a Maria Helena se refere é o parágrafo acima do PS. O post scriptum foi scriptum após eu receber a mensagem da Maria Helena…
Sérgio
Onde vocês compram essas bonecas maravilhosas?
Amei a Maria Clara de bruços!
E o casalzinho, que coisa mais linda!
Antigamente eu sabia onde comprá-las aqui no Rio, hoje só vejo brinquedos Fisher and Price…
País pobre é assim, quer sempre bancar o novo-rico bobão.
Sérgio,
se eu fosse invejosa, não poderia te ler, nunca mais!
Beijo invejoso, rs…
vivina