Dilma, a humilde

Lula mandou Dilma ser humilde. O marqueteiro João Santana sugeriu que, por uma questão estratégica, Dilma fingisse que estava humilde. Até o Mercadante, depois de cofiar os bigodões aloprados, disse que achava que no momento uma dose de humildade seria bem-vinda.

Afinal de contas, no domingo dia 8, Dia Internacional da Mulher, tinha convocado uma rede nacional de rádio e TV – algo impensável em países sérios, mas o Brasil, a gente está cansado de saber, até o general De Gaulle estava cansado de saber, não é um país sério –, para pedir paciência ao povo.

A mulher literalmente arrasa a economia do país, com sua soberba, sua absoluta autoconfiança, sua crença empedernida de que é a maior economista que já pisou a casca deste planeta. Enquanto o esquema de roubalheira que é intrínseco a seu partido corroía a maior empresa nacional, Dilma Rousseff arruinou tudo, não deixou pedra sobre pedra: inflação alta, persistente, contas públicas em frangalhos, indústria arrasada, setor elétrico completamente alucinado, exportações decrescentes, estagnação.

Aí então, depois de tudo isso, é forçada a dar um cavalo de pau, mudar a direção, e aí vai à TV, com aquela cara simpática, agradável, pedir paciência!

Recebeu de volta vaia, berro, panelaço, buzinaço, acendapagaço de luz.

Uma semana depois do discurso vaiado, berrado, panelaçado, buzinado, acendapagaçado, dois milhões de pessoas vão às ruas berrar Fora Dilma, Fora PT.

Horas após as maiores manifestações populares desde as Diretas-Já, a mulher bota dois trapalhões para falar na TV em defesa do governo. Um dos trapalhões, tadinho, resolve toda a questão: ah, protestou quem não votou ni nóis!

Os dois trapalhões são recebidos com panelaço nas grandes cidades do país.

***

Aí, finalmente, entraram em campo os profissionais, os políticos bem preparados, os tarimbados, os com jogo de cintura. Lula, João Santana. Baiano por baiano, Jacques Wagner deve ter ido também falar com a patroa. O Berzo, claro, o inteligentíssimo Berzo, ele também deu um toque.

Todo mundo disse para a presidente: É hora de demonstrar humildade.

Aí Dilma foi participar de uma cerimônia qualquer no Palácio e, no  discurso, pronunciou: – “Se cometemos algum erro de dosagem (da política econômica), é possível que a gente possa até ter cometido algum.”

Na cara com que ela falou isso estava escrito assim: – “Por#a, car*l&o, merda, nesta joça aqui mando eu e eu sei o que faço, tá bom proceis? E parem de me encher o saco, porque até agora eu tô aqui bancando a boazinha, mas tô quase perdendo a paciência.”

16 de março de 2015

https://www.youtube.com/watch?v=3uxtctclq7w&app=desktop

Esse vídeo é a mais perfeita síntese do que vem acontecendo no país. É de morrer de rir. 

5 Comentários para “Dilma, a humilde”

  1. Não sei se você notou, Sérgio Vaz, mas o Miltinho e o Francisco “Chaui” da Fonseca, compilado lá embaixo, no seu artigo “O país não aguenta mais o PT”, finalmente me desmascararam. E eu aqui pensando que enganava todo mundo, fazendo-os acreditar que minha oposição ao PT se devia exclusivamente à manipulação da imprensa e àquelas panelas que recebi da CIA pelo Fedex. Descobriram a verdade: odeio ver pobres viajando no mesmo avião comigo para Maceió; odeio ver negros dirigindo seus automóveis ou frequentando universidades; odeio ver pobres e negros comprando em shoppings. Atrás do meu inocente capuz da Klu Klux Klan, se esconde um legítimo representante da elite branca cheia de ódio. Brilhante! Antes, somente serviços secretos como a saudosa Stasi, a policia política da Alemanha Oriental, formada por antigos integrantes da Gestapo, era capaz de descobrir tão inteligentemente as motivações ocultas dos seus adversários politicos. Detalhes sórdidos como esses sempre constavam dos dossiês dos oposicionistas, traidores da pátria que tentavam boicotar as boas ações do governo. Traidores certamente a soldo da decadente Alemanha Ocidental. Tais revelações, felizmente, eram divulgadas pela imprensa regulamentada da República Democrática da Alemanha semanas antes das execuções no paredão de fuzilamento. Só não me conformo com uma coisa, Sérgio: por que você recebe da CIA em dinheiro e eu em panelas?

  2. Mérito LUIZ, mérito. Uns recebem grana outros batem panelas, alguns outros embaçam as vidraças.
    Faltaram às manifestaçòes do dia 15, o povo em passats marrom ou amarelo, e a repressão com generais à cavalo.

  3. Sérgio, depois dos 7 x 1 da Alemanha no Brasil, Dona Dilma conseguiu recuperar o orgulho da camisa amarela!
    Vovô, vamos caminhar!

  4. Que 7 a 1 da Alemanha, Miltinho? O Datafolha recontou, e o resultado foi 2 a 1 pra nós!
    Abração.
    Sérgio

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