Ao que parece, ao ler as declarações de dona Dilma sobre o escandaloso processo de compra da Pasadena Refinery e os depoimentos de Graça Foster e Nestor Cerverò ao Senado Federal sobre o assunto, o objetivo dos ambiciosos inimigos do Brasil é nos rebaixar. De cidadãos donos do país onde nasceram, vivem, procriam e trabalham, querem nos transformar em reles pessoas com duas únicas funções: pagar impostos e votar quando convocados.
Não há uma notícia, matéria, nota ou declaração sobre a Pasadena Refinery que não ofenda nossa inteligência. A ignorância, é verdade, campeia no Brasil, mas que não se iludam: a inteligência não morreu.
Podem regulamentar a imprensa, carimbar a internet, pintar e bordar com as notícias, mas se esquecem de uma coisa que os americanos apelidaram de grapevine, e que funciona muito bem. Grapevine é parreira. Quem já viu uma parreira sabe como essa magnífica planta se alimenta e assim correm as notícias, de boca em boca, de cada um de nós para o outro e no fim todos ficam sabendo do que se passa.
A Petrobrás é um gigante. Quantos são seus funcionários? Multiplique por cônjuges, pais, filhos, vizinhos, irmãos, compadres e por aí afora e verá que uma notícia, nessa grapevine, vai correr o Brasil todo, de norte a sul.
Notícias que assustaram: a declaração de dona Graça Foster que desconhecia o “comitê de proprietários” formado por representantes da Petrobrás e da belga Astra Oil, desmentida logo nas primeiras páginas do acordo de acionistas da Pasadena Refinery. Pior: esse comitê fantasma não apenas existia como tinha ascendência sobre o Conselho de Administração da Petrobrás. Quem enfiou esse cavalo de Tróia no acordo?
Dona Dilma acusou de falho o sumário redigido especificamente para orientação e esclarecimento dos membros do conselho que autorizaram a compra da Pasadena Refinery. Graça Foster, em seu depoimento ao Senado Federal, confirmou as palavras da presidente.
Mas vem o responsável principal pelo tal sumário, Nestor Cerveró, o funcionário que de Diretor da Petrobras passou a diretor da BR Distribuidora sem se sentir rebaixado e diz que as cláusulas estavam na íntegra do contrato. Não disse, mas subentende-se: era só ler o contrato inteiro. Longo, massudo, chato? Talvez. Mas o passo a ser dado com o dinheiro que pertence ao contribuinte brasileiro não mereceria esse sacrifício?
Mas vem mais, vem muito mais por aí: Rosane França, viúva do engenheiro da Petrobras Gesio Rangel de Andrade afirma que seu marido foi “colocado na geladeira” na Petrobrás por se opor ao superfaturamento da obra do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia. Gesio morreu há dois anos vítima de ataque cardíaco. E isso não é tudo. Rosane França tem mais a dizer…
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 18/4/2014.
Bonjour, Madame Pluvier, com a palavra a viúva Rosane França.