No dia 29 de abril agora, exatamente o dia dos 80 anos da Zibisa Lúcia, há menos de 15 dias, portanto, Marina começou a andar.
Hoje de manhã ela falou “vovô”.
Fêzinha me contou hoje em mensagem via FB:
Acordou, mamou. parou de mamar, sentou no meu colo, virada pra foto. olhou a foto, deu tchauzinho e falou VOVÔ.
Sério, de verdade, direitinho.
Eu nunca tinha visto.
Ai eu fui contar a história pra Cláudia quando ela chegou e pumba: ela falou de novo! Várias vezes!
Tá chegando a hora que você vai ouvir ela falar vovô pra você, pai!
Tá preparado?
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Na semana em que Marina começou mesmo, efetivamente, a caminhar sozinha, eu estava fora, na Praia do Rosa, para comemorar os 80 anos da Dona Lúcia. Fiquei sem vê-la por 7 dias consecutivos – o maior período de tempo sem vê-la até agora.
Revimos Marina depois de uma semana inteira no feriado do 1º de Maio. Estava lindíssima, e andante. Ficou caminhando pela sala dela ou de pezinho, brincando, observando, uns 20 minutos consecutivos. Mas não deu muita boa para mim. Nem se lembrava direito de quem era eu? Ou de caso pensado me esnobava? Tipo você não ligou pra mim um tempão, agora também não ligo pra você?
Antes, bastava me ver para ela levantar a mãozinha, como quem diz: Vamos caminhar, vô! O vô era máquina-de-caminhar.
Naquele 1º de Maio, constatei: o vô-máquina-de-caminhar perdeu a função!
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Teve mais uma visita minha, acho que na segunda, dia 5, em que ela não me deu muita bola.
Mas, na visita seguinte, no meio da semana, voltou a me dar bola. Teria se acostumado de novo comigo? Ou teria concluído que duas visitas com um certo gelo já seriam o suficiente para me dar uma lição?
O fato é que, na quinta, dia 8, estava numa alegria deliciosa, fascinante. Dava gritinhos de alegria. E esticava a mãozinha para a minha, quando queria caminhar mais depressa, brincando, fugindo das micagens da Cláudia, dando gritinhos de alegria.
No sábado,10, a mãe a trouxe para nos visitar. Tinham visitado a Bisa Diva, e ela tinha experimentado, pela primeira vez, o strogonoff da Bisa, e adorado. Chegou dormindo com a paz dos anjos, na cadeirinha. Ficou ali um tempinho. Quando acordou, estava a Marina de sempre, que primeiro observa, observa, observa, para entender onde está, que mundo é aquele.
Depois, aos poucos, foi ficando à vontade.
Na casa do avô tinha alguém que ela não conhecia, o Márcio tio-avô de coração. Observou bastante a figura, como observa tudo o que não conhece bem – depois o incorporou à paisagem.
E aí deu um show de alegria.
A vó deu-lhe uns beijos no cangote, e ela adorou. Olhava para trás, pedindo mais.
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No domingo, Dia das Mães, olhou para nós quando chegamos à casa dela, e sorriu.
Estava num dia especialmente alegre – como na imensa maior parte do tempo está. Em alguns momentos, estendeu a mãozinha pra caminhar comigo. Em muitos outros, caminhou sozinha, feliz da vida, passeando entre os presentes todos, a Bisa, o primo materno, a abuelita, a tia e o tio paternos, vô e vó, todos babantes por ela.
Submeteu-se à sessão de fotos temáticas – com esse grupo, depois com aquele, depois com aquele outro – com algum cansaço mas uma boa dose de estoicismo.
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E no dia seguinte, hoje, segunda-feira, dia 12 de maio do ano da graça de 2014, olhou para a foto em que a mãe dela aparece sorridente entre sorridentes e orgulhosos Suely e eu, no porta-retrato que fica ao lado da cadeira de balanço do quarto dela, onde a mãe dá de mamar a ela, deu tchau e falou “vovô”.
Pode haver coisa melhor?
Pode: minha filha adorou.
12/5/2014
Belo e singelo. Marina transforma o rabugento
em suave e doce. Nova geração é a esperança!
Marinas neles! Vamos caminhar vovô!
Não sou rabugento, Miltinho! Sou até bastante bem humorado! Passo várias horas, todas as semanas, compilando notícias e análises que comprovam a incompetência do PT e do governo Dilma em especial, e não perco o humor!
Para de compilar rabugento. Escreva mais. Como diz sabiamente a Marina, vamos caminhar!
A Zelite não está apenas no primeiro mundo, mas também tem seus nichos no segundo, terceiro e quarto mundos.
Estender esse modelo de produção e consumo a todos os seres humanos é impossível pelos próprios limites desses bens em nosso planeta.
Para sustentar esse modelo, pelo maior tempo possível para uma zeite restrita, é preciso restringir o acesso dos demais a esses bens. O melhor mecanismo para selecionar os incluídos do modelo é aplicar as regras do mercado a todas as dimensões da existência. Quem puder comprar, entra. Quem não puder, está fora.
Aqui está posta a primeira encruzilhada entre a economia e a ecologia.
Existem limites, a indústria automobilistica atingiu seus limites. Em que peses as vozes que defendem a geração de empregos, criação de novas tecnologias, arrecadação de impostos, exportações e crescimento do PIB chegou-se a exaustão.
Vovô não tem carro, mas é contra as canaletas exclusivas de ônibus. Tenho só um aninho e daqui a 40 anos, como estará a avenida Sumaré?
Para o meu futuro vocês tem que repensar a indústria automobilística, a mobilidade urbana, os gases na atmosfera. Eu preciso de ar! Não basta a inspeção veicular tem que proibir a produção de carros. Dane-se o mercado eu quero ar!
Vamos caminhar vovô!
SERVAZ, VOVÔ querido – observação de uma avó que já passou poucas e boas quando ficava (obstáculos infringentes) sem ver um dos quatro netos por alguns dias a mais do que seu coração pedia: “Ou teria concluído que duas visitas com um certo gelo já seriam o suficiente para me dar uma lição?”. É isso mesmo. SEMPRE me esnobavam, quando a gente se revia, me davam um bom gelo – e eu ficava nas brelbas do desespero, principalmente com os dois primeiros – hoje Francico e Carolina já têm 30 e 25 anos…, até aprender que era o jeito mesmo de me dizerem “se ocê num liga pra mim, vó, óia aqui, num tô nem aí procê tomém” (é, eu invento que eles falam meio mineiro, meio caipira). Depois, concluem que basta de castigo, “a vó tá com uma cara compriiida, tadinha!”, e voltam a ser as doces e alegres criaturas que deram nova vida à minha vida. (Mas ainda fico assim meio sem saber – ‘e se ela(ou ele) nunca mais falar comigo?). Minha nora contou que uma vez que ELES foram para Paraty e me deixaram aqui sozinha, Lucas (hoje 15, então um bebê delicioso, que eu adoro) pegava o telefone, dizia “Vovó?” – e comentava cheio de raivinha e decepção “Ela num fala comigo, num responde…” . Isso num telefone ‘apagado’, porque ele achava que eu estava SEMPRE lá, para falar com ele. Devia me achar MUITO ruim, que tristeza…Hoje tenho é de me explicar com Camila, 4 anos e meio (quase 5, em julho) – mas ela já é uma menina grande e inteligente, então compreende que nem sempre podemos estar pertinho como a Vovó gostaria.