Bob Dylan parece acreditar que a Justiça, quando não tarda, falha.
A Justiça, quando não tarda, falha.
Li essa frase terrível, medonha, apavorante, há muito, muito tempo, nem me lembro quando – e jamais a esqueci. Acho que foi num texto de Sérgio Augusto, mas não sei se ele estava citando uma frase já conhecida, ou se foi ele o autor.
Dou um google, e não aparece nada parecido com a origem da frase, o autor.
A frase tem um quê do Chico Buarque de “Bom conselho”, a canção tristíssima de 1972, em que o poeta brinca de destroçar os ditos populares – e, por exemplo, o tradicional “quem espera sempre alcança” vira o contrário, “está provado: quem espera nunca alcança”.
A Justiça tarda mas não falha, diz a sabedoria popular. A Justiça, quando não tarda, falha.
***
Alguns meses atrás, pensei em fazer um pequeno texto sobre as canções em que Bob Dylan ataca de frente, de forma violenta, virulenta, a Justiça, os juízes. Anotei a idéia, para não esquecer – mas ainda não tinha tido oportunidade de – para citar mais uma vez Chico Buarque – passar da intenção ao gesto.
Outro dia o iPod (que fica sempre no shuffle, no modo randômico) tocou “Seven Curses” quando eu estava distraído, no ônibus. “Seven Curses” na gravação relativamente recente de Joan Baez, no disco ao vivo Bowery Songs, de 2005.
Depois que acabou, voltei para ouvir de novo.
“Seven Curses” é de uma beleza chocante. A melodia é simples, forte, maravilhosa. A letra é um primor, uma pérola, uma gema. E a gravação de Joan Baez é de babar. O acompanhamento é uma perfeição. A voz da artista, se não possuía mais os agudos cristalinos, perfeitíssimos, dos 19 aninhos de seu disco de estréia, em 1960, mantinha-se com o timbre maravilhoso, único, soberbo, e, aos 64 anos de idade, demonstrava maturidade, sabedoria. É uma interpretação perfeita, que realça o significado das palavras sem exagerar, sem precisar de obviedades.
Decidi ali, no ônibus, na Doutor Arnaldo, que tentaria fazer a anotação sobre as canções de Dylan sobre, ou melhor, contra, a Justiça e os juízes.
Pobre de mim – que sou irmão de juiz, cunhado de juízas, pai de juíza. Sérios, íntegros, honestos, trabalhadores. O oposto do que Dylan traça, descreve, ataca.
***
O jovem Dylan se inspirava em notícias de jornal para compor muitas de suas canções. No hoje bem longínquo ano de 1967, o fotógrafo Daniel Kramer – que havia tido o privilégio de acompanhar o jovem fenômeno no seu dia-a-dia, nos concertos – publicou um precioso livro de fotos cujo título era apenas Bob Dylan. Em 1968 saiu uma edição em livro de bolso, que tenho desde então. Em diversas das fotos vemos um garoto Dylan lendo jornais.
Das notícias poderia sair uma canção.
A imprensa na época usava a expressão “canções de protesto”; o termo mais exato, usado por quem entendia do assunto, era “topical songs”. Topical: “de, tratando com, ou sendo um assunto de interesse do momento presente”, conforme a acepção do Dictionary of English Language and Culture.
Nem precisava ir ao dicionário da Longmans. Meu Dicionário Unesp do Portugês Contemporâneo diz, na sétima acepção da palavra tópico: “Breve comentário de jornal sobre assunto da atualidade. Lia apenas os tópicos, raramente se interessava pela reportagem no interior do jornal.”
No dia 9 de fevereiro de 1963, um sujeito chamado William Devereux Zantzinger, branco, rico, dono de uma fazenda de tabaco no interior de Maryland, bêbado feito um gambá, durante uma festa para ricos em um hotel chique de Baltimore, atacou com uma bengala de brinquedo três funcionários do lugar. Hattie Carroll (na foto abaixo), uma garçonete negra de 51 anos, uma das três atacadas, morreu.
Dylan escreveu então “The Lonesome Death of Hattie Carroll”, que gravaria para seu terceiro álbum, The times they are a-changin’, lançado em 1964. Tinha 23 anos, então. (Segundo seus documentos de identidade, que evidentemente são forjados – o cara não é um ser humano, é um E.T. de uma civilização muito mais avançada que a nossa que seu povo mandou para a Terra para nos ensinar algumas verdades.)
É uma canção doída como uma violenta porrada no saco, ou no seio.
São quatro estrofes com nove versos cada. Versos longos, que vão contando como se deu a tragédia. Os três últimos versos das três primeiras estrofes se repetem: “But you who philosophize disgrace and criticize all fears / Take the rag away from your face / Now ain’t the time for your tears”. Perdendo muitíssimo da beleza original, é assim: Mas você que filosofa sobre a desgraça e critica todos os medos, tire o lenço do rosto. Agora não é a hora das suas lágrimas.
Na quarta estrofe, Dylan enfia a faca de vez.
Transcrevo a letra inteira lá no final do texto. Mas ouso tentar passar para esta nossa língua bárbara, inculta e bela a última estrofe:
No tribunal de honra, o juiz bateu seu martelo
Para mostrar que todos são iguais e que as cortes estão em sessão,
E que as cordas nos livros não são puxadas e persuadidas
E que mesmo os nobres são cuidados da maneira correta
Uma vez que os policias tenham ido atrás deles e os pego
E que a escada da lei não tem alto nem baixo,
E olhou fixamente para a pessoa que matou por nenhuma razão,
Que apenas aconteceu de se sentir daquele jeito, sem aviso,
E ele falou através de sua toga, da forma mais profunda e distinta,
E condenou com força, para pena e arrependimento,
William Zanzinger a uma sentença de seis meses.
E aí então ele modifica os versos que havia repetido por três vezes nas estrofes anteriores:
Ah, mas você que filosofa sobre a desgraça e critica todos os medos, enfie o lenço na sua face, porque agora é a hora das suas lágrimas.
***
Muitíssimas vidas de Bob Dylan mais tarde, em 1975, exatamente o ano em que nasceria minha filha, que viria a ser juíza e, entre muitas coisas, dirigiria sessões de tribunais de júri de pessoas acusadas de assassinatos, o E.T. caído em Duluth, Minnesota, em 1941, escreveria uma canção extraordinária sobre outro fato que deu nos jornais com muito mais destaque que o assassinato de Hattie Carroll – a condenação, por um júri popular, do boxeador Rubin Carter, conhecido pelo apelido de Hurricane.
Em 1966, Rubin “Hurricane” Carter e um outro homem foram presos e acusados de um tríplice homícidio em Nova Jersey. Hurricane foi condenado duas vezes, em 1967 e 1976, mas sempre alegou ser inocente, e fez seguidas apelações.
Em sua canção – uma maravilha que dura 8 minutos e meio, e percorre 99 versos longos – , Dylan sai em defesa de Hurricane de uma forma explosiva, violentíssima. Contesta as investigações policiais, os testemunhos das pessoas ouvidas nos julgamentos; garante que houve racismo ao longo de todo o processo, que o júri era todo composto de brancos.
E faz algo ousado, extremamente ousado: ataca de frente a própria instituição do júri popular, essa coisa que, pelo que meus parquíssimos conhecimentos de Direito me permitem saber, eu achava que tinha origem na Inglaterra, mas que aparentemente já existia na Antiguidade.
O júri em que o cidadão é julgado por seus pares, seus semelhantes – pessoas comuns. Não por juízes togados, estudados, especialistas. Por gente simples, comum, que fica ali horas, às vezes dias, ouvindo ladainhas e ladainhas da douta defesa e da douta acusação e aí se reúnem numa sala para decidir sobre o destino da vida do réu.
“How can the life of such a man
Be in the palm of some fool’s hand?”, ele berra.
Como pode a vida de um homem desses ficar na palma das mãos de alguns tolos?
As letras de algumas canções do álbum Desire são assinadas por Dylan e Jacques Levy. Isso é algo muito raro na longa carreira dele. Pouquíssimas vezes Dylan assinou canções em parceria com outras pessoas.
Nesses dois versos incisivos, violentérrimos, Dylan e Levy cometem, ao mesmo tempo – na minha opinião, é claro – uma genialidade e uma imbecilidade.
Contestam o princípio, a instituição do júri popular – o que é uma maravilha.
Mas, ao mesmo tempo, promovem o réu, Rubin Carter, ao status de um homem melhor do que os outros.
Como assim, “the life of such a man”? Um homem desses?
A vida dos outros homens pode ficar nas mãos de alguns tolos, só a de Rubin Carter é que não pode?
Interessante: até agora, até este momento em que escrevo esta anotação, jamais tinha parado para pensar nisso: que, nos versos ousados, polêmicos, em que contesta a própria existência do júri popular, a canção “Hurricane” comete a besteira de dizer que algumas pessoas são diferentes das outras perante a Lei. Há os Hurricane, e há os outros. Hum… Ruim, isso… Se for assim, acabaremos por achar certo que haja os Sarneys, Dirceus, Genoínos de um lado, e o resto da populacha vil de outro.
Peço perdão se me desviei do assunto central.
Ah, sim. É necessário lembrar que é extremamente polêmica toda a questão envolvendo o crime de que Hurricane foi acusado. Há muita gente que diz que ele, de fato, é o assassino, e que Dylan teria portanto defendido como inocente um criminoso.
***
É em “Seven Curses” que Dylan destila com mais vigor, mais virulência, seu ódio contra a Justiça injusta.
Ele compôs “Seven Curses” na mesma época em que fez “The lonesome death of Hattie Carroll”. Gravou em 1963, quando tinha 22 anos de idade. (Não contando, é claro, o tempo em que viveu no seu planeta de origem.) A canção só apareceu em disco oficial em 1991, na caixa de três CDs The Bootleg Series, Vol 1-3: Rare & Unreleased 1961-1991.
Eu ousaria dizer que a canção que foi deixada de lado, não foi incluída no disco oficial seguinte, exatamente The times they are a-changin’, é uma das mais belas de toda a gigantesca obra de Dylan.
Das três canções de que fala este texto, é a única que não se baseia em fatos reais. Não é uma “topical song”.
É um conto. Uma ficção. Poderia ser transformada num curta metragem. Há um narrador, que conta a história em terceira pessoa, e há três personagens, que falam, dizem suas frases.
É um western, uma história passada no Oeste distante.
O velho Reilly rouba um cavalo. É descoberto e preso. No velho Oeste, condenavam-se os ladrões de cavalo à morte.
A filha de Reilly fica sabendo que o pai foi preso, e corre para o lugar levando tudo o que a família tinha.
(E aqui tenho que admitir que Dylan comete, como cometeria na letra de “Hurricane”, um juízo estranho, uma esquisitérrima noção de Justiça. Ele dá de barato que o juiz poderia ser comprado. Mas vamos em frente.)
O juiz – um velho safado, filho da puta – bate os olhos na moça e diz para ela que não aceita dinheiro algum: “O preço, minha cara, é você”.
O velho Reilly fica indignadíssimo; diz à filha que prefere morrer a vê-la se entregar ao juiz.
A filha desobedece ao pai.
Querem nos convencer de que foi Robert Zimmerman, garotão de 22 anos do Meio Oeste, e não um E.T., que escreveu estes versos:
“The gallows shadows shook the evening
In the night a hound dog bayed
In the night the grounds were groanin’
In the night the price was paid.”
O preço exigido pelo juiz foi pago – mas o juiz não intercedeu pelo velho Reilly, e ele foi enforcado.
Não conheço nenhuma maldição tão amarga quanto a maldição – na verdade sete – que o jovem Dylan enumera:
“These be seven curses on a judge so cruel:
That one doctor will not save him
That two healers will not heal him
That three eyes will not see him
That four ears will not hear him
That five walls will not hide him
That six diggers will not bury him
And that seven deaths shall never kill him.
Peço perdão, de novo, por tirar a beleza dos versos do cara, mas, na última flor do Lácio, inculta e bela, seria mais ou menos assim:
Que sejam sete as maldições a um juiz tão cruel:
Que um médico não possa salvá-lo,
Que dois curandeiros não possam curá-lo,
Que três olhos não possam vê-lo,
Que quatro ouvidos não possam ouvi-lo,
Que cinco muros não possam escondê-lo,
Que seis coveiros não possam enterrá-lo,
E que sete mortes nunca consigam matá-lo.
Credo em cruz.
Agosto de 2013
Para ouvir no YouTube:
A gravação oficial de The Lonesome Death of Hattie Carter;
A gravação oficial de Hurricane;
A gravação oficial de Seven Curses, com fotos e a letra em inglês.
Aqui, as letras:
The lonesome death of Hattie Carroll
(Bob Dylan)
Do álbum The times they are a-changin’, 1964.
William Zanzinger killed poor Hattie Carroll
With a cane that he twirled around his diamond ring finger
At a Baltimore hotel society gath’rin’
And the cops were called in and his weapon took from him
As they rode him in custody down to the station
And booked William Zanzinger for first-degree murder
But you who philosophize disgrace and criticize all fears
Take the rag away from your face
Now ain’t the time for your tears
William Zanzinger, who at twenty-four years
Owns a tobacco farm of six hundred acres
With rich wealthy parents who provide and protect him
And high office relations in the politics of Maryland
Reacted to his deed with a shrug of his shoulders
And swear words and sneering, and his tongue it was snarling
In a matter of minutes on bail was out walking
But you who philosophize disgrace and criticize all fears
Take the rag away from your face
Now ain’t the time for your tears
Hattie Carroll was a maid of the kitchen
She was fifty-one years old and gave birth to ten children
Who carried the dishes and took out the garbage
And never sat once at the head of the table
And didn’t even talk to the people at the table
Who just cleaned up all the food from the table
And emptied the ashtrays on a whole other level
Got killed by a blow, lay slain by a cane
That sailed through the air and came down through the room
Doomed and determined to destroy all the gentle
And she never done nothing to William Zanzinger
But you who philosophize disgrace and criticize all fears
Take the rag away from your face
Now ain’t the time for your tears
In the courtroom of honor, the judge pounded his gavel
To show that all’s equal and that the courts are on the level
And that the strings in the books ain’t pulled and persuaded
And that even the nobles get properly handled
Once that the cops have chased after and caught ’em
And that the ladder of law has no top and no bottom
Stared at the person who killed for no reason
Who just happened to be feelin’ that way without warnin’
And he spoke through his cloak, most deep and distinguished
And handed out strongly, for penalty and repentance
William Zanzinger with a six-month sentence
Oh, but you who philosophize disgrace and criticize all fears
Bury the rag deep in your face
For now’s the time for your tears
Seven curses
(Bob Dylan)
Gravada em 1963, mas só lançada em 1991, na caixa The Bootleg Series, Vol 1-3: Rare & Unreleased 1961-1991.
Old Reilly stole a stallion
But they caught him and they brought him back
And they laid him down on the jailhouse ground
With an iron chain around his neck
Old Reilly’s daughter got a message
That her father was goin’ to hang
She rode by night and came by morning
With gold and silver in her hand
When the judge he saw Reilly’s daughter
His old eyes deepened in his head
Sayin’, “Gold will never free your father
The price, my dear, is you instead”
“Oh I’m as good as dead,” cried Reilly
“It’s only you that he does crave
And my skin will surely crawl if he touches you at all
Get on your horse and ride away”
“Oh father you will surely die
If I don’t take the chance to try
And pay the price and not take your advice
For that reason I will have to stay”
The gallows shadows shook the evening
In the night a hound dog bayed
In the night the grounds were groanin’
In the night the price was paid
The next mornin’ she had awoken
To know that the judge had never spoken
She saw that hangin’ branch a-bendin’
She saw her father’s body broken
These be seven curses on a judge so cruel:
That one doctor will not save him
That two healers will not heal him
That three eyes will not see him
That four ears will not hear him
That five walls will not hide him
That six diggers will not bury him
And that seven deaths shall never kill him
Hurricane
(Bob Dylan-Jacques Levy)
Do álbum Desire, 1975
Pistol shots ring out in the barroom night
Enter Patty Valentine from the upper hall
She sees the bartender in a pool of blood
Cries out, “My God, they killed them all!”
Here comes the story of the Hurricane
The man the authorities came to blame
For somethin’ that he never done
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world
Three bodies lyin’ there does Patty see
And another man named Bello, movin’ around mysteriously
“I didn’t do it,” he says, and he throws up his hands
“I was only robbin’ the register, I hope you understand
I saw them leavin’,” he says, and he stops
“One of us had better call up the cops”
And so Patty calls the cops
And they arrive on the scene with their red lights flashin’
In the hot New Jersey night
Meanwhile, far away in another part of town
Rubin Carter and a couple of friends are drivin’ around
Number one contender for the middleweight crown
Had no idea what kinda shit was about to go down
When a cop pulled him over to the side of the road
Just like the time before and the time before that
In Paterson that’s just the way things go
If you’re black you might as well not show up on the street
’Less you wanna draw the heat
Alfred Bello had a partner and he had a rap for the cops
Him and Arthur Dexter Bradley were just out prowlin’ around
He said, “I saw two men runnin’ out, they looked like middleweights
They jumped into a white car with out-of-state plates”
And Miss Patty Valentine just nodded her head
Cop said, “Wait a minute, boys, this one’s not dead”
So they took him to the infirmary
And though this man could hardly see
They told him that he could identify the guilty men
Four in the mornin’ and they haul Rubin in
Take him to the hospital and they bring him upstairs
The wounded man looks up through his one dyin’ eye
Says, “Wha’d you bring him in here for? He ain’t the guy!”
Yes, here’s the story of the Hurricane
The man the authorities came to blame
For somethin’ that he never done
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world
Four months later, the ghettos are in flame
Rubin’s in South America, fightin’ for his name
While Arthur Dexter Bradley’s still in the robbery game
And the cops are puttin’ the screws to him, lookin’ for somebody to blame
“Remember that murder that happened in a bar?”
“Remember you said you saw the getaway car?”
“You think you’d like to play ball with the law?”
“Think it might-a been that fighter that you saw runnin’ that night?”
“Don’t forget that you are white”
Arthur Dexter Bradley said, “I’m really not sure”
Cops said, “A poor boy like you could use a break
We got you for the motel job and we’re talkin’ to your friend Bello
Now you don’t wanta have to go back to jail, be a nice fellow
You’ll be doin’ society a favor
That sonofabitch is brave and gettin’ braver
We want to put his ass in stir
We want to pin this triple murder on him
He ain’t no Gentleman Jim”
Rubin could take a man out with just one punch
But he never did like to talk about it all that much
It’s my work, he’d say, and I do it for pay
And when it’s over I’d just as soon go on my way
Up to some paradise
Where the trout streams flow and the air is nice
And ride a horse along a trail
But then they took him to the jailhouse
Where they try to turn a man into a mouse
All of Rubin’s cards were marked in advance
The trial was a pig-circus, he never had a chance
The judge made Rubin’s witnesses drunkards from the slums
To the white folks who watched he was a revolutionary bum
And to the black folks he was just a crazy nigger
No one doubted that he pulled the trigger
And though they could not produce the gun
The D.A. said he was the one who did the deed
And the all-white jury agreed
Rubin Carter was falsely tried
The crime was murder “one,” guess who testified?
Bello and Bradley and they both baldly lied
And the newspapers, they all went along for the ride
How can the life of such a man
Be in the palm of some fool’s hand?
To see him obviously framed
Couldn’t help but make me feel ashamed to live in a land
Where justice is a game
Now all the criminals in their coats and their ties
Are free to drink martinis and watch the sun rise
While Rubin sits like Buddha in a ten-foot cell
An innocent man in a living hell
That’s the story of the Hurricane
But it won’t be over till they clear his name
And give him back the time he’s done
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world
Segumdo o “Darth Vader” presidente do STF:
A JUSTIÇA QUANDO TARDA FALHA!
Tudo leva a Dylan!
Estas são sete maldições sobre um juiz injusto!
Que um médico não vai salvá-lo,
Que dois curandeiros não vão curá-lo,
Que três olhos não vão vê-lo.
Que quatro orelhas não vão ouvi-lo,
Que cinco paredes não vão escondê-lo,
Que seis coveiros não vão enterrá-lo
E que sete mortes jamais vão matá-lo.
Bom ver de novo, o filme e trilha sonora.
The Hurricane (Hurricane – O furacão ) ilme estadunidense de 1999, do gênero drama biográfico, dirigido por Norman Jewison, com roteiro baseado no livro The 16th Round, escrito por Rubin “Hurricane” Carter. A trilha sonora inclui a música “Hurricane”, composta por Bob Dylan1 .
CAMPO DE LIBRA?
QUE O DYLAN TEM COM ISSO?
Dylan dá porrada na Justiça!
Maldita justiça.E que sete mortes jamais vão matá-la.
O leilão de oito a doze bilhões de barris de petróleo, que se convencionou chamar de campo de Libra, não poderia passar despercebido.
Está em jogo a possibilidade de muito mais recursos estarem disponíveis, no futuro, para educação, saúde, habitação, saneamento e outros programas sociais, se este campo for bem aproveitado.
Isto é patrimônio do povo brasileiro, e está sendo entregue pelo governo brasileiro.
Este importante fato não é divulgado, simplesmente, porque a mídia comercial existente é subordinada aos interesses do capital e, neste assunto, as petrolíferas estrangeiras determinam que a sociedade deve permanecer em total ignorância.
D
O que será desviado da sociedade com o leilão de Libra corresponde à maior apropriação de um patrimônio público desde a nossa independência.Só não digo desde a descoberta do país, porque não sei quanto ouro foi levado das nossas terras para Portugal.
A totalidade do petróleo de Libra vale, no mínimo, US$ 1 trilhão, mas, provavelmente, chegará a US$ 1,5 trilhão.
Nem tudo será desviado, pois existem o Fundo Social e os royalties. Mas poderia retornar mais para a sociedade, se Libra fosse entregue sem licitação à Petrobras.
Assim, o desvio de Libra, se o governo teimar em leiloá-lo para as empresas estrangeiras, será maior que a transferência de todo manganês da Serra do Navio no Amapá para formar uma montanha em outro país.
Será maior que o roubo da privatização da Vale, que chegou a US$ 100 bilhões, ou o das teles, que dizem ter sido em torno de US$ 40 bilhões.
Se for tomado o desvio ou o caixa 2 dos chamados mensaleiros, da ordem de uma ou duas centenas de milhões de reais, o leilão de Libra significa uma subtração de recursos da ordem de 10.000 vezes maior que o tão divulgado rombo do “mensalão”.
LEILÃO, LEGALIDADE, JUÍZES!
Contudo, no caso de Libra, temos o desvio INSTITUCIONALIZADO, uma vez que o leilão é está previsto em lei.
NO entento este leilão poderia ser imoedido com a aplicação da lei 12.351.
LAVAM-SE AS MÃOS. DISCUTE-SE O IRREMEDIÁVEL, O MENSALÃO, A INFLAÇÃO.
Se o argumento de que o leilão não traz o melhor impacto para a sociedade for levado a um juiz, ele poderá indeferir o pedido de sustação do leilão, alegando que este é previsto em lei e, se a lei é injusta, não cabe a ele, juiz, modificá-la.
Aliás, todas as 11 rodadas de leilões da ANP já ocorridas, seguindo a lei 9.478, excetuando a oitava, tiveram respaldo legal.
O CONGRESSO E A MÍDIA.
O Congresso Nacional, tão comprometido com o poder econômico quanto a mídia, só irá reverter esta lei se houver grande pressão popular ou se a população passar a votar melhor, inclusive se deixar de votar contra si própria.
Fatidicamente, ficamos sempre com pouco usufruto sobre a riqueza que nos entrega a natureza ou o Criador.
Espoliado desde a invasão européia de 1500, o Brasil está no grupo das nações supridoras de grãos e minérios para os opulentos, que têm tecnologia, indústrias e serviços com alto conteúdo tecnológico e forças armadas persuasivas e opressoras, como por exemplo o país do DYLAN que mandam supostos inocentes para a cadeia e o juri condena Robert Bales do Exército dos Estados Unidos à prisão perpétua por ter morto 16 afegãos.
Não há risco em Libra, pois não há dúvida sobre a existência deste petróleo.
Não há pressa, a menos que o governo esteja com dificuldade para fechar suas contas, inclusive, o superávit primário.
Mas, se este for o caso, lembre-se que estão comprometendo realizações futuras durante muitos anos por uma questão conjuntural QUE INTERESSES GEOPOLÍTICOS podem transformar o BRASIL em AFGANISTÃO.
Querem unicamente o petróleo e seu lucro, em exploração completamente desvinculada da população que habita a região.
DIRIA A DYLAN:
A justiça merece porrada DYLAN, muita porrada.
Sérgio,
Muito bom quando você escreve sobre Dylan!
Não conhecia a canção Seven Curses, realmente espetacular, assim como a crítica ao júri popular contida em Hurricane.
E o “refrão” de Hattie Carol (But you who philosophize disgrace, take the rag away from your face, now ain’t the time for your tears…), que coisa belíssima, como pode um cara de 23 anos escrever um treco desses? Não, como pode um cara de qualquer idade escrever um treco desses?
E pensando em Seven Curses, o cara tem músicas que outras bandas de pessoas normais dariam um tudo pra compor e que ele nem lança em álbuns. Quando muito saem em bootlegs, como Seven Curses.
Ou como a belíssima Nobody Cept You, que iria entrar no Planet Waves e acabou indo pra bootleg.
Encontrei em duas versões cover no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=svYWBgPkv8c
http://www.youtube.com/watch?v=gA0FCLKgQ7k
Ou ainda a On a Rainy Afternoon, que aparece sendo composta no documentário Eat the Document, mas ele nunca finalizou, não foi gravada nem em bootleg, se perdeu….
https://www.youtube.com/watch?v=qE3owtjQmSc&list=FLiS2q4zmJJyKYT3wIuOen1w
Acho que você tem razão, o cara não é humano, é um ET.
Abc!