Santiago: algumas dicas básicas

Dica de uma simpática senhora, dona ou gerente de uma pequena cafeteria de Santiago, ao receber do turista três notas novas de 1.000 pesos chilenos (que ele achava serem só duas) para pagar dois expressos: antes de fazer qualquer pagamento, deve-se esfregar bem as notas, para ter certeza de que uma não está colada a outra. Como as notas novas são de um papel que parece plastificado, é muito comum que elas fiquem grudadas.

Dica que todo mundo dá: há uma formulazinha que ajuda a entender quantos pesos equivalem a tantos reais. Multiplica-se cada 1 mil pesos por quatro, e dá, mais ou menos, o equivalente em reais. Assim: 10 mil pesos (o preço médio de um CD, ou de um prato em restaurante razoável ou bom) são cerca de R$ 40,00. Uma corrida curta de táxi de 2 mil pesos significa R$ 8,00.

Ou então, para fazer a conversão por dólar, basta multiplicar 1 mil pesos por 2. Um DVD de 12 mil pesos, assim, dá mais ou menos US$ 24,00. Ou R$ 48,00. Um bom guia-livro turístico de Santiago, que custa 6 mil pesos, dá cerca de US$ 12,00, ou R$ 24,00.

Um jornal custa 500 pesos, ou cerca de R$ 2,00. Mais barato que no Brasil: o exemplar do Estadão custa $ 3,00.

Há notas velhas convivendo com as novas. É bom prestar atenção.

As notas de 10 mil pesos são as mais comuns quando se trocam dólares nas casas de câmbio. Cada uma equivale a mais ou menos US$ 20,00, ou cerca de R$ 40,00.

Melhor é trocar a menor quantidade possível de dólares no aeroporto ou no hotel, onde a conversão é menos favorável. Nas casas de câmbio – e há muitas -, a conversão é melhor e não se cobra taxa.

A expressão em espanhol para “em dinheiro”, “cash”, é en efectivo.

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Dica de quem sofreu com a secura do ar de Santiago: é fundamental levar um creme hidratante para a pele. Um protetor labial também é recomendável.

No inverno, faz muito frio em Santiago, mesmo durante as tardes ensolaradas. Quem for lá, em especial quem mora ao Norte de São Paulo, deve levar bons agasalhos, luvas, cachecol, chapéu.

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Os hotéis têm mapinhas básicos da cidade. Eles ajudam muito.

Não é muito fácil achar guias só de Santiago. A Editora Abril publicou um, O Melhor de Santago do Chile, da coleção Viagem de Bolso. Nos lugares turísticos e nas livrarias lá acha-se fácil o livro-revista Santiago Souvenir Chile, do Editorial Kaktus, por 6.000 pesos; o formato grande é desconfortável para se carregar nos passeios, mas vale a pena ter no hotel e trazer de volta como recordação porque há bons mapas e as fotos são sensacionais.

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O melhor meio de locomoção em Santiago é o metrô (se diz métro, e não metrô). Há cinco linhas de metrô, 108 estações, oito delas fazendo integração de duas linhas. O metrô leva você perto de praticamente todos os lugares da cidade.

A tarifa do metrô varia de acordo com o horário – é mais cara nas horas de rush. Assim, para simplificar a vida, mesmo para quem vai ficar apenas três dias, a dica é comprar a tarjeta, o equivalente ao bilhete único de São Paulo, um cartãozinho como os cartões de crédito, que se carrega nas bilheterias das estações. Um cartão, una tarjeta, serve para o casal, o grupo, e custa apenas 1.300 pesos, ou R$ 5,20. Vale a pena.

O táxi é barato, especialmente, é óbvio, para corridas não muito longas, que em geral custam 1.800, 2.000 pesos.

Mas a melhor maneira de conhecer a cidade é andar a pé, o que é fácil e gostoso porque é tudo plano, com calçadas bem cuidadas.

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Há dois passeios absolutamente obrigatórios, os morros de onde se tem uma vista deslumbrante da cidade e, dependendo do dia, também da Cordilheira dos Andes: o Cerro Santa Lucia e o Cerro San Cristóbal. Ao cume do Santa Lucia, bem perto do Centro da cidade, sobe-se a pé, de escada – mas vale a pena. Ao cume do San Cristóbal, bem mais alto, pode-se chegar de funicular, ou a pé ou de bicicleta (para os aventureiros), ou de táxi. O mais gostoso, claro, é o funicular.

Esses dois passeios são obrigatórios. Não tem sentido ir a Santiago e não subir aos cerros Santa Lucia e San Cristóbal.

Um dos bairros mais agradáveis, lugar de gente descolada, que faz lembrar Saint Germain de Près, O Lastarria, fica ao pé do Cerro Santa Lucia. É um triângulo entre o belíssimo Museo Nacional de Bellas Artes, o Parque Florestal (que se estende à margem do Rio Mapocho) e o cerro. Ali, além do Museu de Artes Visuais, há vários cafés, lojinhas, restaurantes, bares com cervejas artesanais, uma delas a Lastarria, com o nome do próprio bairro.

Passar algumas horas na Plaza de Armas, no coração da metrópole, também é fundamental. Ali ficam a Catedral Metropolitana, o Museo Historico Nacional, o prédio do Correo Central. Na praça, há sempre apresentações, performances de cantores, malabaristas, contadores de história.

Aos domingos, os museus públicos são gratuitos.

Gratuito sempre é o sensacional Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, inaugurado em 2011, num prédio construído especificamente para abrigá-lo; quem gosta de História, de política, não deve deixar de visitar o museu; fica um pouco afastado das áreas normalmente visitadas pelos turistas, mas junto de uma estação de metrô, a Quinta Normal, da Linha Verde.

Capuccino, para os santiaguinos, é café com leite. O que nós chamamos aqui de capuccino lá se chama mocachino: café, leite e chocolate.

Dizem os entendidos que as melhores safras de vinhos tintos chilenos são 2007 e 2008.

Dica sobre segurança: Santiago é uma cidade muito segura, muito bem policiada. Não há assaltos. Mas, como em toda grande cidade, há batedores de carteira, em especial em áreas de maior movimento, como a região do Mercado Central. É só tomar um pouquinho dos cuidados básicos que se deve tomar em qualquer lugar.

Por que este post.

Minha amiga Jussara me pediu umas dicas básicas para passar para uma amiga dela, que está para ir a Santiago. Acho que Jussara considerou, prudentemente, que a amiga dela não teria paciência para ler a trolha interminável que escrevi sobre a cidade. Aí, já que era para escrever dicas, pensei em aproveitar e botar o textinho aqui. Mary palpitou, acrescentou. Pode, quem sabe, servir para mais alguém.

Sérgio Vaz, julho de 2011

 

Um comentário para “Santiago: algumas dicas básicas”

  1. Adorei,você sabe! Ainda não tinha lido o texto com os “palpites” da Mary, ficaram ótimos!
    E o “por que este post” me fez sorrir e melhorou meu dia de mau humor.
    Certamente vai servir para outras pessoas, sim.

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