Robson Costa era um excelente copy, português perfeitíssimo; era mais um produto do bom jornalismo e das boas escolas de Minas importado pelo JT no início dos anos 70. Era também um sujeito tremendamente tímido – pessoa extraordinária, do bem, mas tímido.
Tínhamos o costume de botar a Olivetti de pé, para ter mais espaço para canetar os telex das sucursais – nos casos em que não era necessário reescrever tudo nas laudas.
Ao virar a Olivetti da posição normal para a vertical, Robson deixou cair a máquina, pesada pacas, no chão. Uma barulheira danada, e a redação parou por alguns minutos, todo mundo urrando, berrando, vaiando.
No meio da zorra, do fundo da redação, onde ficava a editoria de Esportes, Mário Marinho, gaiato, falou:
– Texto leve, hein, garoto?
Várias horas depois, incidente já esquecido por todo mundo – quase todo mundo –, Robson foi até a mesa de Marinho e se queixou baixinho, tímido:
– Cê acha mesmo meu texto pesado?
Postado em julho de 2011
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