Minueto do cocozinho teimoso

Cocozinho teimoso,

já chegou tua hora;

eu puxei a descarga,

você não foi embora.

Você vai lá pro fundo,

fica escondidinho;

quando eu menos espero,

você volta inteirinho.

 

Cocozinho teimoso,

estou sem paciência.

Tô ficando irritado

com a sua insistência.

Você dá cambalhotas

que nem um palhacinho;

quando eu menos espero,

você volta inteirinho.

 

Cocozinho teimoso,

estou muito zangado;

joguei um balde d’água

e eis o resultado.

Você desaparece,

eu me vejo sozinho;

quando eu menos espero,

você volta inteirinho.

 

Eu peguei uma faca

e cortei-o ao meio.

Dei de novo a descarga

pra atingi-lo em cheio.

Mas eu levei um susto

com o que vi depois.

Era um cocozinho.

E agora são dois.

Curitiba, 28/6/1982

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